ARA Santa Cruz, TR-1700

ARA Santa Cruz, TR-1700

Os submarinos argentinos ARA Salta, ARA Santa Cruz e ARA San Juan, em foto de arquivo

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

Uma reportagem do jornal econômico argentino Ámbito Financiero, publicada no segundo domingo de fevereiro (11.02), revelou: há pouco mais de dois anos, a Armada Argentina vem examinando, de forma objetiva, um modelo de submarino estrangeiro “de 6ª geração”, capaz de renovar sua flotilha de submarinos sediada na Base Naval de Mar del Plata.

A classe que, por ora, reúne as preferências do Consejo Asesor del Arma Submarina é a IKL-209/1400, alemã.

Parecer desse órgão define o modelo como apto a transportar 14 torpedos, ser manejado por um grupo pequeno de tripulantes (entre 30 e 36 militares), e constituir un éxito de exportación.

Os estrategistas argentinos consideram que sua Marinha deveria ter uma Força de, ao menos, cinco submarinos de ataque, de propulsão diesel-elétrica (nesse momento o Peru possui seis desses navios, o Brasil cinco, Chile e Colômbia, quatro cada um).

Os mesmos especialistas justificam a estruturação de uma flotilha de submersíveis moderna – dotada, inclusive, de um navio-mãe de submarinos – como elemento indispensável à atual Directiva Estratégica Militar (DEMIL) da Nação Argentina, que, no teatro de operações, visa:

  • Desgastar a las fuerzas navales y/o tráfico marino del oponente;
  • Ataques a fuerzas navales;
  • Operaciones de minado;
  • Obtención de información;
  • Operaciones de ataque con misiles tácticos a objetivos terrestres, entre otras acciones.

Documentos secretos – As informações foram colhidas pela juíza federal Marta Yañez, responsável pela investigação das causas do naufrágio, a 15 de novembro último, do navio ARA San Juan.

A magistrada valeu-se da leitura de dois documentos da Marinha, classificados como secretos, datados de abril de 2016 e de junho de 2017. Eles permitem concluir: ano passado, à época do desaparecimento do San Juan, a Armada platina – a começar do comandante da Força de Submarinos, capitão de navio Claudio Javier Villamide (atualmente em disponibilidade temporária) – tinha perfeita consciência do estado de obsolescencia dos seus navios.

Em um dos documentos compulsados pela magistrada – intitulado Estudio de Comando Mayor del COMANDO DE LA FUERZA DE SUBMARINOS. Submarinos de 6ta. Generación – existe a seguinte afirmação: “A não renovação dos submarinos existentes implica na perda gradual de capacidades únicas de combate e dissuasivas da Armada Argentina” (La no renovación de los submarinos existentes implica la pérdida gradual de capacidades únicas de combate y disuasivas de la Armada Argentina).

Os oficiais incumbidos de estudarem a modernização da Arma Submarina se debruçaram sobre os predicados e desvantagens dos modelos Scorpene, francês, 214, alemão, 209, também alemão, e de um grupo de outros navios, fabricados na Suécia, Rússia e China.

Falando à reportagem do diário eletrônico Infobae – o primeiro a levantar a descoberta da juíza Yañez – o ministro da Defesa argentino, Oscar Aguad, foi cauteloso:

Dentro del ministerio de Defensa, o del Estado Mayor Conjunto, en los años 2016-2017 no hay ningún estudio de esa naturaleza , declarou Aguad. Puede que en la Armada alguien haya hecho eso. Lo desconozco. Ha habido un plan de equipamiento, para las Fuerzas Armadas, ese plan aún existe, pero sobre el plan que me consulta (por la adquisición de submarinos de sexta generación) no solamente no tengo conocimiento, sino que no se conversó de eso. No tengo otra información, completou.

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