Super Étendard da Armada Argentina

Jatos Super Étendard da Armada Argentina: a única compra de material militar significativo de Macri foram mais 5 jatos do tipo usados ex-Marine Nationale

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

Para as Forças Armadas Argentinas, a Administração Mauricio Macri é a melhor comprovação de que nada é tão ruim que não possa ficar pior…

Na Era Kirchner, os militares da República Argentina julgaram ter chegado ao fundo do poço. Estavam enganados.

Até agora, o governo que teve início em Buenos Aires, 25 meses atrás, só conseguiu (a) comprar cinco caças navais Super Étandard Modernisé (SEM) aos estoques da Marinha francesa (esperados em território argentino no mês de maio), (b) quatro turboélices americanos Texan (de uma previsão inicial de 24 unidades), para treinamento e apoio aéreo aproximado, (c) quatro helicópteros Bell 412, (d) um punhado de aeronaves Bell 206 (com tecnologia de fins dos anos de 1970) e (e) assegurar a continuidade da construção de duas pequenas lanchas de instrução de cadetes, de 250 toneladas (projeto copiado de uma embarcação americana).

O processo de decisão sobre a compra de quatro patrulheiros oceânicos aguarda melhores propostas financeiras, o posicionamento oficial sobre a modernização das fragatas Meko 360 (classe Almirante Brown) virou um mistério insondável, assim como a compra de blindados sobre rodas da Norinco chinesa (não cancelado formalmente), e a aquisição de um caça que garanta aos argentinos capacidade de interceptação no ar.

Nesse mesmo período de dois anos e um mês o Reino Unido montou e aprovou seu plano de, no prazo de uma década, investir 180 milhões de libras esterlinas (cerca de 810 milhões de Reais) no robustecimento do escudo defensivo das Ilhas Falkland – que a América do Sul prefere chamar de Malvinas.

Tudo para evitar que os argentinos se sintam desestimulados a invadir o arquipélago, como fizeram a 2 de abril de 1982 – agressão que, prejudicou grandemente a imagem das Forças Armadas Argentinas.

Mare Harbor

Píer – Semana passada, a Organização para a Infraestrutura de Defesa (DIO na sigla em inglês) do governo britânico anunciou a conclusão de instalações Ro-Ro e outros melhoramentos na área de atracadouros de Mare Harbor, terminal marítimo que serve diretamente ao complexo de Defesa Aérea da RAF (Real Força Aérea) em Mount Pleasant, na Ilha Malvina Oriental (o maior desses territórios insulares).

As obras, a cargo da empresa de serviços navais VolkerStevin, viabilizarão a movimentação em segurança, nesse porto de águas profundas, de embarcações de transporte com deslocamento superior a 20.000 toneladas. Unidades essenciais para que Mare Harbor cumpra sua missão de receber materiais de construção, contêineres de alimentos e outras cargas de importância não apenas para o pessoal da RAF, mas também para o resto da guarnição militar do arquipélago – hoje estimada em 1.200 militares de terra (uma companhia reforçada de Infantaria), mar e ar.

Dessa forma, o porto de Stanley, capital das Falkland Islands – 60 km a nordeste de Mare Harbor –, fica praticamente reservado à navegação comercial, enquanto Mare Harbor adquire os contornos de uma área exclusivamente militar. Os dois pontos contam com uma ligação terrestre diária, por linha de ônibus.

As obras no molhe de Mare Harbor – que incluíram, entre outros serviços, a ampliação da rede de iluminação e de postos de combate a incêndio – foram financiadas com parte da verba de 19 milhões de libras aprovada por Londres para a ampliação da infraestrutura nas Ilhas.

“As novas instalações de ancoragem no píer permitirão que os produtos sejam desembarcados de forma segura dos navios de reabastecimento das Ilhas Falkland”, confirmou uma nota oficial do DIO. “As entregas feitas por esses navios são vitais para a capacidade militar, mantendo a vida nas Ilhas, e para garantir que o cronograma complexo de obras de construção e desenvolvimento continue como planejado”.

Trabalhos adicionais de curto prazo preveem:

  • a modernização na estação geradora de energia do Complexo Mount Pleasant, que atende a base aérea (sede de quatro jatos supersônicos Typhoon);
  • a ampliação das acomodações em três estações de radar nas Ilhas; e
  • a abertura de novas vias de acesso e de abrigos para a melhor circulação dos militares.
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