Fragatas Type 23: sondagem de oficiais brasileiros não detecta antecipação de ofertas
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
Uma discreta investigação feita por oficiais brasileiros que trabalham na Base Naval de Devonport, em Plymouth – 340 km (por terra) a sudoeste de Londres –, nos serviços de preparação para que o porta-helicópteros PHM Atlântico (ex-HMS Ocean) possa ser transferido à Marinha do Brasil, ainda não conseguiu identificar a época em que a Marinha Real começará a disponibilizar suas fragatas classe Duke – Type 23 – às marinhas de “nações amigas”.
A Royal Navy possui 13 desses navios, que deslocam 4.900 toneladas e foram entregues à frota britânica no período de 1991 a 2002. Além da MB, também a Armada Chilena têm interesse nos escoltas.
Durante a mesma sondagem os militares brasileiros obtiveram apenas a confirmação de que os navios-doca de guerra anfíbia da classe Albion – Albion e Bulwark, construídos, respectivamente, em 2003 e 2004 – serão desativados nos anos de 2034 e 2035.
Mas, ao menos no momento, essas unidades não chamam a atenção da MB que, mesmo submetida a fortes restrições orçamentárias, conseguiu comprar, além do HMS Ocean, o navio-doca Bahia (antigo Siroco, da Marine Nationale).
Por outro lado, apesar de, na semana passada, o Ministério da Defesa do Reino Unido ter negado que estivesse oferecendo um dos seus dois navio-tanque classe Wave à Força Naval brasileira, os oficiais do Brasil vêm recolhendo indícios de que o plano dos ingleses nesse sentido é real.
Royalties – Ouvido pelo Poder Naval, um almirante da reserva que acompanha de perto os esforços (malabarismos…) financeiros da gestão Leal Ferreira com o objetivo de manter o programa de reaparelhamento naval, revelou que o Comandante da Marinha está concentrado em encontrar uma alternativa para repor os 500 milhões de Reais que a Força irá perder por conta de novos cortes orçamentários.
Esse dinheiro integra, ou integrava, a verba reservada à construção de quatro escoltas classe Tamandaré, e, de acordo com a fonte, a esperança da Marinha agora é repor os recursos por meio de um estratagema de elevação da receita dos royalties do petróleo a que a Marinha tem direito.
O assunto dominou parte das conversas nas duas solenidades alusivas ao 11 de Junho (Batalha de Riachuelo) que foram presididas por Leal Ferreira no Rio de Janeiro: a cerimônia militar no complexo do Corpo de Fuzileiros Navais, na Ilha do Governador, e a recepção, à noite, no Clube Piraquê, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas.
Mostra – Na manhã da última sexta-feira de junho, dia 29, o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior, presidirá, em Devonport, a cerimônia de batismo, mostra de armamento e transferência para o setor operativo do PHM Atlântico.
A solenidade contará com a presença do Embaixador do Brasil em Londres, Eduardo dos Santos.
O navio deverá chegar ao Rio de Janeiro no início de agosto.