Navio-patrulha ARA King, comissionado em 1946, é reformado para navegar até 2038
Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval
A Escuadrilla de Ríos da Armada Argentina recebeu, às 10h desta sexta-feira (21.12), o navio patrulha ARA King, de 77 m de comprimento e pouco mais de 1.000 toneladas de deslocamento, que se encontrava, desde 2014, sendo remodelado no Estaleiro Río Santiago (ARS na sigla em espanhol), da cidade de Ensenada (60 km a sudeste da capital Buenos Aires).
O navio, que possuía três canhões de 105 mm – dois na proa e um à popa –, teve retirada a peça de artilharia de ré, que ficava atrás da superestrutura.
Isso abriu um espaço, no convés principal, para operações de VERTREP (Vertical Replenishment) e, ocasionalmente, para o transporte de carga.
O King será empregado em missões de patrulha, no adestramento de fuzileiros navais em operações ribeirinhas e como navio-escola (de rio) para a oficialidade naval argentina.
A Marinha vizinha empresta grande importância à capacitação de oficiais condutores de embarcações fluviais civis e ao policiamento dos rios, tanto que possui a Escuela Nacional Fluvial Comodoro Antonio Somellera. Apesar disso, seus meios de patrulhamento da malha hidrográfica são antiquados e deficientes – especialmente diante das lanchas de alta velocidade empregadas por contrabandistas e narcotraficantes.
Os dois motores diesel do King vão garantir velocidade de 18 nós à embarcação.
Melhorias – Construído no próprio ARS obedecendo aos planos de um navio mineiro italiano, o King foi lançado ao mar em 1943. Agora a expectativa é de que ele permaneça na ativa por mais 20 anos.
As modificações a que o navio foi submetido podem ser resumidas da seguinte maneira:
- novo sistema de governo;
- mastro de sinais;
- redesenho das condições de habitabilidade com reforma de camarotes (inclusive o do comandante) e alojamentos;
- reforma da cozinha e do refeitório destinado aos cadetes navais;
- obras na proa;
- Modernização da área frigorificada;
- Recuperação dos tubos de dutos de ventilação; e
- reforma dos quadros elétricos e de todo o cabeamento.
Sexta-feira passada, centenas de operários do ARS e suas famílias festejaram o encerramento da recuperação do patrulheiro, ocasião que aproveitaram para realizar uma manifestação contra a possível redução do efetivo laboral do estaleiro, atualmente na casa dos 3015 trabalhadores.
FOTOS: HISTAMAR/LA NACION