Porta-aviões USS Carl Vinson visita o Vietnã
O imenso porta-aviões norte-americano Carl Vinson entrou em águas vietnamitas, a primeira visita desde o final da Guerra do Vietnã. O correspondente da BBC no Sudeste Asiático, Jonathan Head, analisa a forma como a ascensão da China está por trás disso.
A influência dos Estados Unidos na Ásia está muito diminuída nos dias de hoje, mas ainda possui uma carta espetacular que pode jogar.
Isso vem na forma do desdobramento de um grupo de ataque de porta-aviões, uma flotilha naval centrada em um dos 11 gigantes “super-carriers”, bases flutuantes movidas a energia nuclear de mais de 300m de comprimento, com potência aérea suficiente para aplanar uma pequena cidade.
A presença de um grupo de porta-aviões dos EUA pode enviar uma mensagem de dissuasão, como no caso da Coreia do Norte, ou de apoio. A chegada do USS Carl Vinson em Danang esta semana é um gesto visível do compromisso de Washington com o país com o qual lutou uma guerra terrível há apenas duas gerações.
A aproximação entre os EUA e o Vietnã remonta à restauração das relações diplomáticas em 1995. Desde então, houve uma melhoria constante nos laços, através do comércio, intercâmbios culturais, diplomacia e cooperação militar.
Desacordos sobre o tratamento severo de dissidentes políticos e religiosos no Vietnã não foram autorizados a interromper essa progressão, e há uma notável ausência de recriminações ao longo do passado.
O fato de o USS Carl Vinson fundear a poucos quilômetros da praia, onde as tropas de combate dos EUA desembarcaram primeiro no Vietnã em 1965, e não muito longe de alguns dos mais sangrentos campos de batalha da guerra, apresenta um pungente cenário histórico para essa visita, mas de modo algum a ofusca. Este é o ponto culminante de um cortejo silencioso e cuidadoso.
A ascensão da China é o motivo, para os americanos e para os vietnamitas.
Apesar da história mais conhecida do conflito entre os EUA e o Vietnã, o ressentimento vietnamita com seu vizinho gigante remonta muito mais longe, incorporado na memória popular de um milênio de domínio chinês nos tempos antigos.
O Vietnã compartilha uma fronteira com mais de 1.000 km (620 milhas) de comprimento, com a China, através da qual passam mais de US$ 90 bilhões no comércio, mas que em 1979 foi o cenário de uma curta guerra na qual milhares de soldados morreram em ambos os lados. (Para ler reportagem completa em inglês no site da BBC, clique no link no final do post).
FONTE: BBC