A Fragata Independência da Marinha do Brasil

Fragata Independência – F44

A Fragata Independência da Marinha do Brasil é atualmente o navio-capitânia da FTM-UNIFIL
A Fragata Independência da Marinha do Brasil é atualmente o navio-capitânia da FTM-UNIFIL

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

A Marinha Argentina pediu a ajuda do Ministério da Defesa do Brasil para obter uma vaga de Observador no Estado-Maior da Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM UNIFIL), organização de vigilância naval que se encontra, desde fevereiro de 2012, sob o comando de um almirante brasileiro.

A solicitação de cooperação foi apresentada pela delegação argentina que, na terceira segunda-feira deste mês (16.04), participou, em Buenos Aires, da 1ª Reunião do Diálogo Político-Estratégico entre a Argentina e o Brasil – evento tipo 2+2 organizado pelas Pastas da Defesa e das Relações Exteriores de ambos os países.

O lado argentino esteve representado pelo secretário de Relações Exteriores (nº 2 da diplomacia argentina), embaixador Daniel Raimondi, e pelo secretário de Estratégia e Assuntos Militares do Ministério da Defesa platino, Horacio Chighizola. A missão brasileira era formada pelo secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão, e pelo subchefe de Assuntos Internacionais do ministério da Defesa brasileiro, contra-almirante Carlos Eduardo Horta Arentz.

A cúpula da Armada Argentina vem tentando, desde o início do ano, remontar a presença dos seus militares em postos distantes do seu território, mas, devido às restrições orçamentárias, isso nem sempre é fácil.

Por exemplo: um plano de criar duas ou três Adidâncias Navais na costa ocidental africana, para monitorar as ameaças de piratas marítimos (ladrões e sequestradores) ao tráfego de navios mercantes, precisou ser adiado por falta de recursos. Em contrapartida, os argentinos conseguiram o aval do Comando Sul dos Estados Unidos, para engajar navios e pessoal da Marinha nos exercícios Panamax – de defesa do Canal do Panamá – e Unitas, de manobras de guerra no Atlântico Sul.

Operação conjunta – No Líbano os argentinos gostariam de ter um oficial que estivesse autorizado a acompanhar o trabalho do Estado-Maior da FTM-UNIFIL, não só nas reuniões de planejamento das missões de patrulha, mas também a bordo das unidades que fazem a interceptação e abordagem das embarcações suspeitas de contrabandearem armas e explosivos para os grupos radicais que operam em território libanês.

Segundo o Poder Naval pôde apurar, as delegações também examinaram a possibilidade de os seus países se apresentarem de forma conjunta para atender às demandas de forças de Paz das Nações Unidas.

Essa disponibilização de tropas só não será feita este ano, porque o Ministério da Defesa brasileiro não dispõe de verba para sustentar o envio dos seus militares ao exterior.

De qualquer forma, os centros de treinamento de Forças de Paz dos dois países serão orientados a preparar uma agenda de cooperação, visando futuros deslocamentos de contingentes para zonas de crise internacional.

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