INS Arihant: 10 meses após acidente, submarino nuclear indiano continua fora de operação
NEW DELHI – O submarino nuclear indiano INS Arihant sofreu grandes danos devido a “erro humano” e não navegou até agora após mais de 10 meses, dizem fontes da Marinha.
O Arihant é a plataforma mais importante da tríade nuclear da Índia que abrange os modos terra-ar-mar.
O compartimento de propulsão do Arihant foi danificado após a entrada de água, de acordo com os detalhes disponíveis no jornal The Hindu. Uma fonte naval disse que a água entrou quando uma escotilha no setor da popa foi deixada aberta por engano enquanto estava no porto.
O Ministério da Defesa não respondeu às perguntas do The Hindu.
O acidente
Desde o acidente, o submarino, construído no âmbito do Projeto de Veículo de Tecnologia Avançada (ATV), sofreu reparos e limpeza, disseram as fontes.
Além de outros trabalhos de reparação, muitos tubos tiveram que ser cortados e substituídos. “Limpeza” é uma tarefa laboriosa em um submarino nuclear, disse a fonte naval.
A questão do Arihant ganhou destaque logo após o INS Chakra, submarino nuclear da classe “Nerpa” alugado da Rússia, ter sofrido danos em seu domo de sonar ao entrar no porto de Visakhapatnam no início de outubro. No entanto, o INS Chakra tem apenas um papel periférico na tríade nuclear, tanto para treinar como escoltar, e o Arihant é aquele que irá transportar mísseis nucleares.
A ausência do Arihant nas operações chegou à atenção da liderança política durante a disputa militar Índia-China em Doklam. Sempre que tal confronto ocorre, os países realizam desdobramento preventivo antecipado de ativos submarinos. O Arihant (indicativo S2) entrou no centro das atenções em 26 de julho de 2009, quando Gursharan Kaur, esposa do primeiro-ministro Manmohan Singh, quebrou um coco para marcar seu lançamento em Visakhapatnam.
Depois disso, o submarino foi rebocado para um cais fechado para ensaios de porto extensivos nas docas secas no Ship Building Center, longe da vista pública. O Arihant foi silenciosamente comissionado em serviço em agosto de 2016 e sua incoporação ainda não é oficialmente reconhecida. É propulsado por um reator de água leve pressurizada de 83 MW com urânio enriquecido.
Fontes sênior da Marinha sustentam que o Arihant enfrentou problemas desde o início. Os atrasos iniciais podem ter sido apenas problemas de ajustes, falhas em vários estágios até que o reator se tornasse crítico e durante os ensaios portuários; disseram também que as principais diferenças entre o design fornecido pela Rússia e o de fabricação indiana deixaram muitas questões sem respostas satisfatórias.
Top gun para segundo ataque
O Arihant, o único submarino nuclear de mísseis balísticos (SSBN) da Índia, pode permanecer indetectado navegando subaquático por longos períodos, a longas distâncias. É a plataforma mais confiável para um segundo ataque, devido à política “no first use” do país em armas nucleares. As outras opções, terrestres e lançadas do ar, são mais fáceis de detectar.
O submarino é tripulado por 100 homens com treinamento extensivo da Escola de Guerra Subaquática Avançada em Visakhapatnam e mais treinamento prático no INS Chakra.
O segundo submarino de mísseis balísticos, Arighat, foi lançado no dia 19 de novembro para testes de mar. O lançamento ocorreu um evento discreto, atendido pelo ministro da Defesa Nirmala Sitharaman e altos oficiais da Marinha.
Um lançamento de alto nível, a ser atendido pelo primeiro-ministro, foi adiado.
Chave para a tríade nuclear
O Arihant e outras plataformas de lançamento nuclear são operacionalizadas pelo Comando das Forças Estratégicas e relatam à Autoridade de Comando Nuclear presidida pelo Primeiro Ministro.
No entanto, as mais de 100 ogivas nucleares não são acopladas aosmísseis ou bombas e permanecem sob custódia civil do Departamento de Energia Atômica e da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento da Defesa.
Plano ambicioso para construir frota de SSBN
A Índia tem um plano ambicioso para construir uma frota de SSBN, que inclui cinco embarcações da classe “Arihant”.
Fontes navais dizem que o plano depende do sucesso do Arihant. Levou-se 30 anos para construí-lo, com um alto custo. “Inicialmente, estimava-se que custa cerca de ¥ 3000 crore (US$ 473 milhões) para três submarinos — agora o custo do próprio Arihant parece ter ultrapassado ¥ 14,000 crore (US$ 2,4 bilhões)”, disse um ex-oficial de marinha de alto escalão.
O Comando Naval Oriental planeja operar sua sub-frota nuclear em uma Base Alternativa Operacional Independente (NOAB), construída em 5.000 acres em Rambilli, para acesso direto ao mar. A base está localizada a cerca de 50 km de Visakhapatnam, e os cais estão em construção.
FONTE: Times of Slamabad
“Fontes navais dizem que o plano depende do sucesso do Arihant. Levou-se 30 anos para construí-lo, com um alto custo”
— Quantos anos o Programa do SN-BR já tem mesmo?… Só por curiosidade, já foram escolhidos o nome e número de amura: https://pt.wikipedia.org/wiki/SN_%C3%81lvaro_Alberto_(SN-10)
Na verdade ele já voltou a operar.
Como os indianos estão dizendo em seus blogs ( indiadefense, idrw ), esse foi um acontecimento muito estranho. É possível que o sub foi ao estaleiro para a instalação do k4, míssil com 3500 km de alcance. Dificilmente os indianos revelariam problemas com o Arihant, arma tão sensível, levando-se em conta os vizinhos que possui a Índia. Para mim, a fronteira Índia-Paquistão é mais perigosa do que entre a Coreias, embora nunca citada pela nossa imprensa.
Iam camuflar os mastros do Arihant mas quando chegaram os orçamentos o pessoal se assustou, então um almirante disse “meu sobrinho é pintor, pode fazer isso por uma fração do preço”.
Como diz aquele velho ditado chinês: “há males que vem pra lascar”.
Na grande maioria das vezes nos comentários se notam argumentos contra a Índia (“trapalhadas” e grande diversidade de materiais e fornecedores) e China (solta pecinhas), mas mal ou bem essas nações tem projetos de futuro e pensam seriamente nas questões de defesa. Acredito que a grande rede de fornecedores é o receio de um embargo de um único fornecedor ou bloco, visto a dura lição de Israel com a França. Claro que isso impõem um labirinto logístico, porém, justificado. Com relação à China os números falam por si só, com uma força naval cada vez maior e mais equipada. E… Read more »
A índia está aprendendo as durar penas mas levendo os projetos a frente,isto de dez anos eu acho que radiação que vazou do reator.um concerto de uma avaria jamais leva tanto assim digamos que ele está meio que escondido e cheio de radiação é claro que o fracasso não podem vazar opinião minha.
É interessante ver o quanto são criticados os meios militares indianos…..mas, cá para nós, nós temos um submarino nuclear que não sai do papel, um porta-aviões de estaleiro, caças navais de projeto da década de 1950 e mal conseguimos ter navios de escolta e ainda operamos um navio fluvial que fez 80 anos!!!!!! Pelo menos os indianos tentam , às duras penas, mas tentam…. quanto à terra brasilis, nem sequer tentamos, paramos no meio do caminho… e olhe lá. Opinião sincera.
Esse submarino me parece que é inferior em capacidade a todos os demais submarinos nucleares de mísseis balísticos atuais, mas mesmo assim creio que representam uma arma capaz de dissuadir os inimigos imediatos da Índia, ou seja, Paquistão e China … os indianos terem problemas ou não com seus submarinos é mais do que normal, a China que já faz submarinos nucleares a décadas ainda pena em alguns quesitos mesmo com planos concretos de possuir uma esquadra nuclear, nós (Brasil) devemos ter a consciência que enfrentarmos os mesmo problemas, eu diria que a primeira unidade seria um submarino de testes… Read more »
O Brasil está construindo um submarino nuclear mas não é de mísseis balísticos justamente por isso, dominar a tecnologia da propulsão. Qualquer submarino que for construído pode e deve ser comissionado, vai deixar deixar comissionar com medo que deixar problema é falem mal da gente? Sério? E pra que construir alguma coisa em Santa Catarina?
Talvez não mude muito, mas levemos em em conta que o jornal é paquistanês
A questão é que pegamos o bonde andando, e não temos um projeto de longo prazo para a obtenção de submarinos nucleares, não estou falando que não deveríamos comissionar a primeira unidade, o que estou dizendo é que ela será recheada de problemas e não deverá ser tida como uma arma 100% capaz, com muito custo teremos uma segunda unidade com capacidade real porém ainda longe de ser 100% eficaz, a partir da terceira unidade teríamos de facto uma arma capaz, o problema é que tem pessoas que acham que o primeiro submarino será 100% eficaz e questiono o fato… Read more »
Felipe bambieri,o mais proximo dessa ideia de uma niva base para operacao de meios nucleares que possuimos hoje é a base naval de itaguai
Para um país que não tem experiência em construção de submarinos nucleares, não seria mais lógico e barato construir primeiro um submarino de ataque nuclear para só depois tentar construir um submarino de mísseis balísticos ?
Não Jr, a França seguiu o mesmo expediente quando começou a construir seus submarinos nucleares, começando pelos SSBN.
Galante, já é possível saber quantos torpedos e mísseis o SN-BR vai comportar ?
Quando olho para as maquetes me passa a impressão que o espaço da sala de torpedos é menor que a do scorpene.
O remuniciamento dos tubos será automático ? O automático e o manual levam quanto tempo para a recarga de um tubo ?
Abraço.
Se for pensar no que vai se gastar e no que pode dar errado, nada se faz. Quem tem medo de defecar não come.
A vantagem da demora é observar e aprender com os erros alheios.
Observar a Índia e China com seus recursos limitados pode ser ainda mais instrutivo.
Já é possível saber quantos torpedos e mísseis o SN-BR vai comportar ?
Quando olho para as maquetes me passa a impressão que o espaço da sala de torpedos é menor que a do scorpene.
O remuniciamento dos tubos será automático ? O automático e o manual levam quanto tempo para a recarga de um tubo ?
Quantos tubos o SN-BR vai ter ? Quantos podem lançar o SM39 ? Os tubos que lançam o SM39 são os mesmos que podem lançar o SCALP naval ?
Abraço.
Olá. Alguém ai ?
Olá, ECosta. Tudo bem? Por que tanta ansiedade? Os detalhes do projeto não são públicos. O que posso te responder, na ordem das perguntas: 1-Não sei, mas não deverá ser menos que o S-BR (18 torpedos ou mísseis). Nas maquetes aparentemente o comprimento destinado ao compartimento de torpedos parece menor, mas em parte é uma questão de proporção (o SN-BR foi concebido para ser maior que o S-BR, cerca de 100m contra 71m). Ao comparar maquetes, é preciso também ter em mente que o SN-BR terá boca maior que o S-BR, portanto mais área disponível ao se comparar seções que… Read more »
PS: só para complementar, a nova classe francesa Barracuda de submarinos nucleares terá 4 tubos, 2 a menos que o Scorpene.
Sobre os torpedos, a fábrica na França: https://www.youtube.com/watch?v=hWR9T1qdHp4&feature=youtu.be
Com o fechamento da mectron, com que ficou o projeto do torpedo pesado brasileiro ?
Obrigado, Nunão !
Pelo que sei os sonares do SN-BR serão os mesmos que equipam os scorpene. Estes sonares são os mesmos dos atuais SSN e SSBN franceses ? Caso não, tem alguma forma de comparação de capacidade entre os sonares ?
Quantos andares internos terá o nosso SN-BR, pelo que contei na maquete são 3.
A França vende o SCALP naval para outros países ?
Alguém teria algumas fotos completas e detalhadas da maquete para disponibilizar aqui ?
Nunão,
Aproveitando…
Ao invés de iniciarem a construção do S-BR3, por que não já iniciam a construção do SN-BR em paralelo com a conclusão do S-BR2 ?
Muito obrigado pela atenção.
De nada, ECosta.
Eu também te fiz duas perguntas no início do comentário.
Nunão, tudo bem. E você ? Curto muito o fórum, leio ele diariamente.
Estava sem saber se liam ainda as matérias anteriores do fórum. Agora que vi sua resposta entendi que sim. Desculpe qualquer coisa. 😉
“Estava sem saber se liam ainda as matérias anteriores do fórum. Agora que vi sua resposta entendi que sim” Não entendi o “anteriores”. A matéria é de anteontem… Anterior, pra mim, é matéria de anos atrás. Parte do que você pergunta sobre sonares é abordado em matérias de anos atrás sobre o Prosub e seus equipamentos. Campo busca do blog, canto superior direito da página. “Ao invés de iniciarem a construção do S-BR3, por que não já iniciam a construção do SN-BR em paralelo com a conclusão do S-BR2 ?” Porque ainda tem fases do projeto do submarino para cumprir,… Read more »