ROKS Kyong Buk (FF 956), classe Ulsan

ROKS Kyong Buk (FF 956), classe Ulsan

ROKS Kyong Buk (FF 956), classe Ulsan
ROKS Kyeongbuk (FF 956), classe Ulsan

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

O ministro da Defesa argentino, Oscar Aguad, examina a conveniência de enviar um grupo de oficiais da sua Marinha à base naval sul-coreana de Jinhae (312 km a sudeste da capital Seul), para que eles inspecionem uma fragata da classe “Ulsan”, de 103,7 m de comprimento e 2.300 toneladas de deslocamento, oferecida como doação pela Administração do presidente Moon Jae-in ao governo Mauricio Macri.

A oferta, formalizada por meio de um documento assinado pelo Adido de Defesa, Naval e Aeronáutico da República da Coreia do Sul na Argentina (também acreditado no Chile e no Paraguai), tenente-coronel do Exército Ho Lim, acontece após uma série de reuniões entre militares dos dois países – que, em pelo menos uma oportunidade, contou com a intervenção pessoal do chanceler argentino Jorge Faurie.

As informações foram publicadas, nesta segunda feira, pelo jornal econômico bonaerense Ámbito Financiero, que teve acesso ao expediente Nº 238/2018 da diplomacia argentina – um dos que trata do assunto.

O lote inicial de embarcações da classe Ulsan foi comissionado pelos sul-coreanos na primeira metade da década de 1980, e descomissionado a partir de 2014.

A classe abarca navios lança-mísseis maiores e mais capazes que as corvetas tipo Pohang, também doadas por Seul às Armadas da Colômbia e do Peru.

LPD classe Makassar
LPD classe Makassar

Navio-doca – O Ámbito Financiero levanta a hipótese de a proposta acerca da fragata ser a ponta de lança, ou cunha, de um estreitamento das relações militares entre Coreia do Sul e Argentina.

Os sul-coreanos têm um interesse imediato de vender aos argentinos entre 12 e 16 caças leves KAI FA-50 – iguais aos que vêm sendo adquiridos por Tailândia e Filipinas –, e, se possível, de encorpar essa operação comercial com a licença para que a indústria naval argentina construa um navio-doca classe Makassar – igual ao Pisco, recém-construído pela empresa SIMA-Peru, do porto de Callao.

No caso do navio, a primeira tentativa dos sul-coreanos foi feita com base em um equívoco: o de propor que a construção fosse feita no Astillero Río Santiago, da periferia da capital, empresa que mantém importante litígio com o governo Macri.

Em sua correspondência para o Ministério da Defesa argentino, Ho Lim solicita que o governo argentino arque com os gastos da viagem da equipe de inspetores navais e, mais tarde, com as custas do envio de uma tripulação e do translado do navio desde Jinhae até a base naval de Puerto Belgrano.

O primeiro passo a ser dado por Aguad é manifestar oficialmente, por escrito, o interesse da Administração Macri no navio.

Os inspetores argentinos vão avaliar o estado geral da fragata a ser disponibilizada e, sobretudo, estimar o custo que caberá à sua Marinha suportar para sua prontificação.

Já está claro que os dois sistemas de mísseis da classe Ulsan – um antinavio (Harpoon) e outro antiaéreo (Mistral) – foram retirados, e não serão repostos. Bem como os dois lançadores triplos de torpedos antissubmarino.

Restaram em cada unidade dessa classe dois reparos de 76 mm e três reparos duplos de canhões de 40 mm. Com essa configuração os Ulsan – que, originalmente, alcançavam a velocidade máxima de 34 nós – poderão, apenas, realizar missões de patrulha oceânica – algo ainda relevante para a Armada Argentina, especialmente se for levado em consideração o desgaste das corvetas tipo A-69 (de origem francesa) que operam na Flota de Mar (Esquadra argentina).

Fragata da classe Ulsan
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