‘Short List’ do Programa Tamandaré deve sofrer novo adiamento
Segundo uma fonte ligada à concorrência das corvetas classe Tamandaré ouvida pelo Poder Naval, a divulgação da “short list” das propostas não ocorrerá mais em 27 de agosto, mas deve ser adiada para o final de outubro.
Em 18 de junho de 2018, a Marinha do Brasil (MB) informou a entrega das propostas pelas empresas interessadas no Projeto Corvetas Classe “Tamandaré”.
A proposta vencedora será responsável por todo processo que envolve a seleção de fornecedores e tudo que envolve a construção e integração de sistemas e armamentos as corvetas.
A seleção considerará a melhor oferta para aquisição/construção no Brasil das quatro corvetas da Classe Tamandaré. Neste processo será analisada apenas uma proposta por fornecedor, que deverá considerar duas opções, onde a primeira trata-se do projeto de corvetas desenvolvido pela Marinha do Brasil, sendo de sua propriedade intelectual.
Na segunda opção a Marinha do Brasil abre a oportunidade da proponente ofertar um projeto de sua propriedade intelectual, o qual será denominado NAPIP (Navio de Propriedade Intelectual do Proponente). Porém, nesta segunda opção, caberá a empresa atender as seguintes condições exigidas pela Marinha do Brasil para aceitação do NAPIP:
- O proposto deverá atender ou superar os requisitos/capacidades do projeto desenvolvido pela MB, com relação aos sistemas, subsistemas, sensores e armamentos previstos no projeto de concepção da força.
- A proponente deverá ter construído navios com base no projeto do NAPIP, comprovando suas capacidades.
A classe Tamandaré – A Corveta Classe “Tamandaré” (CCT) foi projetada pelo Centro de Projetos de Navios da Marinha do Brasil (CPN) com detalhamento contratado à Vard. A CCT é uma evolução das classes “Inhaúma” e “Barroso”, e em relação a esta última, aproveitou a maior parte das linhas comprovadas do casco, diferenciando-se porém pela ampliação da boca (largura) em cerca de um metro e meio.
Nove propostas
Segundo a MB, foram recebidas, após a análise documental, 9 (nove) propostas comerciais que passaram desde então a serem analisadas sob os pontos de vista técnico, jurídico, fiscal e orçamentário/financeiro.
As referidas propostas indicaram a participação das seguintes empresas nacionais e internacionais, em formação de consórcios ou em grupos de empresas, as quais permanecem no processo de escolha da Melhor Oferta:
- BAE Systems, CONSUB Defesa Tecnologia S.A. e MAC LAREN Oil Estaleiros Ltda.
- Consórcio “ÁGUAS AZUIS” – ATECH Negócios em Tecnologias S.A, EMBRAER S.A e THYSSENKRUPP Marine Systems GmbH, contando com as seguintes empresas subcontratadas: ARES Aeroespacial e Defesa S.A, Fundação EZUTE, OCEANA Estaleiro S.A, OMNISYS Engenharia Ltda, SKM Eletro Eletrônica Ltda e WEG equipamentos elétricos S.A.
- Consórcio “DAMEN SAAB TAMANDARÉ” – DAMEN Schelde Naval Shipbuilding B.V e SAAB AB, contando com as seguintes empresas subcontratadas: CONSUB Defesa e Tecnologia S.A, WEG equipamentos elétricos S.A, e WILSON SONS Estaleiros Ltda.
- Consórcio “FLV” – FICANTIERI S.p.A, LEONARDO S.p.A e VARD PROMAR S.A., contando com as seguintes empresas subcontratadas: Fundação EZUTE e ARES Aeroespacial e Defesa S.A.
- Consórcio “VILLEGAGNON” – NAVAL GROUP, ENSEADA Indústria Naval S.A e MECTRON S.A.
- GOA Shipyard Limited, INDÚSTRIA NAVAL DO CEARÁ (INACE), Fundação EZUTE e SKM Eletro Eletrônica Ltda.
- GRSE – Garden Research Shipbuilder Engineers, ELBIT Systems Ltd e SINERGY Group Corporate.
- STM, Estaleiro BRASFELS Ltda., Fundação EZUTE, THALES, e OMNISYS Engenharia Ltda.
- UKRINMASH, THALES e AMRJ.
Cruzador classe Slava
A proposta mais inusitada é a oferecida pela Ukrinmash da Ucrânia, que além da corveta Project 58300 disponibiliza como offset o casco do cruzador Project 1164 classe “Slava”, que o jornalista Roberto Lopes divulgou em primeira mão no Poder Naval em 13 de julho.
O site Defesanet confirmou a informação ontem e incluiu dados adicionais da proposta:
“Transferência para a MB do cruzador de mísseis de “Projeto 1164” (“Atlant”), que será restaurado e desmilitarizado na Ucrânia para posterior entrega no Rio de Janeiro. De acordo com a decisão da Marinha quanto ao emprego do navio e sua nova configuração, esse importante meio naval será modernizado por especialistas ucranianos, já em solo brasileiro, com a implementação de um novo conjunto de documentos de projeto a ser desenvolvido pelo SRDSC, que incluirá modernos sistemas de combate e armamento, de comunicações, de navegação, dentre outros, a critério da MB. É importante notar que o cruzador permanece em água doce, sendo submetido a um programa contínuo de armazenamento e preservação em acordo com normas e procedimentos específicos.”