Vídeo: Poder Naval do Brasil – 1984
Vídeo de Jean Manzon sobre o Poder Naval do Brasil em 1984. As cenas mostram o veleiro Cisne Branco da época, a formação dos homens e mulheres da Marinha, a Ilha Fiscal, a Escola Naval, o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Contratorpedeiros e o Navio-Aeródromo Ligeiro (NAeL) Minas Gerais e suas aeronaves P-16 Tracker da Força Aérea Brasileira.
O Minas Gerais foi o pivô da disputa da MB com a FAB pela posse das aeronaves de asa-fixa que operariam embarcadas em navio-aeródromo.
A disputa foi equacionada em 1965, quando o Presidente Castelo Branco decretou que os aviões seriam operados pela FAB e os helicópteros pela Marinha. Somente em 1997 a Marinha voltou a operar seus próprios aviões, com a compra dos A-4 Skyhawk do Kuwait.
O Minas operou quase toda a sua vida no Brasil como porta-aviões antissubmarino, com aviões P-16 Tracker da FAB e helicópteros SH-3 Sea King da MB.
Bonito, pena a marinha hoje estar assim..
Interessante que os primeiros P-16A tinham a característica antena ECM acima da cabine de comando, já os P-16E que vieram depois, não tinham.
Bem que a Marinha poderia ter tido os A-4 Skyhawk nessa época.
P.S. Bonita marcha musical no final do filme.
Roberto, eu não sei se a catapulta do Mingão conseguiria lançar os A-4 naquela época. Se não me engano fizemos alguns transplantes de partes da catapulta do Veintecinco de Mayo para podermos fazer decolar os Skyhawks até o São Paulo chegar, mas acredito que não fosse nada que a MB, podendo operar aeronaves de asa fixa, não conseguisse contornar de alguma forma, afinal de contas havia também o HMAS Melbourne operando os A-4G, apesar de esse último ser um Majestic.
Sim Leandro.
Mas o peso de decolagem Tracker era maior que o Skyhawk, não? Portanto, o peso não seria problema, suponho.
Quais seriam as restrições?
Como assim Leandro ? Explica melhor essa questão das partes retiradas do Nae Argentino. Fiquei curioso.
Abs.
Mk48, salvo engano, quando o 25 de Mayo foi descomissionado, o Mingão herdou diversas partes dele para servir de peças de reposição, inclusive para a catapulta que já não estava mais funcional. Com essas peças a catapulta foi colocada novamente em operação. Roberto, o peso do Tracker era maior sim, mas ao mesmo tempo as asas retas e a menor velocidade de decolagem poderiam ser um agente facilitador. O Tracker inclusive era capaz de decolar sem catapulta, correndo pelo convés. Claro que desde a popa. Havia uma linha pintada no convés para isso e não sei quais eram as restrições… Read more »
Obrigado Leandro !
Abs.
NAeL Minas Gerais, o mais belo dos Collosus, uma pena ter acabado nas infames praias de Alang.
Pois é. Ainda lembro a tarde que peguei a barca para Niterói e vi bem de perto o Minas sendo rebocado para Alang. Triste coincidência.
Nunca tivemos caças embarcados ??? Tirando os A-4 que já chegaram mortos, teve algum outro que fazia essa função?
Não, Rui, nenhum. Muito por causa da decisão do Castello Branco sobre a aviação naval se restringir à helicópteros. A FAB resolveu que só operaria aeronaves ASW, portanto a MB ficou focada nessa função ASW ao invés de ter um navio-aeródromo de ataque, como os Argentinos.
E ficamos muito bons no quesito ASW, mas caso a decisão de 1965 houvesse sido sensata, a aviação naval poderia estar em um nível completamente diferente daquele que temos hoje.
Quando foi criado o 1ºGAE da FAB se pensava em criar um 2ºGAE que teria aviões de ataque, mas o plano não foi adiante.
Logo depois da Guerra das Malvinas, a ideia retornou com força, a MB e a FAB chegaram a analisar um lote de aviões A-4 de Israel, mas a compra não foi feita por falta de verbas.
A situação permaneceu até 1997, quando a Marinha readquiriu o direito de operar aeronaves de asa-fixa e MB acabou comprando os jatos A-4KU do Kuwait.
Situação que demonstra a histórica inapetência da FAB para ter aviação de ataque naval. Coincidentemente hoje a FAB continua tendo um sucedâneo terrestre para o 1º GAE (o Orungan) e não tendo um sucedâneo terrestre para o nunca criado 2º GAE.
O Orungan usa o P-3AM onde na época usava o P-15, não é um sucedâneo terrestre para o 1° GAE.
. http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/br/p-15.html
Não dá para não comentar…
Em 2:03 começa a falar do Arsenal, sendo o estaleiro mais sofisticado do país, dedicado à construção de navios, ampliando a capacitação, movimentando o mercado de construção naval.
Bons tempos!!! Que tudo indica não voltarão, o caminho trilhado foi outro…
Nilson, Veteranos do AMRJ são praticamente unânimes ao afirmar que a gradual decadência do Arsenal começou em 1990 (seis anos após o vídeo acima), quando, numa canetada presidencial, a sua força de trabalho deixou de ser CLT e foi incorporada ao serviço público, tornando a contratação e demissão engessadas. Isso levou à redução do número de trabalhadores conforme se aposentavam, paralelamente à virtual proibição ao AMRJ de prestar serviços de manutenção à Marinha Mercante (o que gerava mais escala industrial, com efeitos positivos na manutenção dos navios de guerra), impedindo o Arsenal de competir com estaleiros privados. Deu no que… Read more »
Lindas memórias. Mais admiráveis na expressão artística que bélica. Essa história de “asa fixa” na MB, pelos argumentos deduzidos, opções materiais aventadas e cenários estratégicos mirabolantemente imaginados é, de fato, mais uma satisfação do ego naval que uma estratégia efetiva de defesa. É válido para um debate, quase sempre passional, de entusiastas, mas é muito preocupante quando elevado a uma diretriz naval pelo Alto Comando, de cujas cãs, sob os alvos quepes e sobre os alvos trajes, se espera, além da harmonia nevada, um senso refinado de equilíbrio e efetividade na aplicação do poder naval, especialmente no cenário geopolítico atual.… Read more »
Pessoal, desculpe a pergunta idiota de um leigo, no caso, eu. O Minas ainda hoje poderia estar na ativa, desde que, óbvio, sofresse modernizações, ou ele foi desativado porque não tinha jeito mesmo de continuar operando? Forte abraço a todos.
Dificilmente, pois a grande questão era a sua velocidade máxima de 24 nós. Totalmente inadequada para a operação de aeronaves de asa fixa de alta performance.
Não é uma pergunta idiota Zé…a baixa do NAeL Minas Gerais se deu principalmente porque a marinha recém havia adquirido o “São Paulo” e não havia como manter e tripular 2 NAes, então mesmo tendo condições de permanecer em serviço por mais alguns anos, a prioridade era
o “São Paulo” que podia operar de maneira mais eficiente e segura os jatos A-4s, só que, de qualquer o “Minas Gerais” dificilmente teria chegado a 2010 com um bom custo/benefício.
abs
Espero ainda ver dois NAe na MB em operação (pelo menos um construído aqui)
Pena a imagem estar ruim…mesmo assim deu para identificar muita coisa, como o
submarino “Humaitá” no dique Almirante Santa Cruz, um Navio Transporte de Tropas, os
3 tipos de contratorpedeiros então ainda em uso, submarinos Guppy…havia um número
muito maior de navios e submarinos então, mas, assim era na maioria das marinhas, a
US Navy tinha em 1984 quase o dobro do que tem hoje.
“Walfrido Strobel 21 de Abril de 2018 at 14:33
O Orungan usa o P-3AM onde na época usava o P-15, não é um sucedâneo terrestre para o 1° GAE.”
.
Corretíssimo, Walfrido, no Orungan o P-15 foi sucedido pelo Bandeirulha que foi sucedido pelo P-3. Na minha malfadada tentativa de argumentação tentei usar o termo sucedâneo em oposição a sucessor, mais no sentido de algo que é diferente mas pode cumprir o mesmo papel.
Muito bom o vídeo.
A Marinha ainda tem um força considerável no hemisfério sul, ainda mais com a possível transferência dos P-3, com a chegada do novo capitania e com os novos subs modernos.
Sobre os caças, deixa pra década de 30 e que venha mais um porta helicópteros.
“Nunão 21 de Abril de 2018 at 10:50 Veteranos do AMRJ são praticamente unânimes ao afirmar que a gradual decadência do Arsenal começou em 1990 (seis anos após o vídeo acima), quando, numa canetada presidencial, a sua força de trabalho deixou de ser CLT e foi incorporada ao serviço público” . Que ótima recuperação histórica, Nunão. Os testemunhos são fundamentais para entendermos o ocorrido. . Mesmo sem conhecer o ato presidencial, imagino poder afirmar que tal canetada decorreu do art. 39 da Constituição de 88, que determinou o Regime Jurídico Único na Administração Pública Federal (no caso, estatutário, não poderia… Read more »
Nilson, se não me engano, ano passado externei esta idéia numa postagem; fundir a Engepron, Amazonia Azul e o CPN numa empresa de economia mista que seria o “braço” privado da MB. Sob esta nova empresa se colocaria a administração do AMRJ e do estaleiro em Itaguaí.
A MB definiria os requisitos necessários para seus meios e a Engepron faria o desenvolvimento, gerenciamento, construção, integração e manutenção dos meios da MB, inclusive subs. E, como disse o Nunão na breve aula histórica, poderia (e deveria) atender a marinha mercante gerando dividendos.
Seria a nossa DCNS.
Eita saudade do “Mingão”… muitos anos correndo atrás dos “P16” na pista. Na maioria das vezes eu ficava junto ao OLP da FAB alí na pista, mais na popa, mas vez por outra eu tb recebia as aeronaves que pousavam, como calçador e peiador…. aliás era eu com meu amigo Cabral que estávamos no recebimento do P16 que acabou caindo pela borda certa vez…. infelizmente acidentes acontecem…. afinal a pista de um porta-aviões é um dos lugares mais perigosos do mundo…
Vou botar a colher nessa história das peças do 25 de Maio utilizadas no MG. Posso assegurar que isso não aconteceu. Na época que o NAeL estava sendo preparado para a operação dos A4, o 25 de Maio, praticamente não existia. Suas peças de catapulta, que tem que ter precisão de menos de milímetro, já estavam a décadas sob sol e chuva, totalmente imprestáveis. Quase 10 anos antes visitei o navio argentino que estava, naquela época, visivelmente imprestável. Além disso, servia no Minas na época da preparação, no departamento de aviação e garanto que não usamos nenhuma peça de outros… Read more »
Roberto, obrigado pelo esclarecimento. É bom finalmente saber o que realmente aconteceu no meio de tantas informações.
E fizeram um excelente trabalho no Mingão, parabéns!
Roberto o que vc disse é verdade. Em uma edição da Revista Naval o então comandante do A-11, CMG Júlio César Araújo Passos, relatou em um artigo primoroso, todos os desafios e soluções encontradas para fazer os A-4 operarem no Minas. Chegou-se a cogitar a substituição da lançadeira, que apresentava algumas trincas, pelas do 25 de Mayo, mas segundo o próprio CMG Passos o mesmo já tinha virado “Gillete”. Abs.
Concordo com Sr. Roberto Bozzo. E o elogiopela boa explanação do sr Fernando de Martini
PS: Elogio pela boa…
Velhos cardeais.
Aeronaves robustas que tiveram um papel importantíssimo na época.
Bons tempos da Briosa!
O problema do Brasil na questão militar é a falta de urgência, para diminuir o GAP em relação a diversas áreas nós precisamos por as coisas em ordem para ontem… No caso dos A-4KU, quando chegaram acredito que todos estavam em condições operacionais, eram pouco voados e nunca tinham sido operados embarcados… Se na época que foram recebidos a MB já tivesse um plano de modernização engatilhado (o mesmo para o São Paulo), hoje nós poderiamos tê-lo operando satisfatóriamente (mesmo que fosse 12 unidades e o restante para fornecer peças, o que acho uma crueldade) com mísseis IR de 5º… Read more »
Alex… . o que foi publicado na época é que dos 23 adquiridos, 18 estariam em condições operacionais incluindo os 3 de dois lugares que seriam utilizados para treinamento em terra e os 5 restantes seriam canibalizados, colocados em exposição e um deles foi utilizado para treinamento da tripulação na movimentação de aeronave do hangar para o convés de voo e vice versa, ou seja, tudo dentro da normalidade. . Na minha opinião fica difícil se fazer um “planejamento” pois nem se sabia se e quando o “Foch” estaria disponível e os A-4s que foram adquiridos antes o foram em… Read more »
Srs Os A4 foram e continuam sendo vitimas da falta de foco nos objetivos e mudanças temperamentais de nossa administração pública. Pode-se dizer que a MB foi rápida, após receber sinal verde para operar aviação embarcada, pois adquiriu os A4KU, aviões quase “0”, e pos o Mingão em condições de operá-los em pouco tempo. Foi um trabalho digno de respeito. Também foi rápida na aquisição do Foch, e poderia se dizer que estava em bom caminho para dispor da capacidade de controle de área marítima. Porém, aí se perdeu, abandonou o caminho lógico trilhado até então e, não tratou da… Read more »
Alguém Aki q serviu no NAeL Minas Gerais, em meados de 84′, acaso se lembra qual equipe de uma revista embarcou para fazer uma reportagem sobre a rotina a bordo? Se tiver alguém q saiba, por gentileza, envie e-mail para joselitomsilva@yahoo.com.br.
Poder naval? é serio?