P-3AM da FAB

P-3AM da FAB

MB e FAB aprofundam cooperação e Interoperabilidade

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

Sonaristas e outros especialistas em Guerra Antissubmarino (ASW) da Marinha do Brasil (MB) vão começar a embarcar nos quadrimotores P-3AM do 1º/7º Grupo de Aviação – Esquadrão Orungan –, recentemente removido da Ala 14, sediada na Base Aérea de Salvador, para a Ala 12, no Rio de Janeiro.

A providência, decidida em meados de 2017 durante um entendimento entre o Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, e seu colega da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, atende a interesses de ambas as partes.

A Força Aérea Brasileira (FAB) considera que as técnicas de análise da acústica submarina e a experiência acumuladas pelos especialistas da MB poderão ajudar, de forma significativa, a qualificação dos seus tripulantes de aeronaves Orion.

Já a Marinha entende que, além de ampliar a interoperabilidade entre as Forças, o patrulhamento conjunto contribuirá com a preparação do seu pessoal especializado no monitoramento de contatos (alvos) submarinos para uma eventual transferência, no futuro, das atividades de Patrulhamento Marítima para a Força Aeronaval – hipótese que também foi examinada pela dupla Rossato-Leal Ferreira, mas (devido a resistências dentro da FAB) não foi, por ora, deflagrada.

A 11 de janeiro último, a cerimônia de passagem de comando e despedida da unidade de aeronaves P-3AM da Ala 14 contou com a presença de uma tropa de 41 da MB – militares pertencentes ao Grupamento de Patrulha Naval do Leste.

Um dos mais tradicionais esquadrões da FAB, o Orungan, em setembro do ano passado, alcançou o segundo lugar em desempenho na operação da OTAN denominada Joint Warrior.

Operadores de sonar da MB vão integrar as tripulações de P-3AM da FAB

APP-ALDEIA – A preocupação da FAB e da Marinha com a interoperabilidade também pôde ser aferida no fim do ano passado, quando especialistas da Aeronáutica concluíram a modernização do radar de aproximação de área terminal da Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia (BAeNSPA) – APP-ALDEIA –, sede da Força Aeronaval da Marinha.

O radar STAR 2000 foi elevado ao padrão STAR CIRIUS, o que permitiu a atualização de todo o Sistema de Controle de Tráfego Aéreo – SCTA, da área sob sua jurisdição.

De acordo com informações distribuídas pela FAB, o avanço tecnológico proporcionado pela modernização do radar possibilitará (a) maior velocidade de processamento, (b) aumento da velocidade da rede interna do radar, (c) interface homem-máquina mais acessível e (d) maior disponibilidade de sobressalentes para o equipamento, por parte das organizações militares da Força Aérea Brasileira, que apoiam as manutenções corretivas e preventivas dos radares de aproximação.

Entre os 23 radares de aproximação de área terminal previstos para serem remodelados no âmbito do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), houve uma prioridade para o equipamento da Marinha, que foi apenas o 6º a ser atualizado.

Dessa forma, criaram-se condições de maior segurança ao espaço aéreo sob responsabilidade da BAeNSPA, até porque o seu alcance prevê a integração com o controle e vigilância do espaço aéreo respectivo ao Polo de Macaé, realizado pelo Controle de Aproximação de Macaé (APP-MACAÉ).

É nessa área que se encontra a maior concentração de plataformas petrolíferas brasileiras.

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Carlos Alberto Soares

Começou o transfer, entenderam ?

Até 2022 os P-3 serão operados pela MB.

DOUGLAS TARGINO

Fico imaginando uma coisa: praticamente toda nossa marinha de guerra se encontra em um único lugar. Não é tão difícil em um futuro conflito saber onde se encontra 80% de toda nossa esquadra de guerra!

Burgos

Primeiro passo dado !!!
Parabéns FAB e MB!!!

Gustavo

Qual a diferença de custo da hora de voo do P-3 e do P-8? Ele provem do 737-800 se não me engano, talvez isso faça uma grande diferença.
É um salto orçamentário equivalente ao da tecnologia, ou não?

Art

Douglas a Marinha francesa está quase toda em toulon. Excelente noticia

Ozawa

Só tenho a louvar essa integração. Bravo Zulu a ambas as Forças.

Bardini

E tem maluco que é contra essa transferência…

J R

Acho que hoje, só os brigadeiros de pijama ou pré-pijama e que ainda tem muita influência lá dentro atrapalham essa transferência…

Júnior P.

Pois é Douglas,

Eu também achava uma péssima ideia o Batmóvel, Batwing e Batlancha serem guardados todos juntos na Batcaverna…
Agora, você já parou para pensar em quantas bases navais tem a MB? E quantas dezenas de portos tem nesse país que podem apoiar a Armada?
Em tempos de paz, o que realmente importa de ser bem espalhado pela costa são os meios de patrulha e SAR.
Att.

Dalton

Seis dos 11 NAes da US Navy estão atualmente baseados em Norfolk /Newport News…a US Navy e políticos da região até gostariam de ter um baseado na Flórida como acontecia até 2007, mas, agora todos os NAes são de propulsão nuclear e isso exigiria centenas de milhões de dólares para modificar a base de Mayport…então dificilmente isso ocorrerá até porque Norfolk perderia muito economicamente com a saída de um NAe e sua tripulação mais familiares.

Rafael Oliveira

Interessante a informação do Roberto Lopes de que há resistência dentro da FAB para ceder à MB os aviões. Muitos foristas já disseram o contrário: que a FAB ofereceu e a MB recusou.

Antonio

Na minha opinião, todo comandante de submarino (bem como outros oficiais), deveria obrigatoriamente passar um período voando em aeronaves ASW (ou outros meios de superfície que desempenham tal função). Motivo: conhecer as características desses meios e estar melhor preparado para lidar com essas ameaças.

Ozawa

Nos primórdios da guerra aérea, pelos idos anos da I GM, os Zeppelins eram considerados embarcações aéreas e comandados por oficiais navais da Kriegsmarine … Anos depois, na II GM, os temidos Fallschirmjäger (caçadores paraquedistas) pertenciam à Luftwaffe … Esses paradoxos entre as armas sempre haverá no tempo e no espaço e a razão continua sendo a mesma: o “ego”, aliás, em alemão ich, “eu” …

Roberto F. Santana

A forma melhor de governo de um povo é a monarquia.
O Brasil, sendo imenso, seria então um império.
Suas armas seriam a Marinha Imperial e o Exército Imperial, com as aeronaves dividas entre as duas forças.
Sou da opinião que isso seria o ideal.

Alex Nogueira

Ao meu ver é muito mais coerente a MB operar aviões de patrulha marítima, espero que assim o seja.

Delfim Sobreira

Vocês querem uma confusão ?
Esperem o pessoal da FAB que frequenta o PA ler essas teorias de extinguir a FAB e dividir seus restos entre EB e MB.
Vou subir no muro e apreciar a “treta”.

Ádson

Mudando mais sem mudar, o P-3 é uma excelente plataforma independente de sua idade, mas a troca das asas tem que ser feita.

Roberto F. Santana

Extinguir a Força Aérea Brasileira é impraticável, imprudente e inútil, portanto uma tolice.
Meu comentário é somente uma opinião, portanto temo que a opinião contrária seja verdadeira. Entretanto, em tese, uma força aérea é um corpo que pertence ao exército ou à marinha, é difícil desassociá-la destas. A superioridade aérea não dá o domínio pleno do território, portanto, a força aérea somente existe em função do apoio ao exército ou à marinha. Mesmo uma força estratégica de aviões bombardeiros, tem por fim, o domínio do território, ou seja, apoiar uma possível invasão pelo exército.
Muito ainda poderia ser dito.

Kornet

Só não dà pra entender uma coisa,pq a FAB gastou milhões pra reformar a BASV se jà havia esse planejamento de criar Alas e transferir os P3 pra BASC.
O Orungan foi pra Santa Cruz?
E toda a estrura feita na BASV poderà ser reaproveitada,essas transferências tão me desnorteando o entendimento.

Fernando "Nunão" De Martini

Kornet, o planejamento e início da execução desta reestruturação da FAB com as Alas etc é posterior às reformas da Base Aérea de Salvador. Tem várias matérias no Poder Aéreo sobre o programa do P-3AM, dá pra entender melhor a cronologia dos fatos por lá e comparar com a relativamente mais recente reestruturação da FAB. Um exemplo é essa matéria de 2011, sobre a chegada da primeira aeronave: http://www.aereo.jor.br/2011/07/31/chegou-o-primeiro-p-3am-da-fab/ E mesmo em 2016, quando foi divulgado o planejamento preliminar da reestruturação já no início de sua execução, o 1º/7º GAV ainda constava em Salvador (mesmo subordinado à Ala 2 de… Read more »

henrique lopes

ouvi dizer q o sistema de comunicação do gripen brasileiro será produzido por uma empresa ligada a nsa, e assim eles terão condições de vigiar as ações do avião e mesmo desliga lo, isso procede?

Billy

Que balela é essa de extinguir a FAB? Se bem que não duvido pois os idiotas marotamente inventam termos como…”aeronáutica “…pra designar a força. Cúmulo do pacifismo e defensismo.

Maurizio Souza

Foto linda da tripulação do Orugan sendo composta também por mulheres…. É realmente muito satisfatório ver mulheres ocupando esses cargos nas nossas FFAA…

Nilson

Ao pensar na patrulha marítima indo para a Marinha, lembrar que também há esquadrões de patrulha em Belém e Canoas (salvo engano). E, na minha modesta opinião, deveria ter alguma coisa também em Natal, para melhor dividir a vigilância. Ou seja, não é coisa simples, não é só passar os P3 de Santa Cruz para São Pedro da Aldeia. Por outro lado, tendo a Marinha 3 ou 4 bases aéreas espalhadas pelo litoral, parece facilitar a ideia de ter um esquadrão aeronaval com mísseis anti-navio baseado em São Pedro e com alta mobilidade para sul, nordeste e norte, em caso… Read more »

Nilson

PS: quando eu falo em Marinha ter 3 ou 4 bases aéreas, entenda-se ter São Pedro e mais uma parceria em 2 ou 3 bases da FAB, não seria ter bases próprias, evidentemente.

Otto Lima

Em minha franca e leiga opinião, a aviação de patrulha marítima deveria ficar com a MB, não com a FAB.

Art

Nilson Não é necessário ter as bases aéreas, uma base pode ser ponto de apoio em caso de desdobramento. Exemplo ocorre algo no nordeste e uma aeronave e mecânicos e suprimento são deslocados para base aérea de natal a fim de apoiar as operações, sai mais barato e é esse o futuro entendimento da FAB. Porque não a marinha aplicar-lo também? A aeronave pode ficar baseada em são pedro e se deslocar para onde for necessário com equipe de apoio e material. Ao meu ver a aviação de patrulha marítima deveria ficar sob controle operacional da MB (controle operacional é… Read more »

Nilson

Art 2 de Fevereiro de 2018 at 7:59 Valeu, Art. A diferença de opinião é porque entendo que a patrulha deve ser algo de rotina, ou seja, não seria caso de desdobramento quando acontecer algo (é a patrulha que descobre o algo, aí sim gerando o desdobramento da aviação de combate ou outros meios). Mas, realmente, na pitanga que estamos, seja FAB, seja MB, não temos condições de manter muita coisa operando, então, que a patrulha apareça no Nordeste, Fernando de Noronha, etc., apenas quando estiver acontecendo alguma necessidade. Com o paradoxo que não haverá patrulha de rotina para identificar… Read more »

Nilson

Valeu, Art, obrigado pela explicação. Pelo que entendi, a diferença de visão é que, a meu ver (bem leigo), a patrulha é uma atividade de rotina, que deve estar o maior tempo possível presente, não apenas quando acontecer algo. Aí sim, se a patrulha identifica alguma necessidade, desdobram-se os demais meios. Mas, na pitanga que estamos, concordo que não deve dar para manter muita coisa voando.

Helio Eduardo (o outro)

Roberto F. Santana 1 de Fevereiro de 2018 at 18:11 , salvo engano essa visão já foi deixada para trás no Ocidente faz algumas décadas…..

Helio Eduardo (o outro)

Amigos,

Na minha modesta opinião faz todo o sentido que a MB opere a aviação de patrulha naval. Além das questões operacionais – ainda que a interoperabilidade seja exemplar – há a doutrina. Me parece que, se uma só estrutura de comando opera os meios navais e aéreos de patrulha e de combate, haverá mais eficiência no dia a dia e, eventualmente, quando o alarme à vera soar.

Roberto F. Santana

Helio Eduardo.
Sim, infelizmente.
Aos olhos do mundo moderno, a ideia é ultrapassada.

Kornet

Entendi Nunão,torcer pra que seja o melhor pra FAB.

Wellington Góes

Como escreveu o Burgos, primeiro passo dado em direção a entrega dos P-3AM à MB.

Carpophorus

Se houver a transferência para a MB, o esquadrão iria para São Pedro d’ aldeia. Se for ocorrer em menos de 5 anos já deve haver planos para construção de hangares e mais PNR.

Michel Lineker

Roberto F. Santana por que não poderia existit a “Aeronáutica Militar Imperial” ou “Força Aérea Imperial do Brazil”???
Não creio que Dom Luiz ou Dom Bertrand fosse querer atrelar a FAB ao Exército ou a Marinha, mesmo sendo uma criação dentro da marcha ré pública.

J R

viajam muito, o que correto seria uma estrutura parecida com a que existe no Canadá, onde na verdade existe apenas uma arma, dividida em 03 braços, uma estrutura administrativa, de compras, de planejamento…

Roberto F. Santana

Michel Lineker.
Não me refiro especificamente a uma monarquia sob o reinado de Dom Bertrand, embora de direito, uma monarquia hoje no Brasil seria um completo desastre.
Comentei somente em tese, o ideal seria uma Marinha e um Exército Imperial, cada qual com seus aviões.
Não nego que isso a um primeiro momento possa saltar aos olhos, entretanto, creio que exista sim, argumentação para apoiar o raciocínio.

NOTA DOS EDITORES: MANTENHAM-SE NO TÓPICO. DISCUSSÕES SOBRE SISTEMAS DE GOVERNO NÃO SÃO TEMA DA MATÉRIA.

Rane paulo

Ha muito tempo sou da opiniao que a Narinha do Brasil devia acabar com as capitanias dos portos e criar uma guarda costeira nos moldes da USCG com seus próprios aviões, helicópteros e embarcações

Rane paulo

Mas essa Guarda costeira ainda seria subordinada a Marinha do Brasil

J R

o correto seria uma quarta arma, mas como uma Policia Militar, e não de guerra como a marinha…

Nilson

Parece que temos uma fixação com o termo guarda-costeira. Na minha opinião nossa guarda costeira é (ou deveria ser) a capitania dos portos, o que falta são 3M: meios, missões e marketing.