Porta-aviões USS Lexington afundado durante a 2ª Guerra é encontrado por exploradores
O Lexington foi encontrado a uma profundidade de cerca de 3 mil metros e a 800 km da costa oriental da Austrália
Os destroços do USS Lexington, um porta-aviões americano afundado durante a Segunda Guerra Mundial, foram encontrados no Mar de Coral, no Oceano Pacífico, revelou nesta segunda-feira (5) uma equipe de exploradores liderada pelo cofundador da Microsoft Paul Allen.
O Lexington foi encontrado no domingo (4) pelo navio de pesquisas R/V Petrel, a uma profundidade de cerca de 3 mil metros e a 800 km da costa oriental da Austrália.
A equipe tirou fotos e gravou vídeos dos destroços.
As imagens mostram o USS Lexington, um dos primeiros porta-aviões americanos, em um surpreendente estado de conservação.
O USS Lexington carregava 35 aviões a bordo quando afundou, e a equipe encontrou 11 aparelhos, incluindo um Douglas TBD-1 Devastator, 3 Douglas SBD Dauntlesses e um Grumman F4F-3 Wildcat.
É possível ver nesses aviões a insígnia da estrela de cinco pontas da Aviação Naval Americana e até o desenho do Gato Felix e de quatro pequenas bandeiras japonesas na fuselagem de um aparelho, provavelmente mostrando o número de aviões inimigos abatidos.
A equipe de busca publicou ainda fotos e vídeos de partes do navio, incluindo uma placa de identificação e armas antiaéreas.
Batalha do Mar de Coral
O USS Lexington e outro porta-aviões, o USS Yorktown, lutaram contra três porta-aviões japoneses entre 4 e 8 de maio de 1942, na chamada Batalha do Mar de Coral.
O Lexington, chamado de “Lady Lex”, ficou seriamente danificado e foi deliberadamente afundado por outro navio de guerra dos Estados Unidos ao final da batalha.
Ao menos 200 tripulantes do Lexington morreram na Batalha do Mar de Coral.
O almirante Harry Harris, que dirige o Comando do Pacífico (PACOM) e cujo pai lutou a bordo do Lexington, saudou o sucesso da exploração.
“Como filho de um sobrevivente do USS Lexington, cumprimento Paul Allen e a equipe do navio de pesquisas Petrel por ter localizado ‘Lady Lex’, cerca de 76 anos após seu naufrágio na Batalha do Mar de Coral”.
“Honramos o valor e o sacrifício dos marinheiros do ‘Lady Lex’ e de todos os americanos que lutaram durante a Segunda Guerra Mundial para garantir as liberdades que conquistaram para todos nós”.
FONTE: France Presse/G1
VEJA TAMBÉM:
Que achado, uma parte importante da historia sem duvida!
Fiquei feliz com a notícia. Um Douglas Devastator encontrado!
Nesta profundidade a taxa de oxigênio é menor e isso faz com que deterioração seja bem mais lenta.
Pois, as aeronaves, por exe, estão em bom estado. Muita coisa conservada! Talvez seja possível resgatar pequenos objetos para restauro e preservação em museus.
Não é possível pois naufrágios desse tipo são considerados túmulos de guerra (War Graves) e retirar objetos pode ser considerado profanação dos mesmos, o que pode gerar aos exploradores processos criminais
Nesse caso, como diz o texto, foi deliberadamente afundado… entao, nao eh tumulo de guerra…
Nesse caso, os exploradores deveriam levar consigo cópias plastificadas desse texto… correto ?
Não é só o oxigênio que atua, tem o Cloro também…
Temperatura: A solubilidade do oxigênio em água aumenta com a diminuição da temperatura. Portanto, as águas frias retêm mais oxigênio que as águas mais quentes. Em águas frias, os níveis de oxigênio dissolvido podem atingir cerca de 10 ppm (mg.L-1); Salinidade: Quanto maior a quantidade de sal dissolvido na água, menor será o OD. Assim, pode-se dizer que a água do mar contém menos OD que outras águas; Dado os fundamentos químicos da água, as baixas temperaturas das grandes profundidades apenas aumentam a concentração do oxigênio. Talvez tenhamos outras componentes que atuaram para preservar o naufrágio, os aviões feitos de… Read more »
Os aviões estão em melhor estado que muitos espetados em praças e abandonados em hangares no Brasil…
Belíssima descoberta, tomara que resgatem muita coisa dele.
O Paul Allen já tinha encontrado o Musashi também… Dois achados de respeito!!!
Concordo contigo, o Paul Allen e sua equipe possuem muitos méritos.
Porém esses naufrágios históricos de grandes batalhas possuem as coordenadas muito bem catalogadas para os grandes afundamentos, o que restringe em muito a área de busca. O duro é arranjar a grana para realizar a aventura.
Difícil e custoso é achar os restos do naufrágio do ARA San Juan, entre aspas, “uma agulha no palheiro chamado Atlântico Sul”.
Muito bacana, aviões em bom estado.
Espero que um dia (não daqui 76 anos!) se encontrem os destroços do ARA San Juan, está aí um belo desafio que caberia bem a equipe do Petrel e seu Curador Sr. Allen
Difícil, o caso da Lady Lex era um pouco mais fácil, as coordenadas do naufrágio eram mais do que conhecidas. O grande problema era a profundidade e a grana para ser investida na epopéia.
Quanto ao ARA San Juan, primeiro se precisaria saber onde o naufrágio aconteceu para depois juntar uma verdadeira fortuna para financiar a expedição com os equipamentos corretos para chegar na profundidade dos despojos (que deve ser bem funda).
Isso serve para contentar os curiosos, mas é absolutamente sem utilidade prática este tipo de descoberta.
Infeliz comentário Strobel, um absurdo meu caro.
Walfrido, a descoberta desses naufrágios tem a mesma utilidade do ensino de História, que muitos hoje acham que não serve pra nada, só para entretenimento. Pelo menos as imagens do USS Lexington servem para mostrar que o que nos foi ensinado nos livros e nos filmes realmente aconteceu, não foi invenção. Também temos a sensação de “volta no tempo”, um sentimento nostálgico de uma época que não vivemos. Tudo isso não tem preço, mas tem valor.
Você deve ter reparado Galante, que não há nenhum Devastador no museu em Pensacola, quem sabe esse, talvez um dia, possa ir para lá?!
Pois é Bob, mas não sei se eles terão autorização ou capacidade de recuperar alguns desses aviões.
Não fala besteira! Ha toda uum expertise adquuirada em decorrência de exploração e descobertas como essa.
A ciência agradece, parabéns!
Exatamente!
Para quem quiser saber mais sobre o USS Lexington, matéria do Poder Naval de 10 anos atrás, direto do túnel do tempo:
http://www.naval.com.br/blog/2009/02/05/uma-lady-com-8-polegadas-a-mais/
Ops, errei, nove anos atrás.
Gostaria do link desta tal batalha do Coral.
A Baía em torno de Guadacanal, se não me engano, é conhecido com Fundo de Ferro, devido à quantidade de destroços de navios que afundaram durante essa épica batalha.
A batalha de Mar de Coral costuma ser considerada como warm up para a grande batalha de Midway, dias depois.
O Yorktown também foi avariado, mas foi consertado para ser usado – e afundado – em Midway.
Consertado em apena UM dia. Uma baita empreitada.
Quem diria heim!!! Depois de 76 anos achar material de emprego militar conservado no fundo do oceano! As perdas materiais navais na 2GM foram enormes. Deve ter mais material militar no fundo do mar que na superfície!
Lembro-me que sempre tentava salvar o Yorktown quando jogava Battlehawks 1942 da Lucasfilm lá por 1990… Bons tempos.
Correção: Lexington. Estou com a cabeça nas nuvens hoje hehehehe
Que legal! Belas imagens!
O avião com a insígnia do Félix é um caça Brewster F-2A Buffalo, anterior e inferior ao F-4F Wildcat, ou seja, um alvo fácil para os Zeros. Eu tive um em escala 1:72 da Revell e o reconheci.
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Os porta-aviões Shokaku e Zuikaku tiveram perdas de pilotos em Mar de Coral que precisavam ser repostos, o que impediu sua presença em Midway.
ola Delfim, o caca da foto me parece um F4F Wildcat, ja o porta-aviões Shokaku foi danificado durante a batalha pela aviação naval americana.
Não Delfim. É um Wildcat mesmo. Na dúvida, dê uma olhada no canopy dos dois e os compare.
Certo, é um Wildcat. Aquela perda da carenagem dorsal após a cabine me confundiu, pois no Buffalo o envidraçado chegava perto do leme.
O que me convenceu foi a antena de rádio, que no Buffalo ficava em cima do motor, e no Wildcat está ali atrás da cabine.
Mas os Buffalo foram usados na defesa de Midway depois de Coral Sea, e foram completamente derrotados pelos japoneses.
“Delfim 6 de Março de 2018 at 18:58 Os porta-aviões Shokaku e Zuikaku tiveram perdas de pilotos em Mar de Coral que precisavam ser repostos, o que impediu sua presença em Midway.” . E só complementando a informação para os que não estão com a 2a guerra na ponta da língua: – os americanos, com dois porta-aviões, apesar de perderem o Lexington e terem o Yorktown seriamente avariado no Mar de Coral, conseguiram reparar o Yorktown (que os japoneses acreditavam ter afundado) em prazo recorde, em Pearl Harbor, permitindo que ele participasse da batalha de Midway, no início de junho… Read more »
Eu me lembrei agora da primeira vez que assisti a um filme com a técnica de áudio SENSURROUND. Era o filme “A Batalha de Midway” e me lembro como que as poltronas do cinema tremiam com o som dos motores e principalmente das bombas explodindo. Eu creio que foi em 1977. Voltei no tempo. kkk
So complementando a informação, o yorktown foi despachado dias após a saída do Enterprise e o Hornet, que participaram da batalha de Midway levando trabalhadores e engenheiros que continuaram seu reparo durante a viagem de Pearl para midway. Um defeito no rádio de um avião de observação japonês ( que avistou a frota com o hornet e enterprise, mas não conseguiu informar ) e a indecisão de fushida, chefe de operações aereas( que deu à contra ordem para equipar torpedos nos aviões no lugar de bombas, deixando os porta aviões com sua cobertura cheia de aviões com bombas e torpedos… Read more »
ola Fab, estou buscando no fundo da memoria entao posso estar errado. o aviao de reconhecimento que localizou a frota americana foi lancado do cruzador pesado TONE, saiu com atraso de 30 min por problemas mecanicos, nao me lembro se o aviao tb teve problemas de radio ou se o comando japones recebeu estas com atraso. quando os japoneses lancaram o ataque aereo a ilha de midway, o resto dos avioes ( metade do complemento aereo japones) ficou a postos para um ataque a frota amaericana caso necessário. como o a base de midway nao foi posta fora de acao,… Read more »
Marcelo boa tarde, verdade, concordo com tudo que vc escreveu, falando( de memória tb) o fato do primeiro ataque ser feito pelos devastador torpedeiros( se não me engano apenas um piloto sobreviveu no mar) os caças de CAP estavam a baixa altitude incapazes de interceptar os bombardeiros de mergulho.
Uma pergunta. A reportagem cita que o lex afundou com 35 aviões, mas sua capacidade era de quase 90. Alguém sabe se os outros foram todos derrubados ou pousaram no yorktown?
Não sei quantos foram derrubados, Fab, mas houveram perdas. Os que puderam pousaram no Yorktown e provavelmente alguns acabaram pousando no mar ao lado de algum Destroyer.
Parabéns… Os comentários são uma aula de história.
Srs
Jovem Marcelo
A Batalha do Mar de Coral aconteceu longe das Ilhas Salomão onde fica Guadalcanal.
Iron Botton Sound ou Iron Botton Bay, fica entre as ilhas de Guadalcanal, Savo e Flórida nas Salomão e era denominado Savo Sound antes das batalhas navais que aconteceram na Campanha de Guadalcanal, posterior a Batalha do Mar de Coral, tendo sido palco de cinco batalhas navais que resultaram em dezenas de navios afundados.
Sds
Valeu Control!
Além de um warm up para batalha de Midway, a batalha do mar de coral tem como detalhe ser a primeira onde os japoneses foram detidos( os planos dos japoneses seria de desembarque em tulagi e a invasão de Port Moresby, algo que não foi possível pelas perdas do porta aviões shoho e das perdas de tripulações do shokaku e zuikaku
ola Fab,
quando os americanos desembarcaram em guadalcanal, tb atacaram a ilha de tulagi ( talves um dia antes?), em tulagi havia uma base de hidroavioes japoneses. de qualquer modo isso eh posterior a batalha do mar de coral.
um abraço
Link de matéria aqui no Poder Naval sobre a batalha do mar de coral, vale a pena ler os ótimos comentários:
http://www.naval.com.br/blog/2011/05/07/69-anos-da-batalha-do-mar-de-coral/
Marcelo se não falha a memória tulagi foi invadida em 07 de maio 1942, um dia antes do afundamento do lex em batalha, sendo a ilha transformada em uma base de hidroaviões, que realmente seria retomada depois na batalha de guadalcanal em 07 de agosto de 1942, mas posso estar enganado.
Foi 1º Batalha Aeronaval da história, sem navios se verem
Se Port Moresby tivesse sido tomada, dali que sairia invasão para Austrália dificultando as rotas de suprimentos
Dai importância dessa batalha
Triste também foi o afundamento do navio tanque Neosho. Os japoneses pegaram-no sozinho e mandaram para o fundo do mar. Logo o Neosho, que havia escapado milagrosamente em Pearl Harbor.
Bem lembrado Guppy…confundiram o coitado com um NAe…mas…ao mesmo tempo a força
de ataque despachada perdeu tempo indo atrás dele…então, incidentalmente ele acabou
atuando como um chamariz.
abs
Sobre a batalha de Midway, recomendo o livro “Shattered Sword”-The untold story of the Battle of Midway, by Jonathan Parshall. Quem me recomendou esse livro foi o Admiral Dalton.
Prezado Admiral Dalton,
Na sua opinião, quem venceu em Coral Sea, os japoneses ou os americanos? Pergunto isso porque ambos os lados se declararam vitoriosos após a batalha. Os japoneses achavam que haviam afundados o Yorktown também e os americanos frustraram os planos de invasão de Port Moresby. E aí?
Abs
Guppy… . coincidentemente acabei de entrar, segunda vez hoje, nesse site viciante que é o PN pouco depois de você e o que entendo é que os japoneses tiveram uma vitória tática e ao mesmo uma derrota estratégica. . Vitória tática porque eles afundaram o grande NAe USS Lexington…ele quase escapou , mas, no fim foi perdido enquanto os japoneses perderam o pequeno NAe Shoho e uma derrota estratégica porque pela primeira vez desde o inicio das hostilidades o avanço japonês foi detido. . Também os 2 melhores NAes japoneses ficaram de fora da batalha de Midway…no livro que recomendei… Read more »
Muito obrigado, prezado Admiral Dalton.
A sua resposta corresponde exatamente ao que assimilei das leituras que já fiz about coral Sea and Midway. Agora, pessoalmente, acho que os americanos levaram vantagem porque conseguiram trazer o Yorktown para Pearl Harbor e deixá-lo em condições de participar da batalha de Midway. Mas é apenas uma opinião pessoal.
Grande Abraço!
Guppy… . de fato…como o livro deixa bem claro…os EUA graças aos reparos de emergência no USS Yorktown…não ficou 100%, mas, o suficiente para combater e com aeronaves emprestadas do USS Saratoga a US Navy estava na verdade em maior número que a força de Nagumo já que o restante da marinha japonesa estava muito dispersa. . Os 4 NAes japoneses levavam menos aeronaves que os 3 NAes americanos e havia também uma centena de aeronaves na ilha de Midway e a própria escolta americana era superior ao menos em artilharia anti aérea…já que os 2 encouraçados leves japoneses não… Read more »
Verdade, Dalton. Agora, outra opinião estritamente pessoal: se ao invés do Almirante Spruance fosse o Almirante Halsey, como seria de se esperar caso este não estivesse no hospital, penso que os americanos não teriam se dado tão bem em Midway. Isso devido a característica agressividade do Almirante Halsey, em contraste com o comedido Almirante Spruance. Os japoneses esperavam enfrentar os americanos com Halsey no comando e desejavam, estrategicamente, a agressividade dele. O estilo de Spruance surpreendeu os japoneses.
Forte Abraço!
Se me permitem minha humilde opinião além de todos detalhes técnicos que já foram destacados brilhantemente aqui, acho que também temos que destacar a superioridade americana na inteligência militar, afinal os planos do ataque a Midway já eram conhecidos parcialmente graças às equipes de criptografia americanas ,associadas à um truque utilizado para confirmar a confiabilidade da decriptografia ( enviaram para Midway mensagem dizendo q o condensador de água de Midway estava quebrado, logo após interceptaram mensagem japonesa, informando que MO está sem água) Creio que saber quando e onde seria ataque deu uma grande vantagem no planejamento americano