Uruguai abre negociações por corvetas usadas italianas
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
Navios e aeronaves de 2ª mão, baratas ou, simplesmente, doadas.
Esse é o nível do material que a Armada da República Oriental do Uruguai está negociando para recompor um mínimo de capacidade operacional, tanto nas operações essencialmente militares como nas missões de busca e salvamento.
De acordo com o correspondente do portal Infodefensa.com em Montevidéu, Gabriel Porfilio, os chefes navais uruguaios têm negociaciones iniciadas con Italia para la transferencia de dos corbetas de la classe Minerva.
O Poder Naval apurou que os navios seriam a Sfinge (F554), operativa desde fevereireo de 1988, e a Fenice (F557), comissionada pela Marina Militare em setembro de 1990. Ambas foram desmobilizadas a 29 de maio do ano passado.
Trata-se de navios de 87 m de comprimento, 10,5 m de boca máxima e 1.285 toneladas de deslocamento a plena carga – mas que se encontram mais leves em função da retirada de alguns dos seus equipamentos como, por exemplo, o sistema de defesa antiaérea Alenia Aspide.
O que resta de armamento aos navios é um canhão OTO Melara Compatto, de 76 mm na proa, dois lançadores triplos de torpedos de 324 mm distribuídos pelos dois bordos e metralhadoras pesadas. Quatro barcos desse tipo já foram transferidos à Guarda Costeira de Bangladesh.
Em 2015 os Minerva foram oferecidos à Marinha do Brasil, e até inspecionados por oficiais brasileiros.
A principal desvantagem desses patrulheiros é a falta de um deck para operações aéreas à ré. Isso, contudo, não constitui problema importante para a Marinha uruguaia, que, na atualidade, possui apenas um aparelho de asas rotativas apto a ser embarcado: um Esquilo cedido, há vários anos, pelo governo do Brasil.
As tratativas pelos Classe Minerva avançam com lentidão por causa das severas restrições orçamentárias nas Forças Armadas uruguaias.
A expectativa em Montevidéu é de que os navios possam chegar ao estuário do Rio da Prata por, no máximo, alguma coisa em torno dos 40 milhões de dólares – a metade do preço de um patrulheiro oceânico novo, oferecido pela companhia alemã Lürssen.
Salvamento – Os uruguaios precisariam dar baixa em sua única fragata da classe João Belo, e também nos dois caça-minas de origem alemã (oriental), hoje usados como navios de salvamento.
As três unidades estão tão desgastadas que sua operação tornou-se antieconômica.
O governo uruguaio negocia a compra de dois pequenos barcos da Deutsche Gesellschaft zur Rettung Schiffbrüchiger –DGzRS, o serviço civil de busca e salvamento que monitora o tráfego naval nas águas jurisdicionais alemãs no Mar do Norte e no Mar Báltico, além de faixa marítima da Zona Econômica Exclusiva.
A Aviação Naval uruguaia receberá, até o fim do ano, três monomotores de reconhecimento O-2A Skymaster, doados pela Armada Chilena (aeronaves que, no passado, pertenceram à USAF), além de dois helicópteros Agusta Bell 412, selecionados entre as aeronaves da Guarda Costeira da Itália, e dois turboélices T-34C Mentor, dos estoques da Marinha do Equador, que vão reforçar a instrução básica dos aviadores navais uruguaios.