Nacionalização no Prosub – desafios exemplificados
por Guilherme Poggio
O programa de nacionalização do Prosub possui a finalidade de promover a nacionalização de equipamentos e sistemas para submarinos com alto teor tecnológico e com aplicação em outros setores industriais. Ele também visa o incremento da capacitação das empresas nacionais através da absorção de novas tecnologias e a ampliação e diversificação de suas bases comerciais.
O programa de nacionalização faz parte de uma lista de 21 operações de compensação financeira (“offset”) acordadas entre a Marinha do Brasil e a empresa DCNS (atualmente Naval Group). Os acordos de compensação são instrumentos legais que formalizam os compromissos e as obrigações do fornecedor estrangeiro para compensar as importações realizadas.
Inicialmente a Marinha definiu 89 projetos para o programa de nacionalização e elegeu cerca de meia centena deles como de caráter prioritário. Diversas empresas nacionais foram sondadas e muitas resultaram em acordos comerciais. Um grupo menor de projetos ainda permanece em fase de busca de candidatos.
O Poder Naval teve acesso a informações exclusivas sobre os desafios enfrentados diariamente pela equipe que gerencia o programa de construção de submarinos da Marinha do Brasil no que diz respeito ao programa de nacionalização. Numa série de três posts o Poder Naval abordará três diferentes histórias que exemplificam este árduo trabalho.
- Nacionalização no Prosub – o desafio das baterias
- Nacionalização no Prosub – motores elétricos
- Nacionalização no Prosub – fabricação do casco resistente
Parabéns ao site! Sempre tive a curiosidade de compreender melhor como funciona a aplicação de offsets industriais em acordos como esse! Obrigado.
Vendo a complexidade desse projeto, eu só posso imaginar o prejuízo que seria se não houver continuidade depois dos 4 subs “normais” e 1 nuclear.
Willber, Cada um tem o seu modo de ver e imaginar as coisas. Eu já acho que mesmo que se concretize o pior cenário, onde não haja verba para se prosseguir além dos 4 SBR e do SubNuc, já tivemos um ganho imenso. Se você vem acompanhando as últimas matérias detalhando o Projeto, você vai ver claramente que todo o ToT e toda a expertise adquirida pela MB e pelas empresas que se credenciaram como fornecedoras do Projeto, coloca o Brasil pelo menos 30 a 40 anos na frente de qualquer outro país do Continente Americano. Perderíamos apenas para os… Read more »
Pelo contrário, eu lí as matérias anteriores. Da mesma maneira que eu lí sobre as reportagens sobre as corvetas Barroso e sobre os subs tupi. Em ambos os casos, foram gastos muito, pra se construírem aqui, com domínio de tecnologia, mas ficaram em apenas poucas unidades. Nunca critiquei o que foi gasto no PROSUB, pelo contrário, tenho um mínimo de idéia do quanto essa tecnologia é importante pro país como um todo. O que critiquei é a possibilidade ( possibilidade real, você há de concordar comigo ) de que, após isso, fique em apenas 5 submarinos ao todo, mesmo com… Read more »
O cenário ideal, onde seriam construídas mais unidades, históricamente no Brasil não tem precedentes.
Vamos torcer para que isso mude, porém, o que estou querendo destacar, é que mesmo no pior cenário já haveriam ganhos enormes, e não prejuízo, como você disse no seu post inicial.
Só isso.
Abs.
Penso que, para evitar a dependência estrangeira, pelo menos dois ítens dos SBR sejam absolutamente necessários que sejam produzidos localmente : As baterias e os torpedos.
Na condição de brasileiro e empresário, eu gostaria de saber para quais itens a MB procura um fornecedor. A lista destes itens é aberta aos cidadãos pagadores de impostos ou é confidencial e restrita ao seleto grupo que administra nossa defesa?
Sugiro consultar:
https://www.cecade.defesa.gov.br/site/images/arquivos-baixar/Guia-Prod-Defesa/GUIA-PORTUGUES.pdf
Renato, esse assunto já foi abordado em várias matérias, a Marinha fez chamamentos etc.
Abaixo, uma das matérias que trataram do assunto aqui no Poder Naval:
http://www.naval.com.br/blog/2014/12/21/fornecedores-nacionais-do-prosub/
E um link da Marinha dedicado ao tema:
https://www.marinha.mil.br/prosub/nacionalizacao
Parabéns, naval! . obrigado por nos brindar com estas reportagens.
Estou degustando um pouco desta delicia e desenvolvimento.
Eu não critico nada.
Mas vejo nas propagandas falando que o Brasil vai se tornar independente na produção de radioisótopos, etc.
Como o Brasil tem há décadas usinas nucleares, inclusive o pessoal da ONU veio e os equipamentos ficavam escondidos por uma lona, pensei que o Brasil já tinha conhecimento suficiente nessa área.