Dez fragatas OHP continuam disponíveis para venda
Por Alexandre Galante
Com a desistência da Marinha dos EUA de reativar no ano passado sete fragatas classe OHP – Oliver Hazard Perry, dez navios continuam disponíveis para venda via FMS – Foreign Military Sales.
Segundo o Secretário da Marinha dos EUA Richard V. Spencer, uma fragata OHP pode ser recolocada em operação por apenas US$ 35.000.
Segundo Spencer, por esse pequeno valor, “não há sistemas de combate, mas o navio está pronto para o mar, pronto para navegação, com radar funcionando. Essa é uma plataforma bastante barata e comprovada aqui”.
Segundo estimativa da US Navy, cada fragata OHP plenamente reativada com todos os sistemas de combate funcionando custaria US$ 432 milhões por 10 anos de operação (US$ 43,2 milhões por ano).
Depois da análise, a US Navy preferiu continuar investindo nos novos LCS – Littoral Combat Ship e em outros navios que estão sendo usados no combate ao tráfico de drogas no Caribe.
Taiwan comprou duas OHP por US$ 190 milhões
Taiwan adquiriu em 2015 duas fragatas classe Oliver Hazard Perry (FFG- 7) com um custo estimado de US$ 190 milhões.
A aquisição via FMS (Foreign Military Sales) incluiu:
- (2) Oliver Hazard Perry Class Frigates (FFG-7)
- MK-92 Mod 6 Fire Control System;
- SQQ- 89V(9) Anti-Submarine Warfare System
- MK-75 76mm Gun System,
- Phalanx 20mm Close-In Weapon System (CIWS) (Block 18),
- MK-13 Guided Missile Launching System (GMLS),
- AN/SLQ-32 Electronic Warfare System,
- SPS-49 Radar
- SQR-19 Towed Array Sonar,
- SQS-56 Sonar;
Os navios USS Taylor (FFG-50) e USS Gary (FFG-51) chegaram a Taiwan em 2017, rebatizados como Feng Chia (PFG-1112) e Ming Chuan (PFG-1115).
Navios poderiam preencher lacuna na Esquadra Brasileira
Devido ao congelamento do programa Prosuper de aquisição de fragatas e o atraso no programa das corvetas classe Tamandaré, a aquisição de pelo menos quatro OHP poderia aliviar o sufoco da Esquadra Brasileira.
Como foi detalhado pelo Poder Naval, o estado dos navios de escolta da MB é precário. As duas corvetas classe Inhaúma restantes e duas fragatas Type 22 necessitam de substituição urgente e três fragatas classe Niterói mais desgastadas também terão que ser desativadas em breve.
As fragatas classe OHP poderiam ser incorporadas por um baixo custo, podendo realizar missões de presença e patrulha naval sem a necessidade de reativação de todos os sistemas de armas.
A médio prazo os navios poderiam ter seus sistemas de combate reativados, quando a situação orçamentária da Marinha melhorar.
Uma das vantagens das OHP é que elas podem operar dois helicópteros Sea Hawk (SH-16 na MB) que não podem pousar nos atuais escoltas brasileiros.
Outro ponto positivo seria a possibilidade de reativação dos lançadores de mísseis Mk.13 que podem ser modificados para disparar mísseis antiaéreos SM-2 Standard, garantindo uma defesa antiaérea de área à Esquadra Brasileira por um bom tempo.
A propulsão das OHP também é conhecida da MB: turbinas GE LM2500, usadas nas corvetas classe Inhaúma e na corveta Barroso.
As OHP poderiam assim segurar as pontas na Esquadra até a chegada das corvetas classe Tamandaré.
Não podemos esquecer que um expediente semelhante foi usado pela MB nos anos 90, quando o atraso da incorporação das corvetas classe Inhaúma levou à aquisição de quatro fragatas classe Garcia da US Navy.