Estande da Emgepron na feira de Defesa LAAD

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

Escolhido pelo Comandante da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior, o vice-almirante (RM1-IM) Edesio Teixeira Lima Junior, deixará o Centro de Apoio a Sistemas Logísticos de Defesa, órgão do Ministério da Defesa, para presidir a Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), sediada no Rio de Janeiro – companhia vinculada à Marinha do Brasil (MB).

O oficial Intendente substituirá o vice-almirante reformado Francisco Antônio Laranjeira – um amigo pessoal do ex-Comandante da Força, almirante Eduardo Leal Ferreira –, que assumiu a EMGEPRON no primeiro semestre de 2015.

Considerado por seus pares um especialista em finanças, o almirante Edesio chega à EMGEPRON no momento em que a empresa vem sendo capitalizada para administrar a construção de vários meios, entre eles quatro navios-escolta classe Tamandaré e um navio polar.

Na gestão Ilques, os recursos da MB serão concentrados na obtenção dos submarinos classe Riachuelo (conforme previsto no Programa de Desenvolvimento de Submarinos, PROSUB), dos navios Tamandaré e de navios-patrulha de diferentes portes – que, devido ao estado de obsolescência das Flotilhas de Ladário e do Amazonas, poderão incluir unidades de patrulha fluvial.

A desmobilização das seis fragatas classe Niterói, das duas unidades Tipo 22 (classe Greenhalgh) e das duas corvetas classe Inhaúma ocorrerá, impreterivelmente, até o ano de 2028 – prazo que já foi aprovado pelo Almirantado.

Em uma recente entrevista o Comandante da Marinha afirmou que a aquisição do navio de Apoio Logístico Wave Ruler, de 31.000 toneladas, de descomissionamento previsto para este ano pela Marinha do Reino Unido, não é operação “prioritária” para a MB. Mas uma fonte do staff do almirante Ilques esclareceu ao Poder Naval: o Comandante quis apenas despistar, de forma a não permitir que os britânicos peçam um preço exageradamente alto pela embarcação (de valor estimado na faixa dos 100 milhões de dólares).

Movimentações – O novo presidente da EMGEPRON dirigiu o Centro de Catalogação de Defesa do Ministério da Defesa e ocupou o cargo de assessor especial do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

Além de ter atuado na Diretoria de Finanças da Marinha, ele desempenhou as funções de Diretor de Abastecimento e de Comandante da Base de Abastecimento da Marinha no Rio de Janeiro.

Para as próximas dez semanas são aguardadas outras nomeações importantes na área Rio.

É possível que o atual comandante do 1º Distrito Naval, vice-almirante José Augusto Vieira da Cunha, seja designado Comandante-em-Chefe da Esquadra.

Para seu lugar, no Distrito, iria o atual chefe de gabinete do Comandante da Força, vice-almirante Flávio Augusto Viana da Rocha, que, na gestão Leal Ferreira, dirigiu o Centro de Comunicação Social da Marinha.

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Mahan

Marinha com tantos problemas e tem empresa estatal vinculada…será que não existe empresa privada pra projetos navais?

Douglas Mackdonald

Será que o novo presidente da Emgepron vai continuar com a política salarial dos funcionários concursados? O acordo coletivo não sai a anos, salários defasados sem falar na demissão em massa, enquanto isso os cargos comissionados continuam com o salário de marajá.

Hélio

Pra quê? Para ser vendida para uma corporação estrangeira e deixar o país na mão? Não viu o caso da Embraer? Qual é o problema de ter uma empresa estatal? A Fincantieri é estatal, não sabia? O GOA ship yard é estatal, até a Suíça tem a Ruag. Estatal só é ruim no país, isso porque todas são sucateadas intencionalmente, no mundo todo ser estatal é motivo de orgulho. Vá lá acreditar nas mentiras dos liberais sem olhar como é na verdade.

Agnelo

Quando vejo q em 10 anos 8 de nossas fragatas e 2 corvetas terao parado e so ha 4 corvetas na prancheta, aumenta a preocupação.
Q o trabalho com as Tamandares “decole” e a EMGEPRON dê muitos frutos!!

india-mike

Na verdade não são “8 de nossas fragatas e 2 corvetas” que terão parado, mas a totalidade dos esquadrões de escolha com a única exceção da Barroso

GFC_RJ

Concordo contigo, amigo. Mas a preocupação pode ser atenuada se encher um pouquinho mais o copo quase vazio: 4 submarinos moderníssimos no gatilho. Isso não pode ser ignorado. Projetos mais caros e mais difíceis que navios de superfície.

Antônio

Mandando quase 300 funcionários concursados embora sem o menor risco em suas fichas funcionais??? Grande decolar!!!

Foxtrot

Disse que haverá aquisição de navios patrulha de diferentes tonelagem, dentre eles os de patrulha fluvial
Será que vão terminar e adquirir o Patrulheiro da Amazônia?
Projeto conjunto entre Brasil, Colômbia e Peru.
E por falar nesse projeto, como anda o mesmo ?

JonasN

Falta ao Brasil uma empresa voltada para o setor naval, seria muito importante para manter o conhecimento, se envolvendo também no mercado civil, o que ajudaria a se manter no momentos de baixas encomendas do setor militar e vice-versa. Até mesmo para fazer lobby político e vendas para o exterior. Acho que seria interessante uma join-venture com entre a emgepron e o consórcio vencedor das CCT. Quem sabe no futuro uma fusão com a ICN para concentrar ainda mais.

Francisco Braz

Existe algo muito errado neste título: A intendência vai até o posto de Mar-e-Guerra. Os corpos médico, engenheiros e fuzileiros tem sua graduação máxima no posto de Vice Almirante. Como é que, de repente, surge um “almirante intendente”??? Há um equivoco na informação.

Raul

corrrigindo: vice

Fernando XO

Francisco, o Corpo de Intendentes também tem o posto de Vice-Almirante… como os Engenheiros… e os FN podem ir até AlteEsq… abraço…

Bruno

Não há nada de errado ou equívoco na informação.
Apenas para resumir e te atualizar:
Corpo da Armada – até 4 estrelas ou Almirante de Esquadra;
Corpo de Fuzileiros – até 4 estrelas ou Almirante de Esquadra;
Corpo de Intendentes – até 3 estrelas ou Vice-Almirante;
Corpo de Engenheiros Navais – até 3 estrelas ou Vice-Almirante;
Corpo de Saúde da Marinha:
Médicos – até 3 estrelas ou Vice-Almirante; e
Dentistas – até Capitão-de-Mar-e-Guerra.
O site da Marinha disponibiliza informações mais detalhadas, que por certo, evitarão outras dúvidas.

Jackson

Os oficiais do Corpo de Intendentes vão até Vice Almirante, assim como os do Corpo de Engenheiros e de Saúde. Os Fuzileiros Navais vão até o posto de Almirante de Esquadra….Okay

Paulo costa

Que beleza …intendente !!!.

Ao invés de fragatas novas compraremos muito papel higiênico …

Parabéns MB …

elcimar marujo

é justamente um intendente que vai saber melhor gerenciar os recursos e as novas mudanças impostas a emgepron amigo,é da área dele esse tipo de gestão de recursos

Paulo Costa

Eu sei que e exatamente isso, mas depois daquela entrevista desanimadora do comandante nao da pra falar nada bem de mais nada na marinha.
Parece que somos a US NAVY com 300 navios todos novinhos em folha e nao precisamos de nada…

Mauro

Por que não colocamos você para dirigir o Emgepron?
Além de rastejar pelo primeiro processo e dar lanço, que mais você aprendeu?

Mauro

Não sei com que mão de obra a Emgepron irá construir estes navios, se ela mesma está demitindo todos os seus funcionários com mão de obra especializada é quê estão lá a mas de 10/15/20 e 25 anos , gostaria de saber como ?

Fernando XO

Mauro, a EMGEPRON não participa da construção em si, a empresa tem como 2 de suas tarefas “gerenciar projetos integrantes de programas aprovados pelo Comando da Marinha e promover e executar atividades vinculadas à obtenção e manutenção de material militar naval”… abraço…

Vovozao

09/02/19 – sábado – bdia, somente uma pergunta: numa compra de ocasião, após as verificações, como é decidida a compra?? O comandante da MB é quem decide ou existe uma reunião do Estado maior e o comandante terá o voto de Minerva se necessário??? Por favor esclareçam.

Fernando XO

Vovozao, a questão é debatida no Almirantado, o qual reune os 4 estrelas da MB… abraço…

Vovozao

Obrigado, então como dizemos é uma decisão do colegiado. Se houver maioria, pode-se passar por cima de uma decisão pessoal do cmte.

Andrigo

Os 4 estrelas “acessoram” o comandante da Marinha, cabendo somente a este a decisão ou não, ou é um colegiado de iguais, com o voto do Almirante Ilques com o mesmo peso dos demais?

Arthur de Almeida Júnior

Excelente profissional, excelente ser humano. Esperamos tenha condições de aplicar sua experiência, seu conhecimento e sua dedicação na EMGEPRON a serviço da Nação.

Vicente Roberto De Luca

Concordo. Servi com o Almirante Edesio no NAeL Minas Gerais, ele no Departamento de Intendência e eu no Armamento. Além dos atributos nominados pelo colega, uma pessoa muito humilde e muito amiga. Merece! A Emgepron tem estado em excelentes mãos: Marcelio, Laranjeiras e agora Edesio.
De Luca, Vicente Roberto.

Rafael

A emgepron demite todos seus funcionários do Arsenal de Marinha mas dinheiro nunca falta. Motivo da demissão é falta de dinheiro, não dá pra entender. Grande farsa e cabide de militares oficiais.

HAL NOVE MIL

A EMGEPRON existe desde 1982. Grande parte de seus empregados qualificados são CLT concursados que ela terceiriza para as OM que precisam de mão de obra mas a Marinha se faz de indiferente a concursos. Agora, que o comando não tem mais verba para reparar a frota, ao invés de pedir mais dinheiro, manda a EMGEPRON demitir seus empregados concursados. Os que estão lá por indicação (servidores públicos), destaque (militares) ou em cargos comissionados não são incomodados. Os servidores públicos qualificados já estão com idade de aposentadoria e não tem mais para quem passar seus ofícios. A tropa de carreira… Read more »

Vicente Roberto De Luca

Discordo. Gostaria de apresentar certas colocações aos Senhores. Tive diversos contatos com a Emgepron, como assessor, na qualidade de advogado e engenheiro, ambos militantes, que sou de empresas interessadas em fornecedor ou prestar serviços à Emgepron. Estou à vontade pra vos responder, pq nenhuma dessas empresas lograram um “fechamento” contratual. Nesses contatos, observei uma equipe excelente, dentro da Emgepron, produtiva e defendendo as cores da MB, fato que muito me orgulhou. No que tange à preservação dos empregos, cabe lembrar que, independente da natureza jurídica da subordinação, a Emgepron é uma sociedade empresária e, como tal, deve se pautar em… Read more »

Bardini

Falando em Emgepron…
.
Qual a justificativa de estarem desenvolvendo munição de 57mm?
https://www.marinha.mil.br/emgepron/pt-br/desenvolvimento-do-estojo-da-municao-naval-57mml70

Roberto Bozzo

Será que eles SAABem de algo ??

Bardini

Faz tempo que isso está no site…

Jadson Cabral

É sério que a MB precisa de uma estatal para gerenciar recursos e projetos??? Ao menos se fosse um estaleiro…

Walfrido Strobel

Eu vejo muita gente reclamando que nossas estatais são inchadas e quando uma diminue seu pessoal é acusada de demitir, mas não é isso que querem? Vá entender…..

Nilson

Penso que essas demissões tenham sido um primeiro passo para a extinção da Emgepron, posto que, num horizonte de 4 anos, a extinção ou venda da maior parte das estatais (exceto Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica) é uma diretriz claríssima do atual governo federal, anunciada várias vezes pelo Ministro da Economia. Pelo que vejo, a Marinha tem que ir se adaptando para viver sem a Emgepron.

Hélio

Pura besteira, o Paulo Guedes é um simples ministro, não é porque ele quer (por ideologia, não por técnica) vender tudo, que isso será feito. A posição claríssima do governo é vender as estatais deficitárias e que só servem de cabide de emprego, as estratégicas e saudáveis ficam como estão, como o presidente sempre defendeu e como é correto pela técnica (não ideologia) econômica.

Walfrido Strobel

Uma curiosidade, a Indonésia recebeu sua sexta LPD, a terceira construida pela PT PAL e designou como Navio Hospital.
. https://youtu.be/TIaVAsUXDsE

Souto

Amigo Fernando XO você sabe se o navio patrulha sera concluído?
A MB desistiu de comprar dois navios caça minas a Suécia?

Fernando XO

Souto, na condição de Oficial da ativa, não posso dar esse tipo de informação… mesmo que soubesse, o que não é o caso… espero que compreenda… abraço…

Esteves

Pois é,

Patrulhas de diferentes porte devem chegar com recursos do FMM. Promessas. O que é possível levar adiante com o orçamento? PROSUB e, assinar o contrato das Tamandarés. Assinar não significa que haverão mudanças imediatas. Serão contratadas. Chegarão e serão incorporadas conforme a disponibilidade financeira. Futuro.

Presente somente o PROSUB. O restante irá responder chamada.

Provavelmente as Tamandarés sofrerão do mesmo mal de contratos e programas anteriores. Para compensar os gaps…uma compra de oportunidade. Ou duas.

Ao menos, o comando da MB está sendo claro e reto.

Rafael M. F.
Esteves

“Uma empresa estatal é uma entidade administrativa criada por uma entidade política como uma pessoa jurídica de direito privado que faz parte da administração indireta e que deve buscar lucro na exploração de uma atividade econômica ou um serviço público.” A Emgeprom gera receitas? Fatura? Dá lucro? Cumpre a finalidade de explorar atividade ligada à segurança nacional? A Emgeprom é uma estatal de interesse público como os bancos públicos, as fundações, as autarquias ou outras que exploram recursos naturais? Se sim, deveria continuar. Sendo robusta e não dependendo de capitalização do estado, que siga. Se não, é mais uma das… Read more »

celso

ou as FFAA reformam seus quadros, ou n terá serviço para tanta milicada general. desse jeito, até chefe dos coveiros será oficial ultra mega superior. nesse caso, ao menos, já se tem experiência com a administração do de perus.

DOUGLAS TARGINO

EXTRA! Austrálica compra 12 submarinos por 50 bilhões de dólares.

Paulo

Bom dia… Dólares Australianos…

rommelqe