Estaleiro propõe Meko 100 à Marinha da Malásia por menos de US$ 129 milhões
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
Um navio-patrulha oceânico tipo Meko 100, de 1.850 toneladas, por menos de 129 milhões de dólares?
Segundo notícia publicada pelo grupo britânico Jane’s, o estaleiro Boustead Heavy Industries Corporation (BHIC), da Malásia, chegou a esse patamar de valor em recente proposta que fez aos chefes navais de seu país.
A BHIC já construiu quatro desses navios para a Real Marinha da Malásia (RMN na sigla em inglês) – a conhecida classe Kedah –, no âmbito do Projeto New Generation Patrol Vessels (NGPVs), aprovado no fim da década de 1990, e dispõe, portanto, de muitos dos recursos materiais e humanos necessários à fabricação de outras unidades,
Vinte anos atrás, o plano original do governo de Kuala Lampur era obter 27 navios Meko 100, de projeto concebido pela indústria alemã Blohm+Voss. Mas apenas os seis primeiros – na Força Naval da Malaísia classificados como corvetas – foram efetivamente produzidos.
Dois navios foram construídos na Alemanha entre 2001 e 2003, e entraram em serviço em 2006. A BHIC construiu as quatro unidades restantes na Malaísia – a última das quais ficou pronta em 2010.
As informações foram atribuídas ao chefe de Planejamento e Coordenação de Projetos da BHIC, Zulkefli bin Mohd Ghazali, que conversou com a reportagem da Jane’s na quinta-feira da semana passada (19.4), na capital da Malásia, durante a mostra internacional de armamentos Defense Services Asia (DSA).
Ghazali explicou que a oferta feita agora por sua companhia consiste em fornecer dois lotes adicionais desses navios, em uma versão revisada e melhorada do projeto original.
As entregas atenderiam a uma demanda formalizada pela Marinha de 12 corvetas classe Kedah, sob o guarda-chuva de um planejamento mais amplo aprovado pela Força, de reduzir de 15 para apenas cinco o número de classes de embarcações na Esquadra.
Redução que visa, antes de tudo, diminuir custos operacionais da corporação, e depois aumentar-lhe a eficiência.
Teto
Ghazali ressaltou: a meta de 12 novos navios tipo Kedah é “orientada pelo orçamento, com um teto de custos que não podemos exceder”.
Nos círculos navais internacionais, a crítica mais objetiva que se faz à classe Kedah é a de seu pobre armamento: um canhão Oto Melara de 76 mm na proa, e uma segunda peça de artilharia, tipo Breda-Mauser, calibre 30 mm (além de lançadores de chaffs e outros equipamentos de autodefesa).
Embora a maior parte das dimensões e especificações aprovadas para essa segunda entrega de navios sejam as mesmas das primeiras seis embarcações, e essas plataformas sejam bem providas de radares e outros sensores, o executivo da BHIC admitiu: agora, o baixo custo de fabricação das unidades precisará será alcançado “reduzindo” algumas das configurações e capacidades do navio, incluindo sistemas de armas.
Mudanças que, segundo Ghazali, não foram ditadas por sua companhia, mas resultaram de observações feitas por um comitê integrado por oficiais da Força Naval e por especialistas do estaleiro.