Os diversos sensores e equipamentos presentes na Guerra Antissubmarino (ASW) moderna

Os diversos sensores e equipamentos presentes na Guerra Antissubmarino (ASW) moderna

Durante os anos da “Guerra Fria”, o grande desafio das operações A/S (ou ASW) era o combate ao submarino nuclear nas águas profundas, onde os submarinos nucleares soviéticos poderiam atacar as linhas de comunicações marítimas aliadas. Atualmente, com o aumento do número de modernos submarinos diesel-elétricos dotados de propulsão AIP, os antigos sensores e táticas não funcionam mais.

A maior parte dos sonares desenvolvidos para as ameaças da Guerra Fria, submarinos nucleares ruidosos, não têm eficácia contra os pequenos submarinos convencionais ultra-silenciosos.

A operação A/S em águas rasas caracteriza-se pelos altos níveis de reverberação (reflexão das ondas sonoras e sua persistência mesmo depois de extinta a emissão) e o grande número de “falsos contatos”, sendo um ambiente extremamente desfavorável aos problemas da detecção e da classificação dos alvos e seu engajamento.

No quadro abaixo podemos ver os principais sensores acústicos da Marinha dos EUA no início do século XXI e sua efetividade contra os submarinos não-nucleares modernos. As barras em branco indicam performance ruim e as barras azuis indicam boa performance:

Observando o quadro conclui-se que os sensores passivos são inadequados para a detecção de modernos submarinos convencionais e que os sensores ativos são os melhores para este tipo de ameaça.

Nos exercícios realizados pelas Marinhas de maior destaque têm-se aprendido que a caça aos modernos submarinos convencionais deve ser coordenada por diversas plataformas aéreas, de superfície e submarinas, para que haja alguma possibilidade de êxito.

Navios utilizando apenas sonares de casco têm pouca chance de conseguirem detectar e rastrear alvos deste tipo por tempo suficiente para que haja uma solução de disparo.

Na busca aos silenciosos submarinos convencionais, o helicóptero embarcado teve sua importância aumentada, graças à sua capacidade de mergulhar seu sonar além das camadas termais e ao emprego de equipamentos mais modernos, como sonares ativos de baixa frequência.

Trabalhando em coordenação com aviões de patrulha como o P-3 Orion ou o P-8 Poseidon, os helicópteros são fundamentais na caça e destruição de submarinos, principalmente na fase final de engajamento.

Operações biestáticas e multiestáticas

As palavras de ordem hoje na guerra antissubmarino são as operacões biestáticas e multiestáticas.

Em operações biestáticas um sonar ativo emite um “ping” enquanto o som refletido pelo alvo é recebido por um sonar passivo de um helicóptero ou outro navio.

As técnicas multiestáticas empregam mais sonares, geralmente sonares de mergulho e sonobóias lançadas de aeronaves, que permitem triangulações complexas e visões do alvo de diferentes aspectos, tornando mais fácil determinar a natureza do contato, sua posição, velocidade, curso e profundidade.

Os sonares de profundidade variável (VDS), rebocados por navios, estão vontando ao cenário, agora equipados com sensores multiestáticos.

Os modernos sonares da Thales

Sonar de casco Kingklip com array cilíndrico de média frequência da Thales, que opera no modo ativo e passivo para navios de superfície, fragatas ou corvetas – Foto: Thales

O Thales Group, companhia multinacional francesa que projeta e constrói sistemas elétricos e presta serviços para a indústria aeroespacial e de defesa, produziu mais de 150 sistemas de sonar para mais de 20 Marinhas desde 1975.

O sonar Kingklip, cotado para equipar as corvetas classe Tamandaré, é um sonar ativo e passivo da Thales Underwater Systems (TUS) de média frequência, otimizado para instalação nos cascos de plataformas de porte médio e pequeno, com foco em desempenho superior na guerra antissubmarino em águas litorâneas e agitadas.

Instalação do Kingklip em uma corveta Sigma

Segundo a TUS, tem capacidade de detecção de ameaças simultâneas para alerta antecipado de lançamentos de torpedos, além de capacidade de evitar minas. O desenvolvimento também visou um posicionamento acurado dos alvos para engajar ameaças distantes, cooperando com meios aéreos, robustez, facilidade de integração, reduzida carga de trabalho para operadores e baixo culto do ciclo de vida.

O Kingklip, ainda segundo a TUS, foi selecionado pela Marinha Sul-Africana para equipar a classe Meko A200, para as classes Sigma da Marinha da Indonésia e da Marinha Real Marroquina, além da classe Abu Dhabi da Marinha dos Emirados Árabes Unidos.

Com peso de 1,4 tonelada, altura de 0,7 metros e diâmetro de 1,2m, opera no modo ativo na faixa de frequência média entre 5250 e 8000 Hz, nos pulsos FM Hiperbólico, CW e combo, em comprimento de pulso de 60 ms a 4s e escala de alcance entre 1 e 72 kYds. As funções passivas de vigilância em todas as bandas, LOFAR, DEMON e canais de áudio, entre 1000 e 8000 Hz.

Sonar CAPTAS 4

Sonar de profundidade varável (VDS) Captas 4 e seu guincho

A Thales Underwater Systems produz o sonar de profundidade variável VDS CAPTAS 4 com uma performance incomparável contra submarinos silenciosos em missões de guerra antiasubmarino, incluindo escolta, varredura de áreas e proteção de força.

  • Ultra longo alcance – Capaz de detecção muito grande em todas as condições ambientais.
  • Redução da carga de trabalho do operador – O único grande VDS que fornece procedimentos automatizados de desdobramento e recuperação sem um operador no convés da popa e com a menor necessidade de mão-de-obra operacional e de treinamento para esta classe de sistema.
  • Cooperação ativa – Posicionamento de alvo muito preciso para processar e engajar submarinos distantes com plataformas aéreas.
    – Capacidade multiestática com praticamente todos os sonares de baixa freqüência em operação em todo o mundo.
    – Interferência mínima com outros VDS e BMS (Bow Mounted Sonar)
  • Defesa contra torpedo embutida – Capacidade de autodefesa permanente.
  • Segurança para Mamíferos – Controle de emissão e de nível de ruído ajustável para proteção de mamíferos marinhos.
  • Custo baixo do ciclo de vida – Grande base instalada e evoluções contínuas para o suporte a longo prazo do cliente.
Sonar Captas 4 sendo lançado

Família CAPTAS

  • O único VDS LFA (Low Frequency Active) em serviço nos países da OTAN
  • Mais de 40 sistemas CAPTAS já foram encomendados
  • 2 variantes de instalação para CAPTAS 4:
    – Fragata Type 23 do Reino Unido
    – Fragata FREMM
Diagrama em 3D mostrando a cobertura dos sonares da Thales. Observar o Captas 4 operando abaixo da camada termal

DESTAQUES OPERACIONAIS
Um design robusto para operações marítimas que permite que as unidades ASW transmitam e recebam na profundidade certa com dois arrays separados e maximizem a detecção de submarinos extremamente silenciosos.

O sistema foi concebido para implementar de forma independente os arrays com a melhor profundidade para pesquisar continuamente 360 ​​graus com uma coluna de água bem coberta, superando as duras condições de propagação e problemas de duto de superfície inerentes ao sonar montado em casco.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Frequências ativas: abaixo de 2kHz
Largura de banda: Wide FM
Comprimentos de pulso: até 16
Modos de pulso: FM, CW e COMBO
Limites operacionais: até o estado do mar 6
Profundidade de operação: até 230 m de profundidade, e 180 m a 12 nós
Desempenho de detecção: até a segunda Zona de Convergência oceânica

ASSISTA NO VÍDEO ABAIXO O EMPREGO DE SONARES DA THALES EM UMA OPERAÇÃO DE GUERRA ANTISSUBMARINO

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