Integrantes são da escola de solda da empresa e curso faz parte do programa de transferência de tecnologia com a Naval Group

A Itaguaí Construções Navais (ICN) enviou à França treze integrantes para atuar na montagem do casco de um dos submarinos nucleares Barracuda, que farão parte da frota francesa. O grupo de soldadores brasileiros vai permanecer no país durante seis meses, em dois períodos de 90 dias. Eles foram formados na escola de solda criada pela ICN para o PROSUB (Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha), que, por meio da parceria entre os governos do Brasil e da França, tem a missão de fabricar 5 submarinos – 4 modelos convencionais (diesel-elétrico) e 1 movido à propulsão nuclear. O grupo de soldadores foi escolhido por ter alcançado um alto padrão de excelência no trabalho. Nunca nenhum deles s havia viajado para o exterior.

Na escola, localizada na sede da ICN, os soldadores passaram por uma formação completa, sendo qualificados em complexos processos. Antes de seguir para a França, fizeram testes rigorosos com o trabalho em chapas de 55 a 110 milímetros, que são as usadas nos submarinos nucleares e com as quais eles ainda não haviam trabalhado. “O resultado é impressionante, muitas etapas consideradas de alta complexidade técnica foram concluídas pelo grupo escolhido sem quaisquer erros, mostrando o quanto acertamos ao investir na formação desses profissionais aqui no Rio de Janeiro”, destaca engenheiro Luiz Antonio da Silva, coordenador de solda da ICN.

Submarino nuclear francês classe Barracuda em construção

Escola de soldas

A escola de soldadores foi criada pela ICN em 2013 e já formou 174 trabalhadores. O treinamento dura, em média, três meses, e envolve a parte teórica e pratica. Atualmente, 129 seguem como integrantes da ICN.

Entre os que estão embarcando para França, oito são de Itaguaí e os demais dos bairros cariocas de Santa Cruz, Jesuítas, Campo Grande, além de Angra dos Reis. “Eles foram selecionados de acordo com os resultados apresentados e pela qualidade de suas soldas, índice de reparo e defeitos, além do comportamento, postura, assiduidade, comprometimento com o trabalho executado”, pondera o coordenador. O trabalho deles na França cumpre mais uma etapa do programa de transferência de tecnologia do PROSUB e também serve como estímulo ao desenvolvimento da população que reside ao redor do estaleiro, localizado em Itaguaí.

De acordo com Luiz Antonio, a ida do grupo para trabalhar no projeto nuclear francês representa o reconhecimento do trabalho desenvolvido na escola de solda da ICN em reproduzir o aprendizado adquirido junto à Naval Group no início do PROSUB.
“Este é um grande marco para a ICN e para o Brasil, mostrando que nossos profissionais estão altamente qualificados e preparados para grandes desafios, em especial, de construir o primeiro submarino nuclear brasileiro, sendo este um legado para a engenharia e a indústria naval do país”, finaliza.

Submarinos brasileiros

A fabricação de submarinos nucleares é tida como a mais complexa atividade construtiva em termos tecnológicos e capacitação de mão de obra. São necessários mais de oito milhões de homens hora de trabalho e a integração de quase um milhão de componentes, superando a fabricação de aviões de grande porte, caças militares e mísseis. O ponto alto do PROSUB é a transferência de tecnologia entre os países, assegurando que o país seja autônomo em seus futuros projetos de construção de submarinos.

FONTE: CDN Comunicação/Jornal Atual

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