Marinhas sul-americanas: erros do presente alimentam cenário ruim para o futuro
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
Como em tudo na vida, também na arena do equilíbrio naval sul-americano os equívocos do presente e do passado recente condicionam o cenário de limitações do futuro.
Olhando dez anos para frente, e levando em conta os problemas atuais das marinhas da Argentina, do Brasil e da Colômbia, eis algumas evidências que podem ser destacadas:
Argentina – Uma eventual vitória do Macrismo nas eleições presidenciais de 2019 deve aprofundar o processo de estagnação da Força Naval Argentina, e acentuar a crescente irrelevância de sua presença no Atlântico Sul (demonstrada, precisamente esses dias, pela ausência de um navio da Flota de Mar do exercício naval Atlasur XI, nas costas da África do Sul).
Entre os almirantes do país vizinho, a preocupação não é escolher esta ou aquela classe de embarcação para modernizar a Esquadra, mas decidir quais das suas atuais unidades – entre fragatas e corvetas – devem ter a vida útil prolongada – já que, devido à crise econômica (e a uma solicitação de 50 bilhões de dólares feita por Buenos Aires ao Fundo Monetário Internacional) aquisições de navios novos são altamente improváveis, e dependerão da ajuda internacional.
No esforço de poupar à Casa Rosada (sede do Executivo Argentino) maiores dispêndios, o Estado-Maior da Armada estuda eximir as suas embarcações de cumprir missões SAR (Busca e Resgate) – que seriam repassadas à Guarda Costeira local –, e de executar a modernização das três corvetas Classe Drummond (D’Estienne d’Orves, A69), todas com 40 anos de serviço.
De acordo com o especialista em assuntos militares argentinos Juan Carlos Cicalesi, após quase dois anos esperando que o Comando da Marinha viabilizasse a compra, nos Estados Unidos, de um navio-doca de assalto anfíbio de segunda mão (com tecnologia construtiva da década de 1970), a cúpula naval optou por devolver à rotina operativa o transporte rápido (ex-destróier Type 42) ARA Hercules.
O navio, que em julho passado completou o 42º aniversário de sua incorporação à Força Naval platina, não é o ideal para facilitar a projeção de grandes contingentes de fuzileiros navais do mar para a terra, mas pode transportar pouco mais de 200 combatentes (que precisam alcançar lanchas de desembarque descendo por redes lançadas no costado da embarcação, ou se deslocar, em pequenos grupos, a bordo de um antiquado helicóptero Sea King).
As turbinas a gás do navio foram revisadas e, segundo Cicalesi, há uma licitação em marcha para a compra do equipamento eletrônico necessário.
O presidente francês Emmanuel Macron conseguiu engessar, em um acordo de governo a governo, a venda aos argentinos de quatro patrulheiros leves da classe L’Adroit – com o primeiro, atualmente em uso pela Marine Nationale, sendo transferido para a Argentina por volta do mês de dezembro.
Mas em se tratando dos humores da Casa Rosada para aquisições militares, nada é muito garantido, especialmente no tocante a prazos.
Brasil – O atual Comandante da Marinha do Brasil (MB), almirante de esquadra Eduardo Leal Ferreira, legará a seu sucessor uma Força muito mais complexa e de maior valor operativo – pelas incorporações do navio-doca multipropósito Bahia e do porta-helicópteros Atlântico, e pela (suada) manutenção do programa de construção dos submarinos convencionais classe Riachuelo (Scorpène). Mas também uma Força de Superfície envelhecida e desbalanceada, que, nos próximos dez anos, enquanto os navios da Classe Tamandaré estiverem sendo construídos (ou comissionados), precisará, segundo fontes da própria MB, incorporar ao menos três ou quatro escoltas usados, e mais um navio de Apoio Logístico, comprados de oportunidade.
Oficiais com os quais este articulista conversou, insistem na tese: nos últimos três anos, as fragatas de 2ª mão identificadas como disponíveis – das classes Maestrale (Itália) e Oliver Hazard Perry (EUA) – estavam tão desgastadas e necessitadas de modernização, que, insistir na sua obtenção, representaria a compra de (mais) um problema, e não de uma solução.
Para esses militares, o primeiro grande erro foi, na virada dos anos de 1990 para a década de 2000, a MB ter usado intensamente as fragatas Classe Niterói e as corvetas Classe Inhaúma, sem observar os períodos de manutenção necessários.
A segunda bobeada importante foi cometida na gestão do almirante Roberto de Guimarães Carvalho, que perdeu para os chilenos a chance de ficar com as quatro fragatas das Classes L (Jacob van Heemskerck) e M (Karel Doorman), construídas na década de 1980, disponibilizadas pelo governo da Holanda.
A previsão é de que, do atual grupo de escoltas, apenas a corveta Barroso – mercê de uma modernização que consumirá quase dois anos – atravesse a próxima década na ativa. Caso isso seja mesmo possível, a MB atingirá os anos finais de 2030 com cinco escoltas (quatro Tamandarés somadas à Barroso), e mais as embarcações usadas que ela puder importar.
De qualquer forma, espera-se que, em função da presença do Atlântico e do Bahia na frota brasileira, e de outras providências já adotadas – como a designação de um capitão de fragata da MB para integrar o Estado-Maior das Forças Marítimas Combinadas no Bahrein –, a Força Naval seja convidada por marinhas da Otan (organização do Tratado do Atlântico Norte) e da Agência Europeia de Defesa a cumprir missões de longo alcance.
Não é absurdo, por exemplo, pensar no emprego do navio Atlântico como líder da FTM-UNIFIL, nas costas do Líbano.
O problema é que o atendimento a uma comissão dessa envergadura importa em um gasto de dinheiro hoje, simplesmente, inimaginável, por seus possíveis reflexos danosos no ritmo de construção dos navios Tamandaré e dos submarinos Scorpène.
Assim, tudo dependerá da disposição do Ministério da Defesa do futuro governo em suportar (financeiramente) essa eventual nova fase da vida da MB, de emprego de forças-tarefa de maior porte.
Colômbia – Força empenhada, como a MB, em renovar a sua frota de superfície, a Armada Colombiana, após um período de cinco anos de estudos (que se revelaram insuficientes), acaba de contratar uma consultoria espanhola para ajudar na definição de sua nova classe de fragatas.
Os chefes navais locais miram em oito navios no patamar das 4.000 toneladas, aptos a cumprir missões de longa distância no Oceano Pacífico, e a mostrar a bandeira no Mar do Caribe (a partir do enclave militar instalado no arquipélago de San Andres, Providencia y Santa Catalina).
Um primeiro batch para ser comissionado entre os anos de 2025 e 2029 – quando as atuais fragatas leves Classe Almirante Padilla, de 2.300 toneladas (recentemente modernizadas), estiverem sendo desativadas –, e um segundo lote para ser incorporado a partir de 2031.
Segundo uma fonte do Ministério da Defesa brasileiro, todas as simulações realizadas até agora pela Marinha da Colômbia resultaram em uma fragata de valor unitário na casa dos 750 milhões de dólares – algo absolutamente proibitivo para o Tesouro colombiano.
No caso da Armada da Colômbia a problemática é mais ampla, porque as lacunas da frota não se resumem a um grupo de escoltas de maior raio de ação.
Os almirantes locais estudam aplicar recursos na compra de um navio-doca de assalto anfíbio acima das 10.000 toneladas – possivelmente um da classe Makassar, que poderia ser encomendado ao estaleiro SIMA Perú, do porto de Callao.
Além disso, as metas prioritárias incluem a aquisição de um navio reabastecedor (logístico) para a Esquadra, e o início dos procedimentos de obtenção, nos anos de 2030, de, ao menos, dois submarinos diesel-elétricos modernos – evento para o qual já existem propostas da Alemanha, da França e da Suécia.
Nota do Editor: Os grifos em negrito visam chamar a atenção do leitor para pontos especialmente relevantes do texto.
Boa noite a todos. Alguem sabe se o brasileiro que faleceu hoje em Paris era um militar ? Só foi noticiado que era um tripulante do navio escola Brasil.
P.S. (Pós-Sonho):
É absurdo, por exemplo, pensar no emprego do navio Atlântico como líder da FTM-UNIFIL, nas costas do Líbano, pois, conquanto operacionalmente desejável, tecnicamente possível, e economicamente inviável e contraproducente . . .
Boa noite Srs.,
Alguém sabe se, nos acordos para a construção dos submarinos do ProSub, contempla-se a possibilidade de vendas à governos estrangeiros ? Ou seja, nessa pretensa aquisição por parte da Colômbia, poderíamos participar da licitação ?
Eu cansei de dizer quais as dificuldades da MB em reaparelhar a frota e as soluções, aí sempre vem o tal “marinheiro mal humorado” da diretoria do blog desdenhar das nossas respostas como se fosse o especialista, o cara do Naval dentro da MB. Enfim, desejo boa sorte a Marinha do Brasil e aos milhares de cidadãos que lá dão seu suor, sangue e até mesmo a vida por um país que não dá praticamente nada de volta. O inimigo do Brasil é o próprio brasileiro.
Continuem a sonhar com naviuzinho, canhãozinho, porta aviãozinho, subnuczinho, enquanto isso de dois em dois anos o povo atira no próprio pé em frente às urnas.
Caro, A opinião dos não marinheiros também tem peso. Pode parecer critica fácil ou produto de desinformação. Mas uma dos objetivos do site é formar pensamento. Não se forma modo de pensar pensando o que todos pensam. A soberba acompanha o absolutismo dos entendidos. A grosseria também segue ao lado daqueles que de tudo e sobre tudo dizem ser. Pergunte, questione, opine, aprenda, ensine, pense, reflita. E escreva. Deixe que os tolos se irritem. Erros dos anos 1990. Falta de manutenção. Vaidade. Não parece conversa de pai pra filho? … – eu te avisei…não compra carro que nao pode manter…casa… Read more »
Verdade, mas as vezes enche a paciência você chegar perguntando, na ignorância mesmo, querendo aprender e chega um fulano ou outro te ofendendo e te mandando sair do blog. Eu disse a um participante daqui, me obrigue a sair, vou continuar a frequentar aqui, com minhas opiniões e ponto. Quem não gostar, simples, não leia. Sobre a MB há dois problemas, a falta de recursos (d e s v i o s, p r o p i n a s) e a megalomania de alguns almirantes alimentada pela ingerência política de alguns mandatários. Enfim, eu não sou religioso mas só… Read more »
E as marinhas do Chile e Peru?
Pode ser. Pode ser absurdo, mas imagino que a compra do Atlântico também foi para ser utilizado como líder de missões. Seja no Líbano ou nas costas da África do Sul e da África. Qual outro uso teríamos para ele? Adestramento? Catástrofes? Líder de uma frota de 4? Se as 4 Tamandares forem construídas a tempo de navegar com o Atlântico. Erros cometidos nos anos 1990. Até hoje lamentamos que não fizemos manutenções? Planos, projetos, programas e…o principal erro cometido nos anos 1990 que reverbera até hoje é a ausência de manutenção. Penso que um livrinho de autoajuda, essas coisas… Read more »
Brasil necessita de Escoltas. Colômbia necessita de Escoltas. Peru necessita de Escoltas. Chile necessita de Escoltas. . Por baixo, são uns 20 Escoltas… Por baixo… . Quem mais vai lucrar? Uma Navantia, um Naval Group, uma DAMEN, uma Fincantieri, Uma TKMS, e assim sucessivamente. Quem vai lucrar com toda essa demanda, são os países que privilegiaram a formação de um grande Estaleiro, que não só atende as demandas da Marinha do país em questão, mas também tem capacidade de lucrar no mercado externo. Quem vai lucrar, são os países que desenvolveram a sua “Embraer Naval”… . Enquanto isso, na América… Read more »
Acho que mais uns dez anos quebrando cabeça insistindo na iniciativa privada e nada mais vai restar à Marinha além de passar o Arsenal para a Emgepron (ou similar), para esta poder construir e fazer manutenção usando pessoal celetista. Com pessoal estatutário, do quadro da Marinha, não funciona. Nesse ramo de defesa, num país que não tem escala para manter ativa e lucrativa a iniciativa privada, a solução mais óbvia é uma estatal, a exemplo dos vizinhos sulamericanos. Mas tal exemplo não nos serve, temos que seguir os americanos e ingleses. Muito tempo ainda correrá para essa solução voltar a… Read more »
Concordo, vamos pagar mais caro por um programa de alto risco e deficitário.
O que deveria ser feito é a qualificação de AMRJ através de um acordo com uma empresa competente do setor(ou melhor um acordo entre governos), a empresa escolhida faria as alterações necessárias para a produção naquele local e haveria transferência de tecnologia(e haveria também uma iniciativa da MB para a gestão e retenção do conhecimento adquirido talvez envolvendo a AMAZUL) daí para partir para algo maior demandaria certo tempo mais já seria um caminho.
Concordo com você. A MB deveria construir as Tamandarés lá, para no futuro construir meios maiores e mais complexos. Acredito que a MB conseguiria moderniza-lo (máquinas com “pouco” uso) ou comprar um estaleiro completo (não acho que todos vão sobreviver a “crise” do setor ) fechar/mudar a atual instalação e transferir o AMRJ para o “novo” estaleiro.
Mas ainda acho que ter o INACE capacitado para produzir navios militares.
Concordo com vc Bardini. Pelas necessidades da MB e dos vizinhos, além da posição natural do Brasil de peso-pesado, teríamos condições de fabricar isso tudo aqui e ainda exportar para nossos vizinhos. – Teve um Presidente aqui – não direi o nome dele por medo de represália dos camisas pardas à solta na net – que promoveu um investimento pesado na Industria naval por meio de subsídios e acordos com gringos franceses e sul coreanos, pois bem, no governo desse cara havia um plano para a construção de 50 Patrulhas aqui no brasil. Se tivessem tocado isso adiante teríamos uma… Read more »
Nós já tentamos criar uma indústria naval no Brasil por dezenas de vezes e ela não consegue se sustentar, além de não conseguirmos ser competitivos em preço, também somo sofríveis quanto a prazos. O que poderia ser viável, é sentar todos os quatros vizinhos na mesa e na medida do possível (já que Chile e Peru não são muito amigos) tentar coordenar compras e construção de armamentos envolvendo a capacidade industrial dos países, assim teríamos uma demanda maior que justificasse o preço pago pela transferência tecnológica ou mesmo desenvolvimento conjunto, cada país faria sua parte de acordo com as vantagens… Read more »
salvo uso equivocado da ferramenta de busca do blog, parece não haver posts específicos sobre a oferta holandesa e a resposta da mb.
o que definiria “bobeada”? a gestão guimarães carvalho tinha os recursos humanos e financeiros para aquisição e transferência e simplesmente rejeitou?
Concordo plenamente,isto se o projeto for mesmo realizado,coisa que não acredito,ainda mais considerando a atual conjuntura econômica e o alto custo de uma corveta que apenas irá “tapar buraco”,prejudicando a aquisição de meios mais capazes no futuro.
Acredito que a solução a curto prazo é adquirir navios multipropositos,o famoso “faz tudo” como por exemplo o MRAV 3600 ou o LSPV 90 francês.
Prezados amigos marinha Argentina tem navios parados em manutenção?
É só o que ela tem, brincadeiras a parte, toda marinha tem navios parados em manutenção.
Novos tempos demandam novas formas de pensar. O artigo dá muita enfase nas escoltas genéricas tradicionais (corvetas, fragatas) mas eu questiono muito a necessidade desses navios nos dias de hoje. A guerra fria nos antigos moldes EUAxURSS acabou, e nao cabe mais aos paises da America Latina ficar cassando submarinos sovieticos pelo Altantico Sul. Guerras modernas sao rapidas e minimizam danos civis colaterais. Escolta de comboios ficou para os filmes da Segunda Guerra Mundial. Tambem nao vejo outra naçao destruindo nossas plataformas no pré-sal e criando um desastre ambiental sem precedentes – a nao ser que a Al Quaeda tenha… Read more »
Um grupo de escolta tradicional tem 6 meios, isso no momento pós-guerra fria, outra tem havido um crescente aumento das atividades de subs (China e Rússia) no atlântico fora que subs são plataformas ideais, e letais, para se obter informações sensíveis de outro país (cabos submarinos, Operações Especiais, sabotagem e infiltração, fora o combate) então devemos ter tanto como caça-lo como usar para obter informações. Lembre nem todo os governo liga para o meio ambiente em tempo de paz…você acha mesmo que eles vão liga quando estiverem em uma GUERRA?….Sobre quem caça…qualquer que ameaça a soberania…. Por fim para ter… Read more »
Concordo contigo papa-mike, todos os estudos atuais mostram que vai ser economicamente inviável a substituição dos atuais escoltas das marinhas periféricas por novos meios (mesmo que não sejam meios novos) na proporção 1-1. Provavelmente teremos um mix de pouquíssimas fragatas e poucos OPVs.
Já estamos num cenário ruim por causa de decisões passadas.
Desculpem a caixa alta abaixo. ??
BRASIL, PARE DE ROUBAR O NOSSO ERÁRIO.
Essa missão na UNIFIL também contribuiu muito para o desgaste das Niterói. A onipresente Barroso também já deu sua cota de sacrifício por lá.
Srs. 24/09 – vejo tudo da seguinte maneira, a MB na pessoa dos seus almte sempre encontra problema na fragatas das outras nações, a pergunta é: estão piores que as nossas, os Americanos quando vendem seus equipamentos militares eles sempre antes de entregar fazem os reparos necessários os italianos não sei, porém acredito que estão melhores que os nossos sucatoes. Acho que eles pensam que não comprando de ocasião, Brasília irá liberar verbas para a construção, isto é impossível a curto/médio prazo. É cada dia ficamos sem escoltas, veja a Niterói, então saiam em campo nossa nação é tão querida… Read more »
“pm 23 de setembro de 2018 at 23:17
Novos tempos demandam novas formas de pensar.”
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Concordo plenamente, pm. Já era aquele tempo em que marinhas periféricas tinham capacidade de guerra. Com os preços atuais, guerra de verdade ficou para gente grande. Enquanto continuarmos a pensar em ter marinha de guerra à altura das marinhas ricas, ficaremos dando murro em ponta de faca.
É cuidar do quintal com os meios prioritários, estarmos à altura pelo menos dos vizinhos e, se a geopolítica mundial arruinar, ficarmos na dependência de um aliado poderoso. O que, aliás, não é novidade…
Em minha franca e leiga opinião, a MB precisa de navios multimissão como os Crossover da Damen, que podem ser configurados para escolta, patrulha oceânica, assalto anfíbio ou apoio logístico. Não precisamos de 8 escoltas simultaneamente, poderíamos deixar alguns configurados como escolta e os demais, como guardacostas. Poderíamos, hipoteticamente, enviar dois deles a uma missão como a do Líbano, sendo um configurado como escolta e outro, para apoio logístico.
Concordo plenamente mas com apenas uma observação….não é que eu não precise de escoltas especializadas…eu preciso e muito….mas diante da penuria, é melhor o emprego de navios multifunção porque aquilo que estiver empurrando agua, vai ter de fazer de tudo….
Esse Crossover da Damen é bem interessante, um verdadeiro multifuncional; e a partir dele pode-se projetar uma fragata mais convencional dedicada a defesa aérea.
Deixa os vls da proa e, trazendo o hangar mais para trás (lembrando que o projeto é modular), cria-se espaço para mais vls, se for o desejo da MB.
A marinha brasileira começou a missão no Líbano com 3 unidades revezando-se…uma
em missão extremamente longa de 8 meses ou pouco mais, uma em treinamento e que partia 2 meses antes do retorno da outra e uma terceira em manutenção.
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Com o tempo teve que se adicionar uma quarta unidade no rodízio e em uma ocasião teve que se enviar uma unidade extra, o “Apa” devido à danos ocorridos na
fragata União…números são importantes…não dá para se ter apenas 8 ainda mais
querendo que tenham capacidades diversas…acaba-se tendo “escoltas” ou “logísticos”
insuficientes.
A meu ver, a MB deveria fundir a Engepron, a Amazul e o CPN em uma empresa de economia mista; com isso a MB teria uma empresa especializada e cltista. Esta empresa faria os projetos, construção, integração, manutenção e atualização dos meios. O AMRJ seria administrado por esta nova empresa e ela poderia”alugar” ou delegar a construção a outros estaleiros, pois só um não daria conta de construir tudo o que a MB precisa. Para tudo isso ocorrer a empresa que vencer a concorrência da Tamandaré seria automaticamente a empresa a prestar consultoria para tal desenvolvimento. Trabalhando no médio e… Read more »
Quanto à Argentina, ela só vai conseguir ter uma Armada de novo quando desistir de uma vez por todas de qualquer pretensão de reaver as Falklands e vai ter que, publicamente, dizer que as Falklands são inglesas ou que pelo menos renuncia, de uma vez por todas, de qualquer possibilidade de uso militar para reaver as ilhas, e que prossegue nesse tento apenas por via diplomática. Vai dar muita dor de cabeça internamente, mas um dia o povo argentino vai ter que encarar a realidade. Se pelo menos concordassem com o que quer que os Kelpers decidessem (de novo), já… Read more »
A armada argentina comprou mesmo quatro navios OPV classe ladroit a França?
E a marinha do Uruguai?
O que poderia ser viável, é sentar todos os quatros vizinhos na mesa e na medida do possível (já que Chile e Peru não são muito amigos) tentar coordenar compras e construção de armamentos envolvendo a capacidade industrial dos países, assim teríamos uma demanda maior que justificasse o preço pago pela transferência tecnológica ou mesmo desenvolvimento conjunto, cada país faria sua parte de acordo com as vantagens comparativas e teríamos escala que poderia tornar nosso produto mais barato e competitivo. É a globalização
Os gastos excessivos com pessoal foram e são o grande erro. Não da pra planejar nada se restam somente 15% de todo o orçamento para investientos e manuntencão. Estamos falando de mais de 20 bilhões de dólares/ano (orçamento da Defesa).Talvez não seja o ideal, mas com certeza é dinheiro suficiente para termos equipamentos de melhor qualidade e em maior quantidade. Se utilizarmos somente 5% do orçamento da defesa por ano para a construção de navios, conseguiríamos disponiblizar mais de U$ 1 bilhão/ano. Dinheiro suficiente para colocarmos 1 navio de verdade por ano no mar. Insisto nisso porque considero essa a… Read more »