UFF ganha navio-escola, mas CIAGA permanece sem ter um
O Ministério da Educação (MEC), em parceria com a Secretaria da Comissão Interministerial para Recursos do Mar da Marinha do Brasil, concedeu à UFF (Universidade Federal Fluminense) a gestão de um dos quatro Navios-Escola – o Ciências do Mar III – que proporcionará experiência prática de ensino e pesquisa embarcada para alunos, professores e pesquisadores das universidades do Sudeste do Brasil. O barco está em fase final de construção no Estaleiro Inace (Ceará), com entrega prevista para o início de 2019.
Os professores da UFF Abílio Soares Gomes e Marcus Costa, do Departamento de Biologia Marinha, Ana Luiza Albuquerque, da Geoquímica e Arthur Ayres Neto, da Geofísica, fazem parte do comitê gestor que está acompanhando a construção do barco que será doado pela Marinha do Brasil à universidade. No entanto, segundo o professor Ayres, será formado outro comitê, com representantes das universidades que também terão direito à utilização da embarcação. Esse novo grupo definirá as demandas e a programação operacional do barco.
“A combinação das atividades de ensino com os projetos de pesquisa gerará uma quantidade de dados nunca antes pensada na universidade”, Abílio Soares Gomes.
De acordo com o professor Arthur Ayres, do Laboratório de Geologia Marinha (Lagemar), ligado ao Departamento de Geologia e Geofísica (www.geologiaegeofisica.uff.br/), o barco tem 32 metros de comprimento e está equipado com dois motores de 450 BHP de potência, podendo atingir velocidade de cruzeiro de até 10 nós, com autonomia para 15 dias no mar. A embarcação possui também três laboratórios, guinchos oceanográficos e geológicos, central de tratamento séptico e alojamentos com capacidade para até 18 pesquisadores e tripulação. Além disso, o navio terá outros equipamentos científicos, sendo parte deles instalados ainda no estaleiro cearense e outros após a entrega oficial à UFF.
Além do desenvolvimento de estudos na área de Ciências do Mar, o barco servirá também para aproximar pesquisadores de outras instituições e atrair recursos de outras áreas de fomento. Esse é o plano, afirma o professor Ayres. Ainda segundo ele, há a possibilidade de uma integração imediata com as outras instituições que já têm direito a usar a embarcação. “Estamos em busca de outras instituições, nacionais e estrangeiras, que tenham objetivos comuns de pesquisa, para desenvolvermos outros projetos”, enfatizou.
Cerca de R$ 10 milhões foram investidos pelo MEC na construção da embarcação, visando principalmente à promoção do desenvolvimento científico, de inovação e tecnologia voltados às Ciências do Mar. O laboratório de ensino flutuante representa um avanço na formação de recursos humanos na área de ciências do mar, viabilizando pesquisas sobre os oceanos para a preservação de ecossistemas, o desenvolvimento de inovações tecnológicas, a exploração de recursos naturais, bem como sobre as mudanças climáticas.
FONTE: O Fluminense, via Grupo Portal Marítimo
Comentário do Grupo Portal Marítimo: Enquanto isso, a Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), no Rio de Janeiro, permanece sem um navio-escola, ou ao menos um aviso de Instrução. Uma Universidade do Mar sem um recurso tão importante. Que o Governo Federal saiba definir melhor suas prioridades e destinar os meios adequados para as instituições.