Você já foi ao Bahia? – parte 1
Visite o NDM Bahia nesta série de matérias do Poder Naval. Nesta primeira parte, conheça externamente os convoos, armamentos e, internamente, os hangares / garagens, a doca, além do passadiço e torre de controle de aeronaves
Por Fernando “Nunão” De Martini
Parodiando versos de uma canção do compositor baiano Dorival Caymmi: Você já foi ao Bahia? Então vá! Ou melhor, venha com a gente, visitando o NDM Bahia em fotos, informações e conhecendo mais detalhes sobre o navio doca multipropósito incorporado à Marinha do Brasil (MB) em 10 de março de 2016. Nestes últimos dias, a atenção dos leitores tem se voltado à chegada do PHM Atlântico, que foi coberta pelo Poder Naval justamente a bordo do NDM Bahia. Porém, como os dois navios se completam em suas capacidades, e muitas vezes deverão operar em conjunto em exercícios e operações da MB, vale a pena conhecer mais detalhes sobre o segundo maior navio da Marinha em operação.
Nossas visitas que geraram as fotos e informações para essa série foram realizadas em duas ocasiões: a primeira em 28 de junho de 2018, durante a exposição de defesa RIDEX (quando o navio estava atracado no chamado pier Mauá, ao lado dos armazéns da área revitalizada do Rio de Janeiro, onde ocorreu a feira), ocasião em que o navio foi visitado pelo colaborador Fernando “Nunão” De Martini, e a segunda entre os dias 24 e 25 de agosto, no embarque do editor Guilherme Poggio para acompanhar a chegada do PHM Atlântico ao Brasil.
A visita realizada em 28 de junho foi organizada pela Marinha especialmente para a imprensa especializada em defesa, incluindo no roteiro diversos compartimentos do Bahia (G40). Junto ao NDM também estava atracado outro meio da esquadra, a corveta Barroso (V34), além de dois meios distritais, o navio-patrulha Gurupá (P46) e o aviso de patrulha Marlim (GptPNSE-01), ambos do Grupamento de Patrulha Naval do Sudeste, subordinado ao 1º Distrito Naval (RJ), como pode ser visto na foto abaixo à esquerda, tirada no dia anterior à visita ao Bahia. Clique nas imagens para ver em tamanho maior. Todas as fotos da matéria, exceto quando indicado, são do autor.
A visita externa, assim como ao passadiço (área de navegação do navio), torre de comando das operações aéreas, hangar e convoo foi conduzida pelo próprio comandante, capitão de mar e guerra Alexandre Itiro Villela Assano, e será mostrada nesta primeira parte da matéria. Também mostraremos aqui a doca, para onde fomos conduzidos pelo imediato do navio, capitão de fragata Daniel Daher Rodrigues, que também nos mostrou outros compartimentos como o hospital (áreas que serão tema da próxima parte).
Multimissão – O CMG Assano, logo após receber a imprensa especializada, nos encaminhou ao passadiço, onde aproveitou para abordar diversas características do NDM Bahia. O navio foi adquirido usado da França em 2016, tendo servido à Marinha Francesa, desde sua incorporação em 21 de dezembro de 1998, com o nome Siroco (L 9012). Na França, era classificado como TCD: Transport de chalands de débarquement – transporte de barcaças de desembarque. Trata-se do segundo exemplar da classe “Foudre”, de dois navios, e seu emprego principal na Marinha Francesa era justamente o designado na sigla TCD, transportar barcaças de desembarque (com carros de combate, viaturas, materiais, pessoal) em operações anfíbias e de transporte operacional, sem a ênfase no Multipropósito que existe na designação brasileira. E esse foi um dos temas abordados pelo CMG Assano no passadiço do navio.
Quando em serviço na França, o navio tinha uma tripulação fixa de 224 militares (19 oficiais e 205 praças), menor que hoje, em serviço no Brasil, que é de 288 (32 oficiais e 256 praças). O motivo é que atividades mais especializadas, como as do hospital ou de operações embarcadas entre outras, contavam apenas com núcleos na época em que era o Siroco. Estes núcleos eram largamente complementados, durante as missões, por pessoal de outras forças, numa filosofia “interarmées”, em especial do Exército Francês (Armée de Terre). Isso tornava o navio uma plataforma multipropósito apenas em missões específicas.
Já para atender às necessidades militares do Brasil, levando em conta como nossas Forças Armadas operam em conjunto e suas atribuições específicas, a Marinha decidiu explorar o potencial multipropósito do navio com seu próprio pessoal e de forma plena. Isso resultou numa tripulação maior que a original da Marinha Francesa, mas é preciso levar em conta um outro dado na comparação: segundo o comandante Assano, quando em serviço na França, ao se somar à tripulação fixa de 224 pessoas todo o pessoal “interarmée” a bordo, o número resultava consideravelmente maior do que a tripulação de 288 militares que a Marinha aloca especificamente ao navio. Nessa perspectiva, a capacidade multimissão do Bahia é desempenhada com menos gente a bordo do que em seus tempos de Siroco, o que para Assano significa uma maior eficiência de sua tripulação fixa.
Prontidão – A capacidade multimissão de sua tripulação como um todo é um dos fatores que mantém elevada a prontidão do navio, o que foi comprovado na recente crise gerada por paralisação de caminhoneiros: menos de cinco horas após ser acionado para cumprir missão de Garantia da Lei e da Ordem no Porto de Santos (SP), o Bahia já navegava com centenas de fuzileiros navais a bordo, além de aeronaves e veículos.
Essa prontidão vem sendo atingida, também, pelo pouco índice de problemas dos sistemas do navio, sendo destacada especificamente a propulsão, considerada confiável: o comandante informou que, na travessia realizada pelo Bahia da França ao Brasil, foi mantida continuamente a velocidade de cruzeiro de 15 nós sem problemas. Pouco tempo após sua chegada ao Brasil (abril de 2016) o navio começou a ser utilizado em exercícios e operações anfíbias, mantendo boa disponibilidade e recuperando a capacidade da Marinha operar embarcações de desembarque a partir de navios dotados de doca alagável, interrompida pela baixa dos navios de desembarque doca Rio de Janeiro (junho de 2012) e Ceará (em abril de 2016, após grave avaria sofrida em abril de 2015). Essa capacidade será tema da próxima matéria, que mostrará a doca do NDM Bahia.
Armas de defesa – Após as considerações feitas no passadiço, o comandante Assano nos acompanhou na área externa ao mesmo (asas, lais), onde pudemos ver parte do armamento de autodefesa do Bahia, num padrão que praticamente já equipava o navio em seus últimos anos de serviço na França, como Siroco. Um nível abaixo, voltado pra a proa, está uma das três metralhadoras de 20mm emprego de superfície (foto imediatamente abaixo), que em conjunto com quatro metralhadoras .50 (12,7mm – uma das quais é vista na última imagem à direita) provê a defesa próxima contra ameaças como pequenas lanchas. Não são armas de emprego específico antiaéreo, defesa que no Bahia está a cargo de dois lançadores duplos Simbad, um a boreste e outro a bombordo, ambos na parte posterior da superestrutura, sobre a área do hangar.
Os lançadores são de operação manual, e seus operadores recebem dados sobre posição do alvo aéreo fornecidos verbalmente pelo Centro de Informações de Combate do Navio. Cada um está equipado com dois mísseis de curto alcance Mistral, de orientação por infravermelho e recarga também manual – vale ressaltar que mesmo navios anfíbios maiores e mais modernos em serviço hoje na França, os BPC (Bâtiment de Projection et de Commandment – navio de projeção de força e comando) da classe “Mistral”, também são dotados de dois lançadores do tipo.
Falando em CIC, foi solicitado que não o fotografássemos durante a visita, pois estava passando por mudanças – vale ressaltar que há uma área anexa ao mesmo capaz de abrigar as operações de um estado-maior, com espaço para instalar sistema de dados táticos (CIC da Força Anfíbia). O radar que equipa o navio é do tipo 2D, ou seja, não fornece altitude exata de um alvo aéreo, apenas aproximada (outros dados de posição são informados com precisão), para os operadores dos lançadores Simbad. Havia, porém, uma alça eletro-óptica (EO) no Siroco quando em serviço na França, que auxiliava na identificação dos alvos aéreos e posicionamento das defesas, mas esta foi retirada pelos franceses antes da incorporação do navio pela MB. Seria importante, quando da eventual reformulação do CIC do Bahia, a instalação de uma nova alça EO para suprir essa lacuna.
Operação de aeronaves – Mencionamos aeronaves como ameaças, mas é hora de falar da capacidade do navio operá-las. Antes da chegada do PHM Atlântico (que começou a passar pelas devidas certificações e inspeções para poder operar aeronaves de forma plena), o Bahia foi o meio que retomou a capacidade de operar todas as aeronaves de asas rotativas, de todos os portes dentre as existentes na MB, tanto em operações diurnas quanto noturnas.
Todos os helicópteros da Marinha, incluindo os que voam noturno, estão homologados para o Bahia, e as operações aéreas são controladas por uma torre situada no extremo oposto da superestrutura. Ainda guiados pelo comandante do navio, saímos do passadiço e visitamos a torre de controle de aeronaves, cujo tamanho difere pouco da torre do hoje desativado navio-aeródromo São Paulo, navio que também é de origem francesa. A principal diferença é que, no São Paulo, a torre de controle de aeronaves é contígua ao passadiço, enquanto no Bahia ela é separada, embora rapidamente acessível a partir dele. O Poder Naval já visitou mais de uma vez a torre do São Paulo e, de fato, a do Bahia é bastante similar (vale acrescentar que o CMG Assano fez parte do grupo de recebimento do navio aeródromo na França, em 2000, e o conhece bastante bem). As janelas da torre proporcionam uma ótima visão do convoo principal.
A capacidade informada de operação de aeronaves do Bahia, à época em que servia à França como Siroco, é de quatro aeronaves, mas há fotos francesas que o mostram com mais helicópteros. Segundo o comandante Assano, pode-se considerar que o navio tem capacidade de operar e manter de forma contínua até cinco aeronaves de asas rotativas (dois hangarados e três nos convoos) do porte do UH-15 “Super Cougar”, que é o maior helicóptero em serviço na Marinha do Brasil.
Sobre convoos, o navio possui dois: o principal (denominado convoo “Alfa”), de maior área e localizado logo à ré do hangar da superestrutura, com espaço para operar simultaneamente (decolagens e pousos) dois helicópteros do porte do UH-15 “Super Cougar”, sendo servido pelo grande hangar que pode abrigar outros dois, e um convoo extra (denominado convoo “Zulu”), situado dois níveis abaixo, à popa, sobre a entrada da doca alagável, e que pode operar um helicóptero desse porte. Desta forma, é possível realizar pousos e decolagens simultâneos de até três aeronaves UH-15.
Na ocasião da RIDEX, a primeira aeronave da versão UH-15B, dotada de radar, sistema de combate e lançadores compatíveis com o emprego do míssil antinavio AM-39 Exocet, estava posicionada no amplo convoo Alfa do Bahia (fotos acima). Mostraremos mais imagens externas, internas e outros detalhes sobre essa aeronave em matéria posterior.
No extremo do convoo Alfa, tivemos uma boa visão da plataforma elevatória, assim chamada porque não é apenas um elevador de aeronaves: num navio multimissão ela pode frequentemente ser utilizada para elevar veículos, equipamentos de apoio, carga, armamento, pessoal etc. Na ocasião, ela estava no nível do convoo “Zulu” e da garagem de veículos situada abaixo do convoo “Alfa”. Essa garagem, cujo propósito principal é levar veículos em local seco, acima da doca, também pode ser ocupada por helicópteros de pequeno porte (sua altura não é suficiente para aeronaves do porte do UH-15), caso a missão a cumprir assim exija – mas vale sempre lembrar que o Bahia não é um porta-helicópteros em sua essência, sua principal característica é a ampla doca alagável, assim essa capacidade de manter e operar várias aeronaves de asas rotativas, embora bastante significativa, será sempre inferior à do recém-incorporado PHM Atlântico.
Sobre a garagem seca para veículos, voltada principalmente ao transporte de viaturas sem capacidade anfíbia (mas que também pode ser utilizada para abrigar outros equipamentos ou helicópteros leves) foi ressaltado que esse tipo de veículo também pode ser levado na doca alagável, pois ela pode ser alagada apenas parcialmente, ou mesmo não ser alagada e funcionar como um grande porão de carga, conforme a missão a ser cumprida. A doca, porém, é assunto para daqui a pouco. Descemos para o nível do convoo Zulu, onde foi instalado para a RIDEX um contêiner do novo radar “Gaivota-X”, cujas imagens e informações mostraremos em outra matéria. A partir desse convoo situado junto à popa do navio, as posições de outras armas de autodefesa de superfície – metralhadoras de 20mm e .50 são claramente visíveis.
Doca – Já acompanhados pelo capitão de fragata Daniel Daher Rodrigues, imediato do Bahia, visitamos a ampla doca do navio, que tem aproximadamente 122m de comprimento, 14m de largura e 7,7m de altura, resultando numa área (conforme informado pela Marinha Francesa à época em que o navio servia à Franca) de cerca de 1.732 metros quadrados. É ligeiramente maior que a dos desativados navios de desembarque doca Rio de Janeiro e Ceará, que tinham docas com cerca de 119m de comprimento e largura similar.
O tamanho dessa doca é o principal diferencial desse navio-doca multipropósito, quando comparada aos sucessores dos dois navios da classe “Foudre” (à qual pertenceu o Siroco, atual Bahia) na Marinha Francesa, os três BPC da classe “Mistral”. Ainda que o BPC, com seu convoo sem obstruções (apenas a “ilha” a boreste), além do grande hangar e ampla garagem de veículos tenha uma capacidade multimissão superior, essas características cobram um preço no tamanho da doca, cuja área caiu de 1.732m² para 885m², ou seja, cerca de metade do tamanho da doca dos antecessores da classe “Foudre”.
Mencionamos mais acima que a doca do Bahia pode ser parcialmente alagada para transporte de carga seca e veículos, ou mesmo não alagada para funcionar como um grande porão de carga, mas a sua principal função é justamente abrigar embarcações variadas para missões de desembarque anfíbio (EDCG, embarcação de desembarque de carga geral; EDVM, de viaturas e materiais; EDVP, de viaturas e pessoal), nas quais diversos tipos de viaturas podem ser embarcadas, incluindo carros de combate. O nível da água na doca, quando completamente alagada, pode chegar a três metros de seu fundo.
O Comando do 1º Esquadrão de Apoio da MB tem subordinadas várias embarcações de desembarque construídas entre as décadas de 1970 e 1990 (e que anteriormente formavam o Grupo de Embarcações de Desembarque) e ainda em uso, como as EDCG de 41 metros de comprimento x 8,4m de boca, para 172t de carga, e as EDVM de 25m x 6,4m, para 70t de carga. Recentemente foi reforçado por cinco EDVM construídas no AMRJ (Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro), entregues entre 2012 e 2013 (com 21m de comprimento, 6,39 de boca e 72t de carga), e por uma grande EDCG adquirida junto com o Bahia: a ex-CDIC (Chaland de débarquement d’Infanterie et de Chars) Hallebarde francesa, renomeada embarcação de desembarque de carga geral Marambaia (L 20), com 59,4m de comprimento, 11,9m de boca, e que pode deslocar até 751t, com aproximadamente metade disso em carga útil.
Diversas combinações dessas embarcações podem ser abrigadas na doca do Bahia para compor o Grupamento Naval do Destacamento de Praia (GptNavDP). A área da doca, quando o navio servia à Marinha Francesa, permitia levar duas CDIC ou até 8 CTM (Chalands de Transport de Matériel), equivalentes às nossas EDVM. Combinações possíveis das embarcações de desembarque hoje em serviço na MB seriam a EDCG Marambaia (de 59,4m ) acompanhada de uma EDCG de 41 metros, ou uma dessas EDCG acompanhadas de quatro EDVM, entre outras possibilidades.
Essas embarcações de desembarque recebem os veículos e cargas que transportarão à praia diretamente no cais (atividade sob a responsabilidade do Comando do 1º Esquadrão de Apoio), navegando então para o Bahia que, com sua doca alagada, as recebe já com suas cargas devidamente acondicionadas, partindo então para cumprir sua missão de desembarque anfíbio. Vale observar que os atuais BPC classe “Mistral” da França têm uma rampa interna que comunica a garagem de veículos com a doca, compensando em parte o tamanho menor desta, ainda que isso acarrete mais viagens de suas embarcações de desembarque para descarregar todo o material armazenado no navio.
Aqui termina a primeira parte dessa série de matérias sobre o NDM Bahia. Na próxima, mostraremos o seu hospital de 500m² e outros compartimentos interiores.
Principais características do NDM Bahia
- Comprimento: 168m
- Boca: 23,5m
- Calado: 5,2m
- Deslocamento a plena carga: 12.000 toneladas
- Dois spots para helicópteros no convoo “alfa” e um spot no convoo “zulu”, para aeronaves do porte do UH-15 Super Cougar
- Doca alagável com aproximadamente 122m de comprimento, 14m de largura e 7,7m de altura, provendo área total de cerca de 1.732m², com rampa à popa, podendo transportar embarcações de desembarque do tipo EDVM, EDVP e EDCG, com veículos diversos (blindados, carros de combate), pessoal e equipamentos militares.
- Propulsão: 2 motores diesel SEMT Pielstick de 15.290 kW
- Velocidade máxima: 20 nós
- Autonomia: 11.000 milhas náuticas a 15 nós
- Capacidade de tropa: 415 para deslocamentos de longa distância e duração, ou até 2.000 pessoas para deslocamentos curtos, com duração entre 48 e 72 horas.
- Armamento defensivo de dois lançadores duplos Simbad de mísseis antiaéreos de curto alcance Mistral, 3 metralhadoras de 20mm para alvos de superfície e 4 metralhadoras de 12,7mm (.50).
- Hospital com 500 m², com 2 salas de cirurgia, laboratórios, raio-x, consutório odontológico e cerca de 50 leitos (desde os de terapia intensiva até os de extensão), com capacidade para triar 100 feridos por dia e realizar até 30 cirurgias em 5 dias.
- Tripulação: 288 (32 oficiais e 256 praças)
Mais uma excelente compra de oportunidade. Não vou ficar aqui tecendo elogios, todos muito merecidos. Vou direto ao que quero destacar : Armamentos. Mais uma vez temos um navio sub-armado. A matéria propositalmente destaca “Um nível abaixo, voltado pra a proa, está um dos três canhões de 30mm de emprego de superfície (foto imediatamente abaixo), que em conjunto com quatro metralhadoras .50 (12,7mm – uma das quais é vista na última imagem à direita) provê a defesa próxima contra ameaças como pequenas lanchas. Não são armas de emprego específico antiaéreo, defesa que no Bahia está a cargo de dois lançadores… Read more »
Eu entendo a crítica, entretanto chamar esses armamentos de “ridículos”é bem exagerado de sua parte. Eu que não gostaria de ser um caça sobrevoando um navio armado com 4 lançadores de mísseis antiaerios kkkkk
São miseráveis, amigo Dodo, de curtíssimo alcance, uns 5 km, praticamente inservíveis pra qualquer marinha moderna. Aviões não sobrevoam mais navios para soltar bombas como na segunda grande guerra, hoje eles lançam mísseis a dezenas de quilômetros de distância, esse navio não terá a mínima chance sem escoltas com capacidade de defesa de área de uns 30/40 km, no mínimo. Já que não podem abater nenhum avião inimigo, melhor seria 2 reparos de Phalanx para tentar derrubar os mísseis quando estiverem perto, pelo menos aumentaria as chances de sobrevivência.
A MB poderia substituir esses reparos Simbad por reparos Simbad-RC (https://www.mbda-systems.com/product/simbad-rc/), que sao controlados internamente e ligados ao sistema de detecçao do navio. Isso daria uma capacidade de defesa muito melhor, inclusive contra misseis anti-navio e por um custo relativamente baixo. Nao diria que investimentos assim eliminem a necessidade de escoltas mas reducem sim a necessidade delas. Do jeito que o Bahia está armado, precisa de uma escolta muito proxima para garantir proteçao contra misseis antinavio. O mesmo vale para o Atlantico, que apesar de ter um ótimo radar 3D, nao tem nenhum sistema CIWS instalado. Mesmo um sistema de… Read more »
o brasil, em suas 3 forças, carece de sistemas antiaéreos de médio e longo alcance. A Marinha tem a situação mais critica, visto seus teatros operacionais…
Gustavo,
Entendo seu raciocínio, mas é importante frisar que a Marinha é, há uns 15 anos, a única das três forças com mísseis antiaéreos de médio alcance e média altitude.
As demais só têm mísseis de curto alcance e baixa altitude (dos quais a Marinha também dispõe).
Também foi a primeira das três forças a empregar mísseis antiaéreos, cerca de 10 anos antes do EB.
Bem lembrado Nunão. Na verdade a MB foi pioneira na operação de mísseis sup-ar com a aquisição do Sea Cat para as Niterói há mais de 40 anos, mas não podemos esquecer dos mísseis Rolando do EB que foram adquiridos na mesma década de 70 e representavam o “estado da arte” em relação à defesa antiaéreo de baixo nível. Melhor em termos de qualidade que os usados na época pelo USA, com os horríveis Chaparral. Só bem depois é que o EB adquiriu os Igla , já neste século. E você está certo. A MB também é pioneira na operação… Read more »
É por aí, Bosco. Não esqueci do Roland do fim dos anos 70, é a ele que me refiro, mas a introdução do Sea Cat na MB foi mesmo dez anos antes, em meados dos anos 60, com um lançador no contratorpedeiro Mariz e Barros (o único dos três CTs da classe M a ser modernizado nos anos 60). Poucos anos depois o Sea Cat foi especificado para a classe Niterói, ainda que os testes no contratorpedeiro não tenham sido lá essas coisas – mas ainda assim era uma das opções mais adequadas da época, em que a maioria dos… Read more »
E existia um reparo quádruplo na MB, não sei onde, mas me lembro que já vi um Sea Cat com 4 mísseis armados.
Não sabia do Sea Cat no “Maris e Barros”.
–
Só pra descontrair, a listinha de todas as armas guiadas utilizadas pelo Brasil até hoje:
–
Exército:
Cobra
Milan
Erix
MSS-1.2
Roland
Igla
RBS-70
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FAB:
Sidewinder AIM-9 (B, P, …)
Piranha
Python IV
Derby
R550
R530
Super R530
Harpoon
Igla
Spiral
Kit de bomba guiada a laser “Lizard”
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Marinha/Fuzileiros:
Bill
Mistral
Sea Cat
Sea Wolf
Aspide (Albatroz)
Exocet (MM38, MM40, AM93)
ASROC
Ikara
Sea Skua
Penguin
torpedo Mk-46
torpedo Tigerfish
torpedo Mk-48
Faltou o Python III (FAB).
Sim, e faltou o torpedo Mk37 na Marinha, mas é uma boa lista. O AM39 ficou com os números invertidos, mas já vi lapsos piores (eu mesmo).
Achava que o MK-37 era de corrida reta.
Valeu!
Duas que aprendi hoje!
Até parte do curso o Mk-37 seguia trajetória determinada pelos giroscópios no lançamento, depois usava sonar. Era um torpedo antissubmarino lançado de submarinos, precisava assim ser guiado. Era lançado dos tubos de popa dos nossos três submarinos classe Oberon, por exemplo.
Acho que chegou a ter versão filoguiada, mas não tenio certeza.
Acho que faltou também o Mk-44.
A MB também usou o Mk-8, de corrida reta (que afundou o Belgrano).
Mesmo sendo de corrida reta deve constar da lista por conta de ser “guiado” por um sistema “inercial” primitivo.
Torpedos da MB:
Mk-8
Mk-37
Mk-44
Mk-46
Tigerfish (Mk-24)
Mk-48
Ih, Bosco, acho melhor não colocar na sua lista os torpedos de corrida reta, só realmente os guiados.
Senão você terá que acrescentar uma dúzia de tipos, remontando ao fim do século XIX, incluindo o que foi usado num dos primeiros torpedeamentos bem-sucedidos da história, quando o caça-torpedeiro Gustavo Sampaio (legalista) torpedeou o encouraçado Aquidabã (revoltoso) no litoral catarinense, em 1894, ao fim da Revolta da Armada.
Vai ter que voltar até pelo menos esse sujeito aqui:
Que está exposto nesse lugar:
https://www.naval.com.br/blog/2012/04/14/o-poder-naval-na-historia-do-brasil/
Para quem não viu e não lembra: https://www.youtube.com/watch?v=G3w5-MCI5HU
É! Melhor deixar de lado os torpedos ou liberar só os pós SGM. rsrss
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Quanto a essas outras armas:
Piranha 2
A-Darter
MAR-1
MANSUP
MTC 300
AV-SS40G
FOG-MPM
Spice 1000
Iris-T
Spice 250
kit de bomba SMKB
kit Friuli de bomba planadora
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Só o tempo dirá.
*Algumas infelizmente parece que já foram relegadas definitivamente à história.
Pra seguir a regra, ficou um pra trás: Sea Ceptor.
Mas Bosco, diferentemente de outros exemplos da sua lista, seja de armas em desenvolvimento ou encomendadas mas ainda não entregues, o Sea Ceptor ainda não foi contratado e não está em serviço na MB.
Especificado não significa encomendado.
E tem o torpedo F21, que poderá ser utilizado pelos submarinos ora em construção.
Esse sim tem contrato.
Realmente Nunão.
Tira o Sea Ceptor! rsrsss
Na verdade essa conversa já saiu muito do tópico… Começou com uma questão sobre o armamento defensivo do NDM Bahia e degringolou. Acho que tem muitos outros assuntos mais interessantes pra discutir sobre o navio, com base na matéria, mas boa parte dos comentaristas tem uma fixação em CIWS e mísseis antiaéreos (na época da compra do Ocean cheguei a pensar que achavam que o navio era um porta-Phalanx e não porta-helicópteros, dada a celeuma). O tamanho da doca, as embarcações de desembarque, a capacidade de operar aeronaves, os dados de desempenho do navio, enfim, tem um monte de outros… Read more »
“Na verdade essa conversa já saiu muito do tópico…”
Realmente!
Vou comentar sobre armas guiadas no blog de culinária da Ana Maria Braga.
Até tu, Bosco?
Só quis dizer que o assunto é relevante para o blog, foi discutido aqui, gerou uma conversa interessante mas que a essa altura já deu o que tinha que dar (lista de armas guiadas do passado e presente nas três forças) e que é hora de voltar ao assunto da matéria, só isso.
Essa sua lista de mísseis, embora verdadeira, faz a pessoa ter uma noção errada, existiam sim, mas em número reduzido, pífios mesmo, praticamente inservíveis em caso de guerra, aliás, o Brasil antigamente só comprava alguns lançadores e mísseis para fazer engenharia reversa, para o tamanho do Brasil a quantidade comprada (e usada em treinos de verdade) sempre foi miserável.
Nunão,
Eu entendi perfeitamente. Já tinha parado. rsrss
É que o espaço tá ficando limitado. No “aéreo” não comento mais. Aquilo lá virou um hospício.
Tá sobrando aqui e no Forte. rsrsss
O playground tá ficando pequeno.
Eu nunca entendi o por quê das 3 forças não terem defesa de área, alguém sabe explicar? de certo que o Albatroz atualmente é o sistema com maior alcance, mas mesmo assim é quase pífio. O Sea Wolf era supremo a curta distância, dizem que interceptava até projétil de canhão, mas, novamente, é de curto alcance, ninguém no Brasil pensa em longo alcance????????
Aí Fernando,
Vc falou do ataque da Gustavo Sampaio, tem esse livro?
https://www.amazon.com.br/Combate-Naval-Abril-Reflexões-Documentos/dp/0366041088
Esse não.
Tenho “A Revolta da Armada”, de Hélio Leôncio Martins.
Prezado, não estamos em 1982, onde os Argentinos usavam o Skyhawk e Mirrages com bombas burras.
Hoje em dia os aviões de caça operam com mísseis lançados a grande distância.
Faltou o MSS-1.2 e o LMF ASTROS CFN 2020 utilizados pela MB =D
Bosco, você não saber do Sea Cat no Mariz e Barros é a prova cabal que Você é ser humano.
Sempre fico impressionado sobre os seus conhecimentos. Siga em frente, estamos aqui para aprender sempre mais, Eu principalmente (Obs.: mas essa do Mariz Eu sabia, deve ser pela minha idade… rs rs rs).
Um detalhe interessante de priscas eras é que o lançador quádruplo de Seacat instalado no Mariz e Barros era na verdade para ser instalado no NAeL Minas Gerais. O plano original da Marinha era instalar três lançadores de Seacat no NAeL Minas Gerais, mas como ficou muito caro, comprou um lançador só e resolveu instalá-lo em um escolta. Depois esse mesmo lançador foi reinstalado no CT Mato Grosso, classe Allen M. Sumner.
Legal, me lembrei de desse lançador quádruplo, mas, realmente, é desolador uma marinha de um país grande como o nosso comprar apenas 1 lançador, é inacreditável, é uma vergonha imensurável.
“48”…
.
não que você esteja de todo errado…mas…como você mencionou navios franceses é preciso levar em conta onde os navios franceses costumam operar , exigências feitas à marinha francesa por conta de uma aliança militar como à OTAN e uma maior integração com os meios
dos demais integrantes da Aliança.
.
Então, para o que se tem no Atlântico Sul e não acredito que muita coisa mudará tão
cedo, não se está tão mal assim.
.
abs
E não está mesmo. Basta comparar as defesas do Bahia com a de outros navios anfíbios ou de apoio que a MB possui.
Pois é: Estão pior ainda.
Não estão…o “Phalanx ” do “Mattoso Maia” nunca funcionou e os demais navios do Esquadrão são equipados apenas com “metralhadoras” 20mm e
.50.
Miséria total e absoluta.
Prezado Dalton,
Sempre agradeço e aprendo muito com suas respostas aos meus comentários, mas neste caso acho que caímos no lugar comum no assunto armamento dos navios da MB. Fracos e defasados. Vide os Amazonas. Mesmo para o cenário do Atlântico Sul.
Abs.
Cara os navios da classe Amazonas são apenas para patrulha marítima. As ameaças militares hoje se limitam a ameaças assimétricas,piratas terroristas etc…. no máximo um grupo rebelde com acesso à mísseis terra mar(vide Iêmen). Não tem sentido colocar lançadores de misseis antinavios nos navios casa e Amazonas
Não quero reabrir o assunto do armamento dos Amazonas, que na minha opinião já extensamente exposta aqui no blog, deveria ter um canhão de maior calibre. Nunca me referi que eles deveriam ter lançadores de mísseis. Isto é por sua conta.
Mas devia ter mísseis sim, como as lanchas de ataque israelenses e navios árabes, que apesar de pequenos tem lançadores anti-navio e avião. Bem, mas aqui éBrasil, estamos na guerra do Vietan ainda.
Eu gosto mais do aproach soviético, eles colocam radares e antenas de tudo que é tipo e tamanho, e mísseis de tudo que é tipo, função e utilidade, não importa o tamanho da embarcação, todas tem de tudo um pouco, pois numa guerra de verdade há que se estar preparado para tudo e não depender dos outros para se defender. Por isso os navios soviéticos parecem um ouriço. No Brasil ainda estamos na guerra do Vietnan, os soldados ainda usam suspensórios, a marinha não tem defesa AAe de área e o FAB ainda usa os Forévis. Decididamente paramos no tempo… Read more »
Concordo com o Dalton, tem que se levar em conta o cenário onde opera. Mísseis, equipamentos como Phalanx, são caros para adquirir e manter, vale a pena investir milhões de dolares para algo que tende (veja bem tende) a não ser usado? Não podemos ter a mesma lógica que os americanos, pois eles tem muito interesses no mundo, além da sua posição de “xerife” dos mares. No mais, gosto de acreditar que é muito mais fácil integrar armas do que aprender a usar os navios, é muito mais fácil e rápido comprar misseis e equipamentos que os navios. Se o… Read more »
Matéria excelente, parabéns aos editores.
Aproveitando: O que é essa “cobertura´´ das laterais e do piso da doca? Parece madeira.
Não sei se seria uma boa ideia, mas considerando-se a importância do Bahia, não havia a possibilidade do Brasil ter adquirido também o outro navio da classe na época? Teria sido viável?
Trata-se de madeira. Ela na verdade protege o navio dos impactos das embarcações que costuma receber na doca.
Sobre a outra unidade da classe (o Foudre), ele foi adquirido pelo Chile antes do Brasil adquirir o Bahia. Aliás, o atual Bahia foi disputado pelo Chile e por Portugal. Tem matéria aqui no PN sobre isso.
Complementando o Poggio…madeira é bastante usada em docas de navios anfíbios inclusive nos da US Navy .
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Quanto à adquirir o outro da classe na época, isso foi em 2011…quando não fazia muito tempo que à marinha havia adquirido os 2 NDCCs em 2007 e 2009, o “Mattoso Maia” estava muito bem e o NDCC Ceará em PMG ainda prometia muitos anos de serviço…o que acabou não acontecendo, mas, não se podia prever.
“Esse arranjo funciona muito bem na Marinha Francesa, onde a defesa é feita em camadas, devido a sua disponibilidade de escoltas e. dependendo da comissão, de defesa proveniente da aviação embarcada. Na MB este quadro é bem diferente.” É, mas é preciso olhar com mais detalhe a Marinha Francesa pra ver que ela ainda não está, como um todo, tão bem assim. Os franceses ainda estão no meio do caminho da sua renovação de navios de escolta, com duas fragatas classe Horizon dotadas de mísseis Aster 15 e 30 e apenas metade da classe FREMM, de oito navios, dotada de… Read more »
Desculpe, faço uma observação, os canhões do Bahia não são de 30 mm e sim metralhadoras de 20 mm. Sendo que a arma de proa é um francês de 20 mm modèle F2 e parece que a Marinha Brasileira trocou os das laterais pelo Oerlikon de 20 mm da versão mais moderna tipo 20 mm/85 GAM-BO1 do mesmo tipo usado nos patrulheiros leves classe Grajaú e também usado na Type 22. O Bahia não tem peças de 30 mm, que seriam Breda-Mauser.
José Luiz,
E como fica o “problema” da metralhadora francesa de 20 mm calçar munição de 139 mm e as outras da Oerlikon calçarem a de 128 mm.
Só pra ilustrar: http://www.quarryhs.co.uk/20mm3.jpg
Pois é Bosco, esse é um dos efeitos colaterais das compras de oportunidade… fica bem mais difícil padronizar armas, sensores, máquinas etc. Mas realmente é curioso a MB ter feito o esforço de botar as GAM-BO1 nas posições de ré e deixar o F2 na vante bagunçando a logística de munições.
Depende. Caso na compra do navio tenha vindo um estoque de munição suficiente para a metralhadora de vante, usa-se até quando for viável trocar a arma por outra. Quanto a esforço por instalar as metralhadoras GAM-B01, uma possibilidade é que essas duas foram reaproveitadas de uma das duas fragatas classe Greenhalgh desativadas. Talvez as metralhadoras da outra fragata da classe desativada tenham sido reaproveitadas em outro navio. Talvez quando mais uma der baixa, sobre uma metralhadora para substituir essa remanescente. Enfim, hipóteses. PS – opinião pessoal: gostaria mais de ver um Bofors 40mm/L70 reaproveitado de uma das corvetas desativadas nessa… Read more »
Para ilustrar fotos das armas:
Arma de 20 mm francesa:
A arma de 20 mm Oerlikon;
Os Mauser de 30 mm que não vieram com o Bahia.
De fato, José Luiz. Corrigi o texto.
Não sei de onde tirei os 30mm na hora de digitar, sendo que os próprios BPC franceses da classe Mistral também já estavam equipados com metralhadoras de 20mm quando da venda do Siroco, e eu até embarquei num deles…
Acho que fiz uma confusão com o armamento inicial do navio e com os canhões do PHM Atlântico que estavam na minha cabeça, me esqueci do fato e só depois de botar a memória no lugar, além de ampliar as fotos e olhar com atenção, percebi o engano. Grato pelo aviso.
Quando a marinha tiver que aposentar os NDCC. Acho que deveria construir pelo menos dois navios com características proximas a do NDM Bahia, não custa sonhar com uma boa capacidade aaw, aster 30 cerca de 120km de cobertura, já que as nossas escoltas não tem essa capacidade. E já que tabem pode servir de navios de projeção de poder poderia lançar o MTC-300, se não for possível ser lançado de vls acho que não seria muito difícil adaptar um lançador do astros em navio desse tamanho.
Eu acho difícil um sistema de artilharia atirar estando em cima do balanço do mar. Creio que é um sistema sensível de mais, e qualquer mexida altera a mira.
Por que a MB optou por comprar o Bahia usado e não comprar um makassar novo e mais barato?
O Bahia é um navio de maior capacidade que as Makassar. O custo final foi muito próximo e apesar de ser um navio usado nao diria que foi uma compra ruim.
Que ótimo seria a MB adquirir as 26 células do Super Cobra para operarem nos dois LHD,s nacional.
Sendo 10 para o Bahia e 10 para o Atlântico, com 6 em estoque estratégico.
Também seria interessante, com a chegada do Atlântico, transferir o Bahia para força naval do nordeste (segunda esquadra).
Mas não deixa de ser uma excelente aquisição para MB.
Pergunta de um leigo sobre “Engenharia Naval” mas creio que tenha sentido o que vou postar: – Para que um veículo (carro) tenha uma boa performance nos quesitos de desempenho e consumo de combustível, sua carroceria é testada em túnel de vento, procurando aprimora o fator C X que é conhecido como fator de arrasto aerodinâmico. Mas no caso de um navio grande como o BDM Bahia, em que logo na Proa está uma enorme torre de controle, e logo abaixo os hangares; com esse desenho de projeto ele não tem seu desempenho afetado durante a navegação, por possuir uma… Read more »
Roger, colocar o meu palpite.
O arrasto da água é bem superior ao que do ar, então ser mais aerodinâmico, não é o requisito básico nesta classe, sem contar que a velocidade raramente ultrapassa os 20 nós. No mais, o Bahia possui a popa alagável, para poder desembarcar e embarcar transportes, mesmo em movimento. Por este motivo, para tentar balancear o centro de gravidade, o mesmo tem este desenho.
Humberto, não analisei esse fator fundamental que o Navio tem que vencer, que é a resistência a água… Corretíssimo ! Valew
Roger, Na virada dos anos 30 para os 40, houve uma tendência de construir navios velozes como contratorpedeiros (capazes de velocidades acima de 35 nós, em alguns casos perto até de 40) com as partes frontais da casaria / superestrutura / passadiço arredondados, para ajudar a vencer também a resistência do ar em velocidades elevadas (ainda que essa resistência seja proporcionalmente menos importante para um navio que a da água). Mas em pouco tempo se percebeu que a vantagem, mesmo para esses navios de alta velocidade, era difícil de se atestar frente a tantas outras variáveis a afetar o desempenho,… Read more »
Poxa Nunão te agradeço pela “aula”
Isso se traduz em conhecimento, desconhecia totalmente que os Navio antigos podiam chegar a quase 40 nós (isso segundo o Google dá quase 75 Km/h) inimaginável ver um Navio navegando a essa velocidade. Imagino o tamanho do Motor de Combustão Principal, de um navio desses, acho que era um monstro. Agradecido Nunão
Em condições normais, cheios de combustível, munição, tripulantes etc, normalmente a velocidade máxima ficava perto de 32 nós, 35 nos melhores navios. Mas quando em deslocamento leve (o que não seria condição de combate) diversos contratorpedeiros chegavam perto de 40 nós. A propulsão que permitia esse desempenho naquela época era por caldeiras a vapor de alta pressão, alimentando turbinas a vapor de alta pressão que depois descarregavam em turbinas de baixa pressão para maior aproveitamento da energia térmica. Em certas classes havia também turbinas de menor potência para cruzeiro. Todas eram de alta rotação, que era baixada por engrenagens redutoras… Read more »
Roger,
Eu também não sou um engenheiro naval, mas o que eu posso dizer é que navios doca possuem todo o casario para a proa, deixando a meia nau e a ré para as instalações de embarque/desembarque anfíbio.
Poggio aproveito para parabeniza-lo pelo empenho na matéria sobre o Atlantico. Quanto a sua resposta, cada projeto de navio sempre tem suas particularidades. Dai a sua explicação sobre o casarios e a instalações a meia nau e a ré. Obrigado
Prezados,
Inicialmente, parabéns ao Poggio e ao Nunao pelas duas excelentes matérias. Muito boas mesmo!
Sei que a maioria dos comentaristas está empolgada com os navios multipropositos Bahia e Atlântico. Estão querendo que a MB adquira outros, mas as prioridades são os submarinos, os escoltas e navio de apoio logístico.
Grande abraço
Agradecemos, Luiz Monteiro.
E torcemos para que o item escoltas, das prioridades, possa encontrar uma boa solução em breve, sem percalços.
Prezado amigo Nunao,
Esse é realmente um item de grande interesse para todos os lados. Esperamos, também, que tudo possa prosseguir da melhor forma possível.
Grande abraço
Nesta ordem que o Sr. citou ou o navio de apoio pode vir antes das escoltas?
Renato, para as escoltas há um programa de construção como prioridade, enquanto o navio de apoio logístico, no momento, só se for por compra de oportunidade (fazia parte do pacote do Prosuper original, mas esse programa foi engavetado).
Bem lembrado das corveta, como pude esquecê-las, obrigado.
Mas aí me vem outra curiosidade… o que a MB está planejando para navios caça minas e varredores cuja situação está se tornando crítica?
Renato, esse é outro assunto que tem algumas matérias aqui, desde pelo menos o ano passado. Há uma iniciativa de renovar a ForMinVar e ofertas a serem consideradas. Dá pra acessar matérias pesquisando aqui no campo busca do blog usando palavras como guerra de minas, classe Koster, ForMinVar, Aratu, entre outras.
Prezado Renato,
Conforme mencionado pelo Nunao, PROSUB e Tamandaré já estão em andamento. O Navio de Apio Logístico poderá ser obtido por compra de oportunidade no próximo ano.
Grande abraço
Enquanto isso as patrulhas que é o que interessa, as moscas.
Carlos, Nos últimos 20 anos, a quantidade (e a qualidade) de navios-patrulha na verdade aumentou. No mesmo período, a quantidade de navios de escolta e de apoio diminuiu, com envelhecimento da frota. A aquisição do NDM Bahia e do PHM Atlântico são um necessário respiro nessa curva descendente. Ainda que a quantitade de navios-patrulha precise aumentar, e que parte dos navios distritais mais desgastados precise começar a ser substituída daqui a uns cinco anos, a grande maioria dos navios de escolta e de apoio já estão desgastados e perto de dar baixa, há tempos. Assim, pensando no histórico das últimas… Read more »
Amigo Luiz Monteiro o senhor pode nos dizer qual o estado das fragatas
classe Niteroi?quando a defensora volta?
Prezado Souto,
A maior parte das FCN já passou por análise. Em breve se definirá quais passarão por revitalização.
A Defensora devera retornar ao Setor operativo até metade do próximo ano, iniciando alguns testes ainda esse ano.
Abraços
Nunão não querendo “abusar” do seu conhecimento; todo esse sistema complexo de caldeiras que você citou na sua resposta sobre minha dúvida das maiores velocidades dos navios, ele foi utilizado no sistema de propulsão do NAel Minas Gerais e também do NAe São Paulo ? Eles possuíam sistemas semelhantes ao exemplo que você citou acima ?
Sim, basicamente a mesma coisa, porém com potências muito diferentes, conforme as especificações de cada projeto. No caso do NaeL Minas Gerais (deslocamento a plena carga de cerca de 20.000t) a planta propulsora tinha potência de pouco mais de 40.000 hp, para uma velocidade máxima de projeto bem modesta, de 23 nós mais ou menos. Já o NAe São Paulo, com aproximadamente 32.000t de deslocamento carregado, tinha potência superior a 120.000 hp para alcançar mais de 30 nós. Mas vale lembrar que, embora o princípio básico da propulsão por turbinas a vapor alimentadas por caldeiras a óleo fossem os mesmos,… Read more »
Amigo Luiz Monteiro há a possibilidade das 6 fragatas classe Niteroi irem ate 2030?
soube de uma fonte fidedigna mas não posso dizer quem me disse.
O RFA Mounts Bay ou o HNLMS Rotterdam poderiam interessar a marinha futuramente? Só vejo comentários a respeito do Albion, mas nada sobre esses meios.
Prezados
Onde encontro isso sobre o Atlântico?
“Hospital com 500 m², com 2 salas de cirurgia, laboratórios, raio-x, consutório odontológico e cerca de 50 leitos (desde os de terapia intensiva até os de extensão), com capacidade para triar 100 feridos por dia e realizar até 30 cirurgias em 5 dias.”
Essa embarcação tem capacidade de autogeração de água potável (Osmose Reversa) ou tem de recarregar a cada parada em porto? Grato desde já pelo esclarecimento.