Prosub: entrega dos primeiros simuladores (PARTE 2)
Comissionamento dos dois primeiros simuladores para submarinos classe S-BR ocorrerá nesta semana
por Guilherme Poggio
Dando sequência à matéria publicada ontem (clique aqui para ler o texto), segue abaixo a segunda e última parte sobre os simuladores para submarinos classe S-BR. Como as informações colhidas durante a visita ao EBN foram muitas, nós do Poder Naval reproduziremos todas elas em diferentes postagens.
Simulador baseado em computador (Computer Based Training – CBT). A função básica é simular de forma integral o software de controle integrado da plataforma do navio (IPMS – Integrated Platform Management System).
A sala do simulador é composta por oito estações de trabalho (cada uma com quatro telas planas). Em cada uma dessas estações é possível simular o funcionamento do submarino e seus diferentes sistemas. O software permite reproduzir fielmente as mesmas telas das estações de trabalho (consoles) que o submarino real terá.
O software possui um módulo de passeio virtual pelo submarino e pelo que pudemos ver uma das quatro telas das estações sempre apresentava esta informação.
Com o CBT será possível simular 3.000 falhas diferentes que podem ocorrer no navio. Ou seja, praticamente quase todas as possibilidades de algo dar errado podem ser treinadas naquela sala antes mesmo que a tripulação navegue pela primeira vez com o submarino. Além da simulação da falha o software reproduz as reações do navio diante delas.
É importante destacar que muitas destas falhas possuem restrições de simulação em mar por implicar em riscos à plataforma e/ou aos tripulantes. Este talvez seja o grande salto que a Força de Submarinos dará na área de simulação, pois até então a Marinha não operava simuladores com esse patamar para treinar suas tripulações.
Tela mostrando o ambiente virtual de praça de máquinas do S-BRSimulador de superfície. Este é um simulador de retorno à superfície. Todo submarinista antes de retornar à superfície com segurança deve recompor o quadro tático na cota periscópica e seguir uma série de procedimentos. Até por este motivo o simulador conta com o sistema de combate completo e um periscópio de ataque.
Há similaridades entre o simulador de superfície e o simulador tático. Porém, o simulador de superfície não possui o sistema de combate completo. A Marinha possui a opção de adquirir o sistema de combate completo para o simulador de superfície e assim ficar com dois simuladores táticos. No entanto, ela preferiu no momento realocar recursos em outras áreas mais críticas do programa.
No momento da visita o simulador estava montado e a empresa Naval Group realizava testes internos para que o comissionamento dele ocorresse juntamente com o simulador tático (não visitado pela equipe do Poder Naval) na segunda semana de julho.
Além dos três simuladores detalhados acima existem outros três em diferentes fases de implantação (tático, controle de alagamento e procedimentos de escape).
O Simulador de plataforma (ver post anterior) e o CBT (descrito acima) estão mais adiantados. O comissionamento dos mesmos deverá ocorrer ainda nesta semana. Em seguida o pessoal responsável terá duas semanas de instrução e, posteriormente, os simuladores serão considerados entregues.
Na mais recente atualização do acordo comercial do Prosub a Marinha incluiu um contrato de manutenção dos simuladores até o final da abrangência do contrato de manutenção dos submarinos, incluindo a capacidade de atualização do software.
Por fim, completando a descrição das instalações do prédio dos simuladores dos submarinos convencionais, existem cinco salas de aula e um auditório que se localizam no andar superior.