Submarino no interior do Main Hall do Estaleiro de Construção

A Marinha do Brasil (MB) e a empresa Itaguaí Construções Navais (ICN) transferiram, neste final de semana, para o Estaleiro de Construção, na Ilha da Madeira, no Complexo Naval de Itaguaí, três seções unidas do S40 Riachuelo, o primeiro submarino convencional do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). O programa prevê outras três unidades convencionais e o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.

O trajeto, de cerca de cinco quilômetros, foi percorrido em 11 horas, começando na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), que também fica em Itaguaí. A operação logística exigiu um planejamento de meses e incluiu a retirada de trechos da rede elétrica.

Neste domingo, ocorreu a etapa mais complexa da operação, com interrupções pontuais do tráfego na BR-493, para dar passagem ao veículo especial (prancha móvel) de 320 rodas que transportou as 619 toneladas das três seções, com 39,86 metros de comprimento e 12,30 metros de altura.

As duas seções restantes do Riachuelo, pesando 487 toneladas e medindo 30 metros, serão, em breve, transferidas, separadamente, para o Estaleiro de Construção, onde o submarino entrará em montagem final, a fim de ser lançado ao mar no segundo semestre de 2018.

DIVULGAÇÃO: Marinha do Brasil

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Roberto Bozzo

“O trajeto, de cerca de cinco quilômetros, foi percorrido em 11 horas, começando na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), que também fica em Itaguaí. A operação logística exigiu um planejamento de meses e incluiu a retirada de trechos da rede elétrica.”

Lendo este trecho que me dei conta… não seria mais prudente ter construido a UFEM mais próxima a base ? Por todas as dificuldades relatadas, como a retirada de parte da rede elétrica e fechamento de trechos da BR 493, não seria ?

MARCOV

Eu não creio que foi necessário a retirada de parte da rede elétrica, pois o transporte entre a Área Norte e a Área Sul da Base Naval já estava previsto desde o início.

MARCOV

Vendo agora pelo Google Maps o endereço que o Galante enviou dá para ver que é preciso, sim, retirar parte da rede elétrica.
Bom, pelo menos é uma movimentação planejada e rara.

Augusto

11 horas para percorrer 5 km seria uma logística inviável em tempo de guerra.

Renan

Só uma duvida o nuclear passa neste tunel?
Olha como na altura ficou proximo ao teto

João Adaime

E esta é pouco mais da metade dele. Ainda falta quase outro tanto. O bicho é grandinho mesmo.

Jr

Também percebi isso Renan, esse ai que é menor que o nuclear passou com a vela quase raspando, de toda forma a MB não é burra, se ela perceber que não da para passar, ela leva a vela dele separado e monta ela lá no estaleiro. Eu só fiquei com uma duvida, no texto disse que essas 3 sessões medem 39,86 metros e as outras duas 30 metros totalizando 69,86 metros as cinco sessões. No começo do prosub eu me lembro de dizerem que o submarino teria 75 metros, inclusive com comunicados da própria dcns na época mencionando isso, depois… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Jr, a diferença para os 71m deve ser o hélice.

Roberto Bozzo

Então Galante, como disse antes não havia me percebido este fato; não seria mais viável a construção da NUCLEP e toda esta parte do complexo ao lado do Porto Sudeste Brasil S/A, aquela área de terra batida ao lado da inscrição “ilha da madeira” no mapa que vc postou ?
Claro que não sou especialista e devem haver N motivos para construir onde foi feito, mas me parece que se fosse feito no local que mostrei, o próprio túnel de acesso seria menor, a”rede elétrica” não teria que ser deslocada….

Alex II

Pelo mapa mostrado pelo Alexandre Galante acho que os alugueis de casas na Vila Geny e na Vila Paraiso vão dobrar de preço nos próximos anos para aficcionados por Defesa.

Rafael Oliveira

Galante ou quem souber a resposta:
Por que não fizeram NUCLEP, UFEM e ICN em terreno contíguo à base, onde há mata?
Parece-me mais inteligente e econômico concentrar tudo isso próximo, com túnel e etc menores, sem ser necessário esse tipo de operação de transporte e seus infortúnios, tendo que cruzar área portuária civil.

Fernando "Nunão" De Martini

“Por que não fizeram NUCLEP, UFEM e ICN em terreno contíguo à base, onde há mata?” Rafael, se está falando da imagem de satélite que o Galante mostrou, aquilo não é somente “mata”, é montanha. Por isso há túnel. Para a instalação da base / estaleiro na área junto ao mar o terreno já teve que ser bastante modificado para ampliar sua área e caber a base. Não caberia também a fábrica, que foi erguida junto à já existente Nuclep, que participa do programa com a construção das seções do casco resistente (o que já fazia para os IKL, quando… Read more »

Renan

Mas não passa mesmo. Não com a vela. Ae terá que montar a vela no outro lado é no minimo estranho. Porque não fazer o tunel com folga Meu deus. Este tem 7,5 de diametro e passou a uns 2 metros do teto o outro está estimado em 9,8 de diametro . Não creio que não jogaram um FC de 4 a 5 metros na altura deste tunel. Projeto muda até fazer pode ser que ele engorde Mas ta otimo tera uns 10 anos para ver se passa ou não. Pois o que importa agora é o SBR. Muito bom… Read more »

Roberto Bozzo

Pelo que entendi, o casco sai da ICN, passa sobre o viaduto local, pega a BR-493, a Estrada Joaquim Fernandes até chegar a entrada do túnel… é isso mesmo ? Tem casas, empresas no caminho…não é perigoso ?

Rafael Oliveira

Obrigado, Galante e Nunão.
Desconhecia o fato da Nuclep ser mais antiga que o PROSUB.
Mas sabia que ali não é plano, mas não tenho noção exata do quão ingrime é o terreno e se não seria viável técnica e economicamente “nivelar” o local (aparentemente a área dos portos foi intensamente modificada).

Fernando "Nunão" De Martini

Isso, Rafael, Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (NUCLEP) é bem mais antiga, foi criada para fabricar equipamentos para o programa nuclear. A fábrica foi inaugurada em 1980 e em 1981 começou a produzir componentes para a usina de Angra 2.

Pra quem se interessar:

http://www.nuclep.gov.br/pt-br/linha-tempo

Roberto Bozzo

Alexandre Galante 14 de Janeiro de 2018 at 20:10
A NUCLEP já existia muito antes, não dava para mudar de lugar.

Entendi os motivos agora Galante. Financeiramente falando, seria inviavel.

Everton Matheus

Credo, ele é monstruoso. ENORME! a Logistica da MB foi impecável desde a planejamento/criação das bases. 2018 ele mergulhando e circulando, é isso mesmo produção?

Jr

Putz, verdade Nunão, esqueci de um dos itens mais importantes do submarino, a hélice…. Deve ser isso mesmo

Augusto

Alexandre Galante 14 de Janeiro de 2018 at 19:42

Como assim, Galante? A indústria bélica inglesa passou por um boom durante a 2a Guerra. Aliás, o mesmo aconteceu com a indústria bélica americana durante a guerra (que inclusive recebeu de mão beijada a tecnologia inglesa em troca do uso de seu parque industrial, que estava longe a zona de conflito).

Satyricon

Aos que não saibam, a Nuclep fez TODA a mecânica pesada de altíssima precisão (sua especialidade) para as usinas de Angra (durante muito tempo guardou os equipamentos nucleares vindos da Alemanha). Portanto é apenas natural que participe da construção do casco resistente dos Subs (também altíssima precisão) O terreno onde foi montada a Ufem pertencia à Nuclep e foi doado à MB. A prensa de 20.000t necessária à conformação da proa dos Subs foi comprada pela MB e instalada na Nuclep. Quanto ao tunel, sempre se previu a passagem dos SBR com a vela montada, mas não do SNBR. Não… Read more »

Ádson

Jr 14 de Janeiro de 2018 at 20:46
O hélice, não a hélice. Isto faz muita diferença, “o” faz navegação marítima, “a” faz navegação aérea.

Felipe Alberto

Augusto 14 de Janeiro de 2018 at 20:57

A Inglaterra estava sem os efetivos necessários por conta de decisões pós ww1, só começou a mudar em 38.

Alessandro

Uma curiosidade de leigo, a classe Riachuelo terá revestimento de “borracha” no casco, para ajudar a absorver os sinais sonares inimigos ?

João

Obs 1
Os snbr passarão pelo túnel sem as velas.
Obs 2
A logística foi dificultada devido às obras do arco metropolitano que alteraram a rota are a área norte.
Obs 3
O tamanho do sbr leva em consideração o hélice
Obs 4
A classe Riachuelo não possuirá revestimento acústico externo
Obs 5
A prensa instalada na NUCLEP é de 8000tons

Flávio Cardia

João 14 de Janeiro de 2018 at 23:26
Obs 1
Os snbr passarão pelo túnel sem as velas.

Logo vi pq realmente com a vela a conta nao batia… 17 metros o SNBR com vela e 14 a altura do túnel.

Flávio Cardia

comment image

Gustavo GB

Nunca imaginei que o submarino passaria pelo túnel. Pensava que ele fosse 100% concluído dentro do galpão principal e de lá saísse direto para o mar. Seja como for as imagens são de arrepiar, mostram a grandiosidade de todo o complexo de Itaguaí.

Joao Moita Jr

Uma notícia muito boa, nesses tempos de penúria. Parabéns a todos os envolvidos.

Rafael M. F.

Uma pergunta de curioso:

Entendo que para esse momento, ainda necessitemos de uma força de subs convencionais, já que o Álvaro Alberto será mais uma plataforma de pesquisas do que um combatente efetivo (como o foram o Nautilus, o Dreadnought…).

Mas à medida que consolidamos todo o conhecimento operacional e logístico que será gerado com o Álvaro Alberto, não seria mais adequado para a Armada investir em uma força de submarinos totalmente nuclear, ao invés de uma força mista?

Falo de um plano de médio/longo prazo, para os próximos 20 anos.

Renato B.

Parabéns à galera do Naval por mandar a notícia antes mesmo da nota da MB.

Carlos Alberto Soares

Muito boas as fotos.

Housemaq

Impressionante a terceira foto! Dá a impressão que o submarino “raspa” no teto do túnel…

Renan

Rafael M. F. 15 de Janeiro de 2018 at 6:56 Uma pergunta … Rafael faça um exercicio mental da seguinte maneira: Posso pegar um 38 e dar um tiro no ladrão que pula o muro da minha casa ( qual foi o custo da operação). Uns R$ 4000,00 para comprar o 38 e mais R$ 8,00 por bala. Relativamente barato e com baixo dano colateral, baixo custo de manutenção e facil estoque, facilidade de reposição. Agora imagine se para mesma utilizar um tanque de guerra, quanto custa a aquisição, manutenção, estoque, peças, custo de uso. Etc Da quase na comparação… Read more »

Otto Lima

Parabéns aos profissionais da ICN e aos militares e servidores civis da MB envolvidos no projeto!

Gustav

Dúvida, não teria sido mais viável a construção de um sistema sobre trilhos para o transporte, ao invés de transportar por “caminhões”? Em tese, seria mais rápido e econômico, é claro que adaptações deveriam ser feitas no percurso para receber a ferrovia, mas mesmo assim não teria sido melhor, pensando em longo prazo?

Housemaq

Precisaremos de um forte serviço de vigilância! Agora sim esses americanos comedores de criancinhas vão fazer de tudo para tentar explodir nosso submarino!

Bardini

Muita gente querendo complicar…

Helio Eduardo (o outro)

Rapaz, em vez de comemorar a boa notícia, a galera fica especulando porque isso ou aquilo ficou aqui ou acolá, como se isso não tivesse sido objeto de estudos elaborados…….. Tenho a singela impressão de que não vão transportar um submarino por semana! Logo, para uma operação eventual, está de ótimo tamanho e foi muito bem planejada e executada.

Aliás, só a NUCLEP está instalada naquele espaço faz tempo…… Muito antes da base….

Helio Eduardo (o outro)

Renan 15 de Janeiro de 2018 at 8:24 , gostei do seu raciocínio. Oxalá seja esta a proporção e que tenhamos 3 nucleares.

Pensando em dissuasão, seria uma força de respeito para defesa da costa e projeção de poder no Atlântico Sul. Que bom seria se defesa fosse levada à sério pelos nossos dirigentes….

Rafael M. F.

Renan 15 de Janeiro de 2018 at 8:24 Renan, agradeço a resposta e a boa vontade, mas acho que está havendo uma certa desproporção. Explico: o HMS Anson será entregue em 2020 e custará em torno de 1,79 bilhão. O Scorpéne custa em torno de 820 bilhões. Então, grosso modo, o custo de aquisição de um sub nuclear custa o mesmo que dois SSK’s. Não é uma comparação de revólver contra tanque, talvez de uma semi-automática Glock com um revólver S&W .38. Quanto ao custo de operação, preciso da ajuda de quem entende: há alguma disparidade tão grande assim no… Read more »

Rafael M. F.

^^EDIT: O preço que expus é em dolares.

FERNANDO

Me perdoem, mas, pelas fotos da para ver claramente.
Se este sub tem 7 metros de diametro e a parte de cima quase tocou no teto, com certeza o sub nuclear não passa ai não. Se ele for mesmo ter 10 m de diametro.

Paulo Roberto

Bom dia Amigos do portal Naval!! Sei que não é o assunto do post porém tem muita relação com o assunto em questão. E já peço desculpas pela mudança de assunto mas gostaria de citar o seguinte assunto : DESCOMISSIONAMENTO DE SUBMARINO NUCLEAR Como entusiasta, ficou muito feliz em ver esse projeto nascendo em tempos tão turbolentos para a Marinha do Brasil e para o Brasil como um todo. Outro dia, procurando materiais sobre o referido assunto encontrei um material sobre o submarino nuclear brasileiro até então inédito para mim e ao mesmo tento fiquei com uma certa preocupação. Material… Read more »

Bardini

Não passa no túnel…
.
Tá. E onde tá escrito que a MB irá transportar o Álvaro Alberto dessa mesma forma?

Dalton

Rafael…
.
nações que possuem apenas submarinos de propulsão nuclear os utilizam longe de suas bases…os EUA por exemplo os enviam aos confins do Pacífico, Mar Arábico e Atlântico Norte, não faz sentido eles terem submarinos patrulhando suas próprias águas já que eles contam com muitos outros meios de dissuasão.
.
Submarinos convencionais servem e continuarão servindo muito bem o Brasil por que não
se espera que eles se afastem demais da costa por maior que seja essa costa.
.
Uma combinação de submarinos de ataque de propulsão convencional e nuclear é uma
excelente ideia no caso brasileiro.
.
abs

Nilson

FERNANDO 15 de Janeiro de 2018 at 9:21
Foi explicado que o subnuc passa no túnel apenas sem a vela, que terá que ser levada à parte e agregada ao casco no estaleiro da base naval. Imagino que deva ter sido calculado, bem mais econômico de alguns anos em alguns anos instalar a vela no estaleiro do que aumentar o diâmetro do túnel.

Fernando "Nunão" De Martini

Fernando, isso já foi debatido ontem e anteontem, dê uma lida nas matérias e comentários dos últimos dois dias.

A solução é transportar separadamente a vela do SN-BR e os seus mastros etc e somente instalá-la no prédio da montagem final na base/estaleiro, ao invés de fazer isso na UFEM.

Ricardo Da Silva

Finalmente uma boa notícia de verdade.