EUA alerta a China sobre navios não-militares hostis no Mar da China Meridional
O chefe da Marinha dos EUA alertou a China que o comportamento hostil de sua guarda costeira e barcos de pesca não será tratado de forma diferente dos navios da Marinha Chinesa, informou o Financial Times no domingo.
Em entrevista ao FT, o almirante John Richardson disse que em janeiro disse ao vice-almirante chinês Shen Jinlong que Washington responderá aos atos agressivos desses navios não-navais da mesma forma que fez com a Marinha do Exército de Libertação Popular.
Isso porque navios não-navais foram usados para ajudar Pequim a reivindicar suas ações no disputado Mar da China Meridional, segundo o jornal londrino.
“Deixei bem claro que a Marinha dos EUA não será coagida e continuará a conduzir operações de rotina e legais em todo o mundo”, disse Richardson ao jornal.
O alerta da Marinha dos EUA ocorre quando a China depende cada vez mais de sua guarda costeira e da milícia marítima – ou de trabalhadores da indústria naval treinados ao lado de sua marinha – para expandir sua presença militar na região.
De acordo com um relatório de 2018 do Pentágono, a milícia marítima de Pequim é a única no mundo que foi sancionada pelo governo, e “desempenha um papel importante em atividades coercivas para alcançar os objetivos políticos da China sem lutar”.
Os navios não-navais teriam perseguido e disparado canhões de água em navios de pesca do Vietnã e das Filipinas.
A China disputou reivindicações territoriais no Mar do Sul da China com o Vietnã, Taiwan, Malásia, Filipinas e Brunei. Enquanto o conflito continua sem solução, a hidrovia surgiu como um ponto de inflamação nas relações EUA-China nos últimos anos.
No domingo, os militares dos EUA disseram que dois de seus navios de guerra navegaram pelo Estreito de Taiwan – que separa a China continental da ilha de Taiwan, informou a Reuters. Pequim considera Taiwan como uma província renegada sob sua Política de Uma China, e se opõe a outros países que buscam relações diplomáticas com a ilha autônoma.
FONTE: CNBC/Financial Times