Salvamento submarino: vietnamitas investem em navio de 4.000 tons
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
Havendo adquirido à indústria naval russa uma flotilha de seis submarinos de ataque diesel-elétricos da classe Kilo Improved, a Marinha da República Popular do Vietnã bateu, na quinta-feira última (24.05), na cidade portuária de Hài Phòng, a quilha do seu primeiro navio de buscas e salvamento submarino.
A cerimônia, presidida pelo Comandante da Força Naval do país, contra-almirante Phạm Hoài Nam, serviu, claro, à divulgação de um maior detalhamento do modelo encomendado, o MSSARS 9316.
Esse projeto foi primeiro revelado em janeiro passado, durante a mostra Vietship 2018, de Hanói, e será agora construído no estaleiro vietnamita Z189, vinculado ao Ministério da Defesa Nacional.
A indústria naval do Vietnã ganhou visibilidade no Sudeste Asiático há cerca de cinco anos, depois de formar uma joint venture com a companhia Damen Shipyard Group.
Ouvido pelo portal de notícias VietNamNews, um representante da fábrica Z189 revelou que a construção do MSSARS 9316 deverá durar 27 meses, e se baseará na experiência obtida pelo estaleiro na fabricação de dois modernos navios de socorro submarino para a Real Marinha Australiana: o MV Besant – lançado ao mar em outubro de 2014 – e o MV Stoker – de maio de 2015 –, ambos de 93,20 m de comprimento, 16 de largura, 4,20 m de calado e 2093 toneladas de deslocamento.
Beaufort force – A embarcação projetada para a Força Naval vietnamita terá porte consideravelmente maior que o da classe Besant: medirá 94 m de comprimento, 16 m de largura e 5,85 m de altura. Seu deslocamento deverá atingir as 4.000 toneladas.
O MSSARS9316 contará com heliponto na proa, câmara de descompressão, um “sistema de posicionamento dinâmico robusto e vários outros recursos” (características semelhantes às de um barco posicionador de plataformas de petróleo), que o habilitarão a operar sem grandes dificuldades em condições climáticas adversas, como ventos Beaufort force 9 – de 75-88km /h – e ondas de até 14m (condições que atrapalham até a navegação dos maiores navios de linha).
Além de sua missão prioritária, de funcionar como embarcação de resgate submarino, o MSSARS 9316 também estará apto a realizar levantamentos subaquáticos, mapeamentos do leito submarino e operar como navio de pesquisa oceânica.
Os navios australianos da classe Besant transportam um mini-submarino de salvamento (tripulado) LR5, mas não há informação se o navio vietnamita será equipado com um desses submersíveis.
O funcionário do estaleiro Z189 também omitiu as informações sobre o custo de construção do navio de salvamento. Fontes ocidentais estimam que ele se situe em torno dos 200 milhões de dólares.
Colômbia – Outra marinha que planeja investir em um navio de resgate de submarinos é a colombiana.
O governo de Bogotá deve se tornar, oficialmente, na semana que entra, membro associado da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e, dessa maneira, ampliar a sua participação nos trabalhos de rotina e eventos multinacionais do Grupo de Trabalho e Resgate de Submarinos da Otan (Submarine Escape and Rescue Working Group).
A Armada Colombiana tem quatro submarinos de ataque, dois Type 209 e dois Type 206, e nenhuma embarcação de salvamento.