Armada Argentina está fora da Operação Atlasur na África do Sul
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
A Armada Argentina comunicou à coordenadoria da Operação Atlasur, na Base Naval de Simon’s Town, África do Sul, que está impossibilitada de participar da 11ª edição do evento, que terá lugar entre 21 de agosto e 24 de setembro próximos, defronte ao litoral sul-africano.
A informação foi divulgada no fim da semana passada pelo departamento de Eventos Corporativos das Forças de Defesa Nacionais da África do Sul.
Os argentinos planejavam destacar para essas manobras ao menos uma corveta, mas o rodízio de navios que participam das buscas a vestígios do submarinos ARA San Juan, além de outros compromissos de patrulhamento das águas jurisdicionais argentinas e de adestramento das tripulações da Flota de Mar, inviabilizaram o envio de uma unidade à África do Sul.
No último dia 24 de junho a corveta Espora suspendeu de Puerto Belgrano, na região central da costa argentina, com cerca de 100 tripulantes, rumo à zona de busca do submarino argentino perdido a 15 de novembro de 2017.
A Atlasur é um exercício que se realiza a cada dois anos, estruturado em duas fases de mar que reúnem embarcações, aeronaves e equipes de forças especiais (especializadas em abordagem em alto-mar) das forças navais envolvidas.
Suas manobras incluem técnicas de guerra de superfície, enfrentamento de ameaças submarinas, combate aeronaval, táticas de forças especiais e de ações anti-pirataria, entre outras.
Super Lynx – Este ano os sul-africanos estarão representados por dois navios consideravelmente modernos: a fragata Amatola (F145), da classe Valour (Meko A-200SAN), e o submarino IKL-209 Manthatisi (S191), da classe Heroine.
Além deles a Força Naval da África do Sul mobilizou também o navio de pesquisas hidrográficas Protea.
A Marinha do Brasil comunicou aos sul-africanos o envio a Simon’s Town da corveta Barroso (V34), de 2.350 toneladas (carregada); e o Uruguai, a viagem do navio de apoio logístico General Artigas (ROU 04), da classe alemã Luneburg, de quase 4.000 toneladas.
Equipada com um helicóptero Super Lynx, a Barroso levará ao continente africano, juntamente com sua tripulação normal, um destacamento de sete combatentes de elite.
O General Artigas transportará um helicóptero Esquilo (doado pelo Brasil há vários anos), além de 140 tripulantes – entre eles uma equipe tipo VBSS, de visita, abordagem, busca e apreensão.
A fragata Amatola também embarcará uma tropa do Esquadrão de Reação Marítima (para fainas de abordagem e mergulho de combate), além de um helicóptero Super Lynx.
Com o intuito de incrementar a Atlasur XI, o Ministério da Defesa sul-africano autorizou a presença, nessa operação, de caças Gripen sediados na base aérea de Makhado, situada em Limpopo, 386 km ao norte de Joanesburgo, além de uma aeronave C-47TP Turbo Dakota, de vigilância marítima, pertencente ao Esquadrão 35 da Cidade do Cabo, e de um helicóptero bimotor de transporte modelo Atlas Oryx (versão sul-africana do SA 330 Puma francês).
Quando a Atlasur XI acabar, o navio uruguaio partirá para sua base em Montevidéu, enquanto a corveta brasileira permanecerá em Simon’s Town, aguardando a chegada de uma fragata indiana para que as Marinhas da África do Sul, do Brasil e da Índia possam realizar a Operação Ibsamar 2018.