Concepção em 3D da corveta classe Tamandaré

Concepção do projeto da corveta classe Tamandaré

Concepção em 3D da corveta classe Tamandaré
Concepção do CPN do projeto da corveta classe Tamandaré

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

A Marinha do Brasil (MB) receberá, na sexta-feira da semana do carnaval – dia 8 de março –, a chamada best and final offer (BAFO) dos quatro consórcios pré-selecionados, em outubro passado, para disputar o contrato de fabricação dos quatro navios de escolta da Classe Tamandaré.

A previsão é de que o anúncio do vencedor saia duas semanas mais tarde, no dia 22.

De acordo com o representante de um dos competidores, todas as propostas – lideradas pelos estaleiros Damen, ThyssenKrupp, Fincantieri e Naval Group –, preveem um custo de produção das embarcações no patamar dos 2 bilhões de dólares (aí incluídos os compromissos de offset).

O Comandante da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior, gostaria de assinar o contrato de aquisição dos navios no dia 13 de dezembro deste ano – data comemorativa do Dia do Marinheiro –, mas esse é um plano de concretização ainda incerta, tantos são os detalhes que devem fazer parte dos instrumentos contratuais.

Corveta proposta pelo Consórcio Damen Saab Tamandaré
Corveta proposta pelo Consórcio Damen Saab Tamandaré
Meko A100 proposta para o Programa Tamandaré
Gowind da Royal Malaysian Navy
Gowind 2500 do Naval Group

Gerente – Ilques já escolheu o oficial que vai gerenciar a construção dos barcos da série Tamandaré, dentro da Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON): será o contra-almirante (RM1) José Moraes Sinval Reis, oficial reconhecido por sua competência e posições firmes.

Sinval Reis foi admitido na EMGEPRON no fim do ano passado.

Ele encerrou seu período na ativa da Marinha, a partir da metade final da década de 2000, como Comandante do 6º Distrito Naval (Ladário) – entre abril de 2007 e abril de 2008 –, Comandante da Força de Superfície – entre abril de 2008 e abril de 2010 –, e Coordenador da Modernização do Navio-Aeródromo São Paulo – cargo no qual aprovou a desmobilização do navio, tornada pública há exatos dois anos.

Nesse momento, um mar de dúvidas domina os concorrentes ao Programa Tamandaré.

Uma dessas incertezas é quanto à real importância que a MB empresta às promessas dos competidores de requalificar tecnologicamente o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Isso porque dezenas de funcionários do Arsenal que estavam nos quadros da EMGEPRON vêm sendo exonerados.

Para oficiais brasileiros que assessoram os competidores da concorrência, as demissões podem sinalizar uma intenção da Marinha, ainda mantida em sigilo de, no futuro, transferir a maior parte da atividade industrial da Força para o sofisticado complexo naval de Itaguaí (RJ), hoje dedicado à fabricação dos quatro submarinos classe Scorpène que integram o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos).

Cancelamento – As dispensas do pessoal da EMGEPRON alocado ao Arsenal fariam parte das recentes medidas de reposicionamento financeiro e administrativo da companhia, que incluiriam o cancelamento dos preparativos para a Rio International Defense Exhibition (RIDEX) de 2020.

Patrocinada pela EMGEPRON, essa mostra de novidades tecnológicas nas áreas de Defesa e Segurança teve sua primeira edição entre os dias 27 e 29 de junho do ano passado.

As providências de corte de despesas da EMGEPRON foram ditadas pelo antigo presidente da empresa, vice-almirante da reserva Francisco Antônio de Magalhães Laranjeira – um amigo pessoal do ex-Comandante da Força, almirante Eduardo Leal Ferreira –, e reforçadas por seu substituto, vice-almirante (RM1-IM) Edésio Teixeira Lima Júnior.

Edésio tomou posse na manhã da última segunda-feira, em uma cerimônia muito concorrida no Salão Nobre do 1º Distrito Naval, que contou com a presença do ex-Comandante da Força, almirante Moura Neto. Curiosamente, um dos fatos que mais chamou a atenção foi, precisamente, a ausência, na solenidade, do almirante Leal Ferreira.

Na tarde da segunda-feira, uma fonte do Poder Naval esclareceu: o ex-Comandante “está divorciado da Marinha, dedicando-se apenas ao estudo da papelada relativa à sua próxima função, de Presidente do Conselho de Administração da Petrobras”.

O PN apurou que, durante os 43 meses em que permaneceu à frente da EMGEPRON, Laranjeira amargou alguns problemas com dois importantes oficiais do setor de Material da Força: o diretor-geral do Material da Marinha, almirante de esquadra Luiz Henrique Caroli, e o diretor de Gestão de Programas da Marinha, vice-almirante Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar.

Caroli permanecerá ainda quase um ano à frente do Material. Ele não será movimentado ao longo de 2019, e só deixará a DGMM depois que seu tempo na ativa se encerrar, no mês de novembro.

Petrônio tem boas chances de subir na carreira, e chegar, em um futuro próximo, ao cargo de Comandante-em-Chefe da Esquadra.

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