Fragata Type 31e: Babcock anuncia projeto Arrowhead 140 baseado na classe ‘Iver Huitfeldt’ dinamarquesa
Hoje (31.5.18) a Babcock apresentou o Arrowhead 140, um projeto revisado como seu candidato para a competição da fragata Type 31e. Este novo conceito reduz alguns dos riscos potenciais do programa, uma vez que se baseia na forma do casco “Iver Huitfeldt”, atualmente em serviço com a Royal Danish Navy.
O consórcio “Team 31” liderado pela Babcock inclui agora Thales, OMT, BMT, Harland e Wolff e Ferguson Marine e estão numa disputa muito competitiva com o BAE Sytems/Cammel Laird “Leander”. Os prazos apertados e a ambição do projeto Type 31e acarreta riscos consideráveis, a experiência da BAE Systems e a propriedade intelectual existente os colocam em uma posição de liderança. Ao selecionar o projeto comprovado da Iver Huitfeldt como uma linha de base, isso reduz as incógnitas associadas à proposta do Team 31.
O conceito anterior da Babcock Arrowhead 120 era apenas um esboço muito básico, talvez um espaço reservado até que o novo design fosse refinado. O Arrowhead 140 é totalmente diferente e consideravelmente maior do que outras opções da Type 31, com quase 140 metros de comprimento, boca de 19,75 metros e com um deslocamento de aproximadamente 5.700 toneladas. A Babcock diz que o navio de boca larga é mais fácil de projetar, construir e manter. Tornar-se grande não aumenta drasticamente os custos de construção, mas melhora a estabilidade da plataforma, facilita as melhores operações de helicóptero em condições climáticas adversas, enquanto aumenta o conforto da tripulação.
A classe “Iver Huitfeldt” usando o sistema de carga útil modular StanFlex da Marinha Dinamarquesa e tem espaço para até 6 “módulos” intercambiáveis. Supõe-se que a Arrowhead não será equipada com módulos Stanflex, mas há muito espaço disponível e pode ser configurado de acordo com os requisitos do cliente. A classe “Iver Huitfeldt” são principalmente navios de defesa aérea e são movidos por 4 motores a diesel em uma configuração CODAD. Baratos e simples de manter, mas um pouco barulhentos e não ideal para a Guerra Antissubmarino (ASW), embora haja provavelmente espaço disponível para adicionar medidas de silenciamento. A Type 31e é uma plataforma de emprego geral, mas muitos gostariam que a versão da Royal Navy oferecesse alguma capacidade de ASW, potencialmente usando USVs e UUVs off-board.
A configuração detalhada para a Arrowhead 140 não é clara nesta fase, mas há espaço para 4 lanchas de missão/silos de mísseis VLS entre as baias. Um grande hangar seria capaz de abrigar um Merlin embarcado.
A Thales fornecerá seu sistema de gerenciamento de combate Tacticos, que possui arquitetura totalmente aberta, está em serviço há 25 anos e é exportado para 24 marinhas em todo o mundo. O Tacticos e seu pacote de suporte em serviço podem ser adaptados às necessidades dos clientes durante a vida útil da plataforma, embora seja um sistema totalmente novo no serviço da Royal Navy. O navio incorporará a tecnologia iFrigate™, que oferece manutenção e autodiagnóstico ativados digitalmente.
O Team 31 diz que a construção será feita usando 4 estaleiros colaboradores, blocos serão construídos na Babcock Appledore em North Devon, Ferguson Marine em Clyde, Harland & Wolff em Belfast com a montagem final e integração em Rosyth. Isso está de acordo com a meta da Estratégia Nacional de Construção Naval de gerar um genuíno ressurgimento da construção naval no Reino Unido, mas também garante que ainda haveria capacidade para programas paralelos, como o projeto FSS (Fleet Solid Support). Mais de 100 empresas que poderiam estar envolvidas na cadeia de fornecimento da classe Arrowhead 140 já participaram de uma conferência de fornecedores.
FONTE: www.savetheroyalnavy.org
Um comentárista havia postado esta noticia em outra matéria. Muito interessante este Arrowhead 140, propulsão CODAD (que aliás, em teoria, poderia ser a mesma adotada nas Tamandarés ?? ), muito espaço para diversos tipos de missão, 32 VLS e 16 mss (no caso das Iver Huitfeldt). A dúvida é se conseguirão manter os valores requeridos pela Royal Navy para cada unidade.
A propulsão das Tamandarés será CODAD.
Pois é. Está bem claro na matéria sobre a classe Tamandaré, que por acaso está bem aqui do lado: propulsão CODAD (4 motores). E tem até uma ilustração com o arranjo das praças de máquinas.
“propulsão CODAD (que aliás, em teoria, poderia ser a mesma adotada nas Tamandarés ?? )”
Desculpem, o certo é “o mesmo motor a ser adotado…” na frase….por isso expliquei mais abaixo em resposta ao Galante.
Sim Galante, eu sei. Minha dúvida é se seria possível utilizar exatamente os mesmos motores das Tamandaré numa hipotética Type 31e BR… As iver usam o MTU 8000 20V M70 em 4 unidades, a Tamandaré poderia usar o mesmo motor, em teoria ? Ou ele é muito grande/pesado para tal ?
Roberto, cada motor tem que ser adequado a um navio, pois isso impacta peso, dimensões, e principalmente no consumo, o qual impacta no raio de ação (e, por que não dizer, também no custo operacional). Há sempre um equilíbrio a ser buscado. O que se pode fazer é buscar economia de escala numa família de motores. Por exemplo, pode haver um modelo na família que utilize as mesmas dimensões de cilindros e outros itens, com 16 cilindros, e outro mais potente e pesado com 20 cilindros. Em arranjos CODAD para corveta e fragata, como você mencionou, pode-se utilizar 4 motores… Read more »
Entendi Nunão, agradeço.
Pra mim, os ingleses estão errando muito feio no tocante as Type-26 e Type-31… De um lado, estão fazendo um navio extremamente caro, que vai entregar pouco pelo custo que tem. Por outro lado para balancear, querem fazer um navio barato que tem de entregar muito. . Fazendo um paralelo, os italianos estão obtendo capacidades de forma mais balanceada, no tocante ao seu reequipamento com as FREMM e os PPA. . Acho o PPA uma solução muito mais inteligente e que entrega mais capacidades, para quem tem que fazer volume e resguarda uma boa capacidade de combate a Marinha. E… Read more »
Área modular do PPA:
Área modular com outros módulos:
Bardini,
As Type 31 vão provavelmente reutilizar armas e sensores das Type 23, logo, o custo de aquisição pode ser mais baixo.
Quanto ao custo e capacidade das Type 26, no primeiro caso (custo) não se sabe o que está englobado no valor anunciado. Quanto ao segundo ponto (capacidade), é uma opinião sua.
Na verdade, causa estranheza questionar a capacidade de um navio que, segundo info disponíveis, terá 24 células VLS (Mk 41) e ainda carregará 48 mísseis CAMM, e ao mesmo tempo elogiar a FREMM italiana que possui apenas 16 células VLS.
No caso das Type-26, mais poder de combate poderia ter sido adquirido pelo custo absurdo desses navios. . Mas a Royal Navy tem o navio que queria, ao invés de ter optado por uma FREMM, já testada e mais barata… Agora a RN vai ter de arranjar dinheiro pra armar o Navio de mais de 1,2 bilhões de libras. Um Navio desses, que em 2025, quando estiver operativo, vai de se defender só com Artisan 3D e Sea Ceptor. As FREMM ao menos tem ASTER-30. Tem Mk-41… Mas não tem dinheiro pra colocar armamento dentro desses silos. Não tem nem… Read more »
Mais uma vez está laborando em suposições.
O “mix” de armamentos não está definido.
“A FREMM ao menos tem Aster 30”. Mas quantos?! Supondo que 50% da capacidade é utilizada para os mísseis de defesa de área, teríamos tão somente 8 mísseis Aster 30, o que é pouquíssimo para um navio de 6500 tons. Mais ainda se pensarmos que restará espaço para apenas 8 Aster 15.
Ademais, a função AAW na RN é primária para as Type 45. Estas realmente não possuem instalados os lançadores de mísseis de cruzeiro, mas a Andrea Doria, na marinha italiana, também não tem.
Isso não é suposiçã. É a mais pura realidade. Uma FREMM francesa também custa muito menos que uma Type-26 e entrega muito mais… Tem capacidades hoje, que uma Type-26 não terá em 2025.
Mas o pessoal acha vantagem pagar mais de 1,2 bilhão de libras em navio desses, sendo que a RN não tem dinheiro pra armar o navio. Fazer o que, em discussões no UK, é a mesma coisa. Contam vantagem pagando mais caro e tendo menos.
O Bardini tem razão! As futuras Type 26 têm quase o mesmo tamanho das Type 45 (6.900 Tons x 8.000 Tons) e cada uma exerce uma função diferente. Não era melhor ter dado às Type 45 capacidade ASW e ter construído 14 cascos, liberando recursos para ter ao menos 13 Type 31 como Fragatas de emprego geral aptas a substituir as atuais Type 23? Se tivessem 16 Type 31 a RN teria 30 escoltas, que e considerado o número ideal.
Bardini, Acredito que tu continuas no campo da suposição, mas, enfim é a tua opinião. O teu julgamento, que acho equivocado, parte da lista de armas e sensores, sendo que durante a vida do navio mudanças ocorrem. Quanto ao melhor balanço de capacidades entre os navios eu concordo que a abordagem da RN talvez não seja a melhor, mas discordo quanto a qualquer juízo preliminar sobre as potencias capacidades da Type 26. Tireless, Na época da construção das Type 45 a questão orçamentária pesou e o número ideal de escoltas AAW foi reduzido. Não havia disponibilidade orçamentária para 14 cascos.… Read more »
Boa noite! Gostei muito desse navio Arrowhead 140 (olhe esse navio da matéria: HDMS Peter Willemoes (F-362), classe Iver Huitfeldt), que belo navio. Pessoal, fragata Type 31e é o nome da competição que vai escolher uma classe de fragatas para a Marinha do Reino Unido? Quantos navios serão construídos? Pelaimagem parece ter bastante tonelagem… Estou perdido…além das oito fragatas Type 26 serão construídos mais fragatas dessa classe type 31e? Incrível, esses ingleses são loucos, 2 porta-helicópteros/avião, 2 navios tanques, 8 fragatas type 26 e agora mais fragatas? Sem falar a classe Type 45. Eles planejam substituir os submarinos nucleares, certo?… Read more »
Tipo 31 é o nome do programa, em que várias empresas estão concorrendo. A situação não é tão boa assim pra eles, estão substituindo navios mais antigos, e em número menor do que tinham. Os britânicos precisam iniciar a substituição de 13 fragatas remanescentes Tipo 23 (eles tinham mais, venderam, assim como desativaram suas últimas Tipo 22, pra economizar recursos). Pretendiam fazer isso com a Tipo 26, já em processo de construção, maa elas ficaram tão caras que o número foi reduzido a 8. Por isso a Tipo 31, pensada para ser mais barata e responder pelas 5 que restarão… Read more »
Obrigado pela resposta, Nunão. Sim, eu acompanhei algumas matérias aqui no Poder Naval, mas sempre tive dúvidas em relação a esse programa type31e. Que estranho o fato dessas type 26 terem ficado caras demais e agora serem preenchidas por type 31e.
Obrigado novamente!
Não é muito estranho não, Ivan.
Na própria França, onde as FREMM não ficaram tão caras quanto as Tipo 26, também foi preciso cortar o plano original, e a diferença para a quantidade inicialmente planejada ficará a cargo de fragatas menores que a FREMM.
E só complementando…das 13 fragatas T-23s, “apenas” 8 delas
receberam sonar rebocado, ou seja, 8 são muito mais eficientes na
guerra anti submarino…parece que nunca há dinheiro suficiente
para se fazer tudo então se terá no futuro 8 fragatas T-26 e 5 mais simples T-31.
Offtopic
https://edition.cnn.com/2018/05/31/politics/us-warning-south-china-sea/index.html
As Type 31e são um navio que a RN não queria e que esta sendo enfiado goela abaixo pelo MoD. A proposta das 31e é que eles sejam os navios mais básicos e testados possíveis — ao contrario das Type 45 e 26 que contam com um grau de inovacao (e consequentemente de desafios e problemas) muito grande. As Type 31e tem que ter um custo muito baixo de fabricacao e manutenção e serem usadas em zonas de media/baixa intensidade onde um OPV não seria o suficiente e onde as Type 26 seriam um ‘overkill’, mas q também fossem capazes… Read more »
Marcelo,
A Khareef não é tão simplória quanto parece.
https://www.baesystems.com/en/product/corvettes
Tem menor deslocamento, sim, mas um sistema de propulsão que conta com sistema elétrico, o que não parece ser o caso da proposta da Babcock e pode fazer diferença para ASW.
Um belo projeto .. ja defendi.. e mt..pra MB uma variante do projeto Absalon/Iver dentro do reequipamento da MB .. seja la pra ”projeto Tamandaré” ou ”PROSUPER” .. .. belíssimo candidato a ”Type 31”… pena q n exista ”preço” ainda
Concordo plenamente Bruno, eu trocaria na hora qq proposta das Tamandarés por um derivado das Iver Huitfeldt como esse.
Quanto ao preço, essas fragatas teoricamente tem q caber no orçamento de £250 milhões/navio estabelecido pelo MoD britânico. E esse valor é muito próximo dos da Tamandare, mas evidentemente no caso britânico eles não tem q se preocupar com o “custo Brasil”…
Quem sabe tal oportunidade apareça pra MB (se ela se interessar tb ) .. do projeto apresentado acima ,algo ja bastante adequado ao q a MB quer , faria 2 pequenas modificações …..ampliar a capacidade no heliponto /hangar pra 2 helis médios (UH-60 por exemplo ) e acrescentar um sistema vls na proa do navio … projeto é extremamente modular ..veremos o q vai dar
“e acrescentar um sistema vls na proa do navio … ” mesmo com o VLS a meia nau já instalado ??
Por ser baseado numa fragata com projeto já amadurecido, reduzindo as possibilidades de problemas, também acho que seriam muito interessantes pra MB, se houvessem condições financeiras para tal.
Provavelmente os ingleses chegarão próximo a estes valores reutilizando os Artisan, os Phalanx, enfim, diversos sistemas nas novas fragatas.
Não acredito que estas Arrowhead 140, com tudo novinho em folha, saiam por menos de EUR$ 500, 600 milhões.
realmente é uma possibilidade Roberto, fui reler agora as especificações mínimas definidas pela RN para o tal preço de £250M e elas são bastante “minguadas” https://www.savetheroyalnavy.org/royal-navy-issues-outline-specification-for-the-type-31-frigate-to-industry/ por exemplo, nem sequer é necessário que o navio tenha sonar de casco (!) nem um míssil de defesa de ponto, apenas que esteja preparado para recebê-los (o famoso ‘fitted for but not with’). além disso eles definem o casco com padrão comercial, reforçado apenas em pontos onde haja “clara necessidade ou benefício”. baseado nisso realmente tenho que concordar que os sistemas apresentados na Arrowhead seria de uma configuração “ideal” ou de exportação e… Read more »
Acredito que o projeto Leander para esta competição se enquadra melhor numa das premissas principais, que é a exímia. Gostaria de ver a Leander na short list da Classe Tamandaré.