Submarino ARA San Juan: Estados Unidos abandonam a busca
Informação foi confirmada pelo Ministério da Defesa, após uma comunicação da Embaixada daquele país. Os russos ficam até meados de janeiro
O jornal argentino Clarín noticiou que a Embaixada dos Estados Unidos confirmou ontem ao Ministério da Defesa que, entre ontem e hoje, os navios dos EUA se retiram do Mar da Argentina. A notícia era esperada após 42 dias de buscas com custos operacionais muito elevados, sem resultados satisfatórios. A Rússia continuará com a busca até as primeiras semanas de janeiro, informou o Clarín sobre fontes próximas ao Ministro da Defesa Oscar Aguad.
A Argentina não tem a tecnologia capaz de identificar objetos subaquáticos detectados pelo sonar de navios, por isso precisa do ROV (veículos operados remotamente) para a identificação de contatos. Embora a Marinha dos EUA retire seu navio oceanográfico Atlantis e seu ROV CURV21, a Argentina ainda possui os dois ROVs russos.
Do Ministério da Defesa dizem que estão vendo “a possibilidade de alugar um ROV que desça a 1.000 metros”, mas, eventualmente, “se a Armada Argentina detectar alguma evidência importante, voltaremos a fornecer o ROV que será transferido dos Estados Unidos por via aérea”.
O presidente Maurício Macri estará em turnê na Rússia quando a frota desse país empreenderá a retirada do mar argentino. Esta coincidência permite especular sobre uma possível negociação entre o presidente Maurício Macri e seu homólogo russo, Vladimir Putin. Mas ainda não há nada concreto.
A verdade é que a Argentina precisa de ajuda para encontrar o submarino ARA San Juan. Enquanto isso, o ministro Oscar Aguad se encontrou ontem, pela primeira vez, com os três submarinistas nomeados para investigar o que aconteceu com o submarino argentino. O Contra-Almirante (RE) Adolfo Trama, o Contra-almirante (RE) Alejandro Kenny e o capitão de mar e guerra (RE) Jorge Bergallo, pai do imediato do ARA San Juan “Jorgito” Bergallo, já foram mobilizados com escritórios, computadores e tudo o que é necessário para poder trabalhar no Ministério da Defesa, a poucos metros do escritório do Ministro Aguad.
Como o Clarín confirmou com seus porta-vozes: “O ministro tem plena confiança nestes três homens, não só por sua adequação em questões relacionadas a submarinos, mas também pela temperança e racionalidade que mostrou o Capitão Bergallo diante da tragédia que ocorreu com seu filho. “São homens que procuram a verdade longe de qualquer especulação” e que se reportará diretamente a Juan Manuel Mocoroa, diretor geral de Assuntos Jurídicos do Ministério da Defesa.
Em diálogo com o Clarín, o presidente do estaleiro Tandanor, Jorge Arosa, disse: “Coloco minhas mãos no fogo pela qualidade dos reparos de meia-vida que foram feitos no pelo estaleiro no submarino”. Ele se referiu aos aspectos técnicos do reparo, e não às negociações administrativas que poderiam acontecer.