Marinha Russa pode ter que desativar seu único porta-aviões
O único porta-aviões da Rússia, o Almirante Kuznetsov, pode ser desativado se o Ministério da Defesa e a indústria não resolverem a questão da substituição do dique seco flutuante PD-50 necessário para concluir a reparação do casco do navio, informou o jornal Izvestia, citando uma fonte na Marinha Russa.
A Marinha Russa está considerando a desativação prematura de seu único porta-aviões depois que o dique seco flutuante PD-50, que o abrigava, afundou.
No ano passado, o dique seco flutuante suportando o Almirante Kuznetsov naufragou após uma falha no fornecimento de energia, fazendo com que um dos guindastes caísse no convés do porta-aviões, ferindo vários trabalhadores da estação de reparos de navios de guerra. O incidente deixou um buraco de 4 × 5 metros no convés de voo da embarcação.
Agora, o maior navio de combate da superfície da Marinha Russa está aguardando a decisão de seu destino na 35ª Instalação de Reparos em Kola Bay, perto de Murmansk.
A Rússia não possui um substituto adequado para o PD-50 construído em 1980 na Suécia para a Marinha Soviética.
Além disso, o projeto do porta-aviões russo e antes da tragédia causou muitas controvérsias.
Segundo a Popular Mechanics, nas últimas décadas, o Kuznetsov já havia sido assolado por incêndios, cortes orçamentários e problemas nas caldeiras a vapor. É tão pouco confiável que um rebocador estava sempre acompanhando o navio em longas viagens como uma sombra.
Mesmo antes do acidente do PD-50, vários observadores questionaram a utilidade e a despesa de reforma do Kuznetsov. “Em geral, precisamos revisar criticamente o conceito doméstico do emprego de grupos de ataque de porta-aviões, já que a Rússia se comprometeu a usar o Almirante Kuznetsov para realizar tais missões”, sugeriu Oleg Vladykin na Nezavisimaya Gazeta.
O editor do jornal Moscow Defense Brief Mikhail Barabanov rejeitou as atualizações do Kuznetsov. “Como o Kuznetsov não é tanto uma plataforma de combate como uma plataforma de treinamento, a modernização profunda para ele é um excesso óbvio”.
O Almirante Kuznetsov (cruzador pesado de aeronaves na classificação russa) foi comissionado em 1990 e herdado pela Rússia após o desmembramento da URSS. O nome inicial do navio era Riga; foi lançado como Leonid Brezhnev, embarcou em testes no mar como Tbilisi, e finalmente foi renomeado como Almirante Flota Sovetskogo Soyuza Kuznetsov em homenagem ao almirante da frota da União Soviética Nikolay Gerasimovich Kuznetsov.
Nos anos imediatamente posteriores à Guerra Fria, raramente foi para o mar – conduzindo apenas seis patrulhas entre 1991 e 2015. Em 2009, um acidente com equipamento elétrico matou um tripulante na costa da Turquia. Mas a Rússia repetidamente envio o navio para o serviço, e em uma missão de 2016 na costa da Síria o navio perdeu dois jatos em apenas três semanas.
No momento, a Rússia não tem as possibilidades técnicas e financeiras para restaurar seu antigo porta-aviões e também para construir uma série de novos.
FONTE: Defence Blog