China avança na fabricação de palhetas de turbinas navais para os destróieres Type 055
O marco ocorre quando a China persegue objetivos de alta tecnologia. Desenvolvimento foi resultado da cooperação com empresa russa, disse uma fonte de construção naval
A China disse que produziu uma palheta de fundição que poderá melhorar o desempenho das turbinas de serviço pesado que irão propulsar a última geração de seus destróieres de mísseis guiados.
A State Power Investment Corp (SPIC), uma das maiores empresas geradoras de energia estatais da China, disse que agora pode estabelecer seu próprio processo de produção para o componente principal de turbinas a gás de 330 megawatts.
A SPIC informou em seu site no dia 25 de dezembro que a fundição da palheta foi “o primeiro avanço da China em componentes centrais em turbinas a gás para serviço pesado” e “a mais importante conquista histórica” desde 2015, quando a China lançou uma força-tarefa para desenvolver uma turbina a gás doméstica.
Para gerar eletricidade, ar e combustível são misturados e queimados, fazendo com que as palhetas da turbina girem, acionando o gerador. As palhetas são tipicamente feitas de superligas projetadas para suportar as altas tensões criadas dentro da turbina.
Os esforços da China para acessar tecnologias críticas mas sensíveis – de propriedade de empresas estrangeiras como General Electric nos Estados Unidos, Siemens na Alemanha, Mitsubishi no Japão e Ansaldo Energia na Itália – foram recusadas nos últimos 50 anos, colocando a China em risco de ser sufocada”, especialmente no campo da segurança energética nacional, disse o Science and Technology Daily em maio.
O avanço técnico foi anunciado com a China presa em uma guerra comercial com os EUA e a “Made in China 2025”, uma estratégia que visa transformar a China em uma superpotência tecnológica e industrial, provocando a ira do presidente dos EUA, Donald Trump e governos ocidentais.
O especialista naval Li Jie, de Pequim, disse que o novo componente poderá ser usado em turbinas a gás projetadas para propulsar versões posteriores do mais avançado navio de superfície da China, o destróier de mísseis guiados Type 055. A China lançou quatro nos últimos 18 meses e mais quatro estão em construção.
Os Type 055s são projetados para servir como navios de escolta primários para os grupos de ataque do porta-aviões da Marinha do Exército de Libertação Popular da China.
“As turbinas a gás originais usadas nos destróieres Type 055 não são tão poderosas quanto às usadas pelos destroyers da Classe III dos Arleigh Burke dos americanos”, disse Li. “Mas a diferença entre os navios de guerra chineses e os seus homólogos americanos será reduzida à medida que a China superar a lacuna de tecnologia principal.”
Os dois primeiros Type 055s não possuem sistemas de propulsão elétrica integrados super eficientes (IEPS) devido às suas fontes de energia relativamente baixas. O IEPS permitiria que navios de guerra operassem armas de alta energia e alta tecnologia, como “rail guns”, que podem lançar projéteis em velocidades muito além das armas convencionais.
Uma fonte próxima à indústria de construção naval chinesa disse que a realização de Pequim no desenvolvimento de tecnologia de turbina foi feita com ajuda de parceiros estrangeiros, especialmente através de um acordo de cooperação assinado entre a russa United Engine Corp e a estatal Harbin Turbine Co em julho do ano passado.
“A Rússia precisa que a China atualize seu único porta-aviões, o Almirante Kuznetsov, cujo casco, convés e outras partes foram danificados após uma série de acidentes no início deste ano”, disse a fonte.
“Construtores navais chineses em Dalian, província de Liaoning, são capazes de adaptar o porta-aviões da classe Almirante Kuznetsov, com base em sua experiência de reformar o primeiro porta-aviões do país, o Liaoning.”
A China comprou o Liaoning da classe Almirante Kuznetsov da Ucrânia, em 1998, e gastou cerca de uma década para completá-lo, transformando-o no primeiro porta-aviões comissionado do país. O primeiro porta-aviões totalmente construído no país, o Type 001A, foi lançado no ano passado pelo estaleiro de Dalian.
FONTE: South China Morning Post