Turbo-gerador chinês para navios a vapor

A China desenvolveu sua mais potente unidade de turbogerador a vapor, que analistas militares dizem que podem fornecer uma solução para a enorme demanda de eletricidade exigida por catapultas eletromagnéticas nos futuros porta-aviões da China e railguns eletromagnéticos em futuros destróieres.

Independentemente desenvolvido pelo maior fabricante de produtos navais do Instituto No.7 da China, China Shipbuilding Industry (CSIC), o gerador passou recentemente na avaliação técnica, marcando o nascimento do turbogerador a vapor de 20 megawatts para navios, a CSIC anunciou em um comunicado lançado em sua conta WeChat no final de dezembro de 2018.

Li Jie, um especialista naval de Pequim, disse ao Global Times que a unidade geradora de energia está agora totalmente operacional e tecnicamente apta para a produção.

Song Zhongping, um especialista militar e comentarista de TV, disse que o próximo passo será instalar o gerador em um navio-teste, antes que ele esteja disponível para uso militar pela China em um ou dois anos.

A unidade geradora de nova geração fez vários avanços tecnológicos e tem design inovador, disse o comunicado da CSIC, observando que 20 megawatts de energia são quatro vezes mais do que as atuais unidades geradoras da China e estão no mesmo patamar das unidades geradoras mais avançadas desenvolvidas pelos EUA e os países europeus.

Vinte megawatts são suficientes para impulsionar embarcações de 10.000 toneladas, disse Song ao Global Times, observando que embarcações maiores, como porta-aviões, podem usar múltiplos geradores para obter a energia que precisam.

O novo turbogerador a vapor não só fornecerá eletricidade para o sistema de propulsão de uma embarcação, mas também estabelecerá a base para um sistema de energia totalmente elétrico para os navios, disse a empresa.

Em embarcações tradicionais, os turbogeradores que fornecem energia para propulsão e eletricidade são separados, e a energia gerada para o sistema de propulsão não é usada para alimentar aplicações elétricas, disse Song. Navios raramente navegam a toda velocidade, então uma quantidade considerável de seu potencial de energia não é usada enquanto o sistema elétrico pode ser sobrecarregado, fornecendo energia para equipamentos consumidores de eletricidade.

Geradores que são poderosos o suficiente podem ser usados ​​para os sistemas de propulsão e elétricos, disse Li. O sistema de energia de um navio seria mais eficiente se um sistema for usado para alocar energia para onde for necessário.

O destróier de classe Zumwalt dos EUA e o destróier Type 45 do Reino Unido usam um sistema de propulsão turbo elétrico.

A CSIC está supostamente desenvolvendo o terceiro porta-aviões da China, e especialistas esperam que ele seja equipado com uma catapulta eletromagnética para lançar aeronaves. A China também está procurando atualizar seu destróier da classe de 10.000 toneladas mais avançado, o Type 055, com railguns eletromagnéticos.

Novas tecnologias, como a catapulta eletromagnética e a railgun eletromagnético, exigem uma enorme quantidade de eletricidade. Um sistema de energia totalmente elétrico permitirá que eles usem a energia de propulsão sem problemas, disse Li.

Type 055 em provas de mar
Type 055 em provas de mar

FONTE: Global Times

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Victor Filipe

Huum… se os EUA já tem um gerador desse nível (como dito na matéria) e os chineses planejam usar um deles para alimentar uma embarcação de 10 mil toneladas + canhão eletromagnético é de se supor que os chineses conseguiram criar uma versão bem econômica da arma, afinal os EUA sempre dizia que fornecer energia era o problema.

A não ser claro que isso seja um blefe chines.

Flamenguista

O problema do canhao eletromagnético é que, o alto consumo de energia impacta na cadencia de disparos. Me lembro que, na década de 80, no auge da guerra fria, os EUA tinham um projeto de canhao eletromagnetico para ser colocado em orbita no espaço, para derrubar satélites e mísseis da antiga URSS. Chamava-se projeto Sagitar. Então, o railgun militarmente efetivo já é o Santo Graal das potencias, há muito tempo.

Otto Lima

Como Caio Binder falou ontem no Manhattan Connection, a China está vencendo a corrida tecnológica do século XXI e os EUA, a do século XI, com o muro de Trump na fronteira com o México.

Lemes

Então a corrida do século 21 é a do vaporware? Porque se for, a briga pela liderança está acirrada entre China e Rússia, com o Irã correndo pelo terceiro lugar beeeem atrás.

Tiago

Vc pode até não gostar da política e tal, mas acho que a China e a Rússia não blefam, não da forma como o Irã xD

ODST

Tiago

China e Rússia são os que mais blefam, principalmente a China, que possui uma enorme cesta de blefes, basta ver as últimas noticias sobre os eles aqui mesmo no site.

Otto Lima

Lemes, não me refiro apenas a esse sistema de propulsão naval, mas também a sistemas de telecomunicações, engenharia aeroespacial e outras áreas.

Lemes

Otto, o que a China fez de novo nessas áreas? Mandou uma sonda ao lado escuro da lua? Os Estados unidos mandaram várias expedições tripuladas na década de setenta, já mandaram várias sondas a Marte e outros locais do sistema solar. Telecomunicações? Qual inovação eles criaram? Onde estão à frente em informática? Nem os microprocessadores que usam são deles. Militarmente, qual arma revolucionária eles criaram? Seus caças stealth sequer sabemos se são realmente furtivos, ou se são, quanto são.

Otto Lima

Lemes, sua mente parou na década de 1970, mas estou falando do século XXI. Atualmente, as grandes inovações dos EUA na área militar só têm servido para torrar bilhões de dólares do contribuinte americano, como o F-35 e os navios da Classe Zumwalt.

Carlos Gallani

Parceiro, sua visão está muito distorcida quanto à distância de inovação tecnológica da US NAVY em relação a todo o resto do mundo, o F-35 é um baita avião capaz de operar de meios interessantíssimos como o Izumo, o Zumwalt é o estado da arte em termos de contratorpedeiro, não confunda as coisas, o zumwalt só é realmente caro pq nenhuma marinha do mundo faz sequer frente de verdade aos AB, eles simplesmente não precisam de algo tão avançado!

Otto Lima

A NASA vem sofrendo com restrições orçamentárias e está ficando para trás. Nas atuais circunstâncias, as chances de os EUA voltarem à Lua ou mandarem humanos a Marte antes da China está nas mãos de empreendedores como Elon Musk.

Hélio

Bem que a marinha poderia desenvolver essa tecnologia junto a WEG para equipar novos navios. A mudança dos meios de propulsão dos navios é uma preocupação constante, seria uma alternativa moderna até o domínio da propulsão por hidrogênio.

Top Gan Sea

É!! Está difícil segurar a China. OS EUA está ficando sem fôlego.

Guacamole

Alguma coisa não está certa nisso. Não pode ser apenas 20MW de potência.
O Brasil tem varias companias que fazem turbinas, como a WEG e a TGM.
Ora, a TGM produz turbinas até 150MW e a mais próxima de 20MW no seu catalogo ( na verdade é 25MW, eles não fazem de 20MW) é uma das menos potentes que eles tem.
Será que faltou um zero no texto?

http://www.grupotgm.com.br/turbinas-70-bar-a-530-c-25-mw-condensacao-tmc-a-e-tmce-a

Otto Lima

Creio que o valor esteja correto, pois,a título de comparação, cada turbina a gás Rolls-Royce WR-21 dos contratorpedeiros Classe Daring (Type 45) da Royal Navy geram 21,5 MW de potência e cada RR MT-30 do NAe HMS Queen Elizabeth, 30 MW. Creio que os chineses estejam desenvolvendo um sistema naval de co-geração, onde o calor residual da turbina a gás é parcialmente convertido em energia elétrica na turbina a vapor.

Guacamole

O que traz a pergunta: porque compramos turbinas navais da Rolls Royce e da MTU sendo que já temos aqui?
Sei que conseguir a papelada toda é uma burocracia, mas a tecnologia já está toda aqui Mesmo.

Jota Ká

Não confunda turbina à vapor (vapor d´agua, usadas nas usinas termelétricas), com turbina à gás (semelhantes aos motores de jatos, usadas em navios).
São bem diferentes.

Daniel Ricardo Alves

Eu vejo com certo ceticismo esses avanços tecnológicos chineses. Pode até ser verdade, mas a má fama dos produtos chineses e a censura à especialistas ocidentais sempre colocam dúvidas sobre as reais capacidades de suas conquistas.

Luiz Floriano Alves

Esse equipamento turbo gerador, a vapor, implica na existência de um sistema gerador de vapor. Terá que ser nuclear ou a combustíveis líquidos e caldeiras. Para barcos de 10.000 ton. não se utilizam reatores, até agora. Isso pode indicar que estão produzindo reatores navais para barcos de combate, não PAs.

Otto Lima

Pode ser que os chineses estejam desenvolvendo um sistema de co-geração. Neste caso, a fonte de calor para gerar o vapor seria os gases quentes da descarga de uma turbina a gás.