OPV 93

OPV 93C

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

A indústria naval Cotecmar, da Colômbia, está tentando interessar a Marinha do Equador no seu projeto de navio-patrulha oceânico tipo OPV 93 – de 93 m de comprimento, 14,2 m de boca, 4,1 m de calado e 2.550 toneladas (carregado) de deslocamento –, navio de desenho colombiano de segunda generación, derivado do projeto alemão Fässmer OPV 80.

O departamento de Marketing do estaleiro monitora os planos de renovação da Flota Naval equatoriana, que, ainda na primeira metade da próxima década, precisará desativar as suas duas fragatas classe (chilena) “Condell” – originariamente navios tipo “Leander”, construídos há mais de 45 anos no Reino Unido.

Deslocando 2.540 toneladas, essas unidades foram adquiridas, nos anos de 1991 e 1992, à Armada chilena.

O chamado Plan Estratégico Institucional Morán Valverde, da Marinha do Equador, prevê a incorporação de duas novas fragatas em substituição às “Condell”, e os colombianos tentam influenciar essa programação, oferecendo navios modernos, dotados de (a) sistema de mísseis superfície-superfície, (b) canhão de tiro rápido tipo CIWS, para contrapor ameaças aéreas a curta distância, no teto do hangar para aeronaves, (c) canhão de 76 mm na proa e (d) convoo para helicópteros de até 10 toneladas.

Os navios classe Condell Presidente Alfaro (FM 01) e Morán Valverde (FM 02) possuem um CIWS de fabricação americana tipo Phalanx, mas essas armas estão inoperantes há vários anos.

Em termos do armamento que poderia interessar aos chefes navais equatorianos, o projeto OPV 93 tem apenas duas lacunas: a ausência de um sistema de mísseis antiaéreos, e de reparos lançadores de torpedos. Mas como o projeto da Cotecmar é modular, isso, em tese, permitiria incluir tais itens no navio.

OPV 93 (clique na imagem para ampliar)

Software – De acordo com um documento interno produzido, mês passado, por analistas de vendas do estaleiro, os OPV 93 cairiam como uma luva no programa de renovação da esquadra equatoriana, por vários motivos:

  • Coincidência de datas: o primeiro OPV 93C (a letra E quer dizer o mesmo navio em versão de exportação) da Armada Colombiana ficará pronta em 2022, época em que os equatorianos estarão providenciando a baixa das suas fragatas classe “Condell”;
  • Os navios OPV 93C têm porte praticamente igual ao das fragatas equatorianas que estão saindo de serviço;
  • Por sua modernidade e nível de automação, os navios da Cotecmar exigem menos tripulantes que os da classe “Condell”;
  • Design stealth (furtivo) que dá às embarcações OPV 93C baixa assinatura radar;
  • Grande facilidade para o acompanhamento da construção dos navios na Cotecmar, devido ao fato de os dois países serem vizinhos;

O projeto com os requisitos contratuais do navio da Cotecmar – que permitirá definir o custo do navio – fica pronto entre setembro e outubro deste ano. A companhia espera que a Marinha colombiana encomende a primeira unidade durante o primeiro semestre do ano que vem.

A previsão atual é de que os chefes navais colombianos comprem um lote inicial de três embarcações. A primeira seria entregue 36 meses após a assinatura do contrato.

Para junho deste ano está prevista a entrega do software colombiano Red Táctica Naval à Marinha, que será instalado no primeiro OPV 93C a fim de que, no mar, ele possa trocar informações com as demais unidades da Armada que o acompanhem em uma operação.

Concebido especificamente para o uso militar, o software foi dotado de cartografia e criptografia elaborados na Colômbia, e permitirá, além de administrar e transmitir informações, planejar e gerir operações navais, identificando cada um dos navios da Armada sul-americana mobilizados em um grupo ou força-tarefa.

OPV 93

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