O IFF é um sistema interrogador eletrônico de alta segurança usado para identificar aeronaves, helicópteros, navios e veículos em movimento usados tanto no mundo militar criptografado (modo 4 ou 5) quanto no tráfego aéreo civil (modos 1, 2, 3 e 3).  Esta sigla significa “Identification, Friend or Foe”, que em português é “Identificação, Amigo ou Inimigo”. É um sistema de identificação eletrônica com um interrogador e um transponder que permite definir se os usuários de antenas, navais ou de defesa aérea são aliados ou inimigos.

Existem também outros tipos de interrogadores usados na área militar, mas eles já estão obsoletos, como o IFF Modo 1, Modo 2, Modo C.  O IFF Modo 5 é o novo modo de interrogação da OTAN, que é mais seguro que o IFF Modo 4. O modo IFF 4, que foi usado anteriormente (ainda em uso por vários países) está sendo substituído pouco a pouco pelo IFF Modo 5.

A partir de julho de 2020, somente serão geradas chaves criptografadas para o IFF Modo 5. Uma das características do IFF Modo 5, é que também permite a transmissão segura de dados de alta importância como origem nacional da plataforma e número de identificação. O IFF Modo 5 assume uma relevância tão grande no mundo militar, pois permite uma certeza sem precedentes para identificar um navio aliado ou inimigo de forma extremamente rápida e segura.

Uma diferença e característica importante no IFF Modo 4 e 5, usado no campo militar, é que o link é criptografado.  Desta forma, é discriminado de forma segura, já que apenas amigos podem responder. Nesse enlace criptografado, o interrogador e o transponder compartilham o mesmo algoritmo e a mesma chave que é gerada no módulo de criptografia, chamada Cripto.

Os modos 4 e 5 são modos de interrogação concebidos para o uso das forças da OTAN. Todos os países da OTAN têm a obrigação de atualizar suas plataformas para o IFF Modo 5. Assim também o Brasil, devido à sua proximidade com a OTAN e exercícios conjuntos, também deverá ter o IFF Modo 5.

É interessante que vários países usam os produtos da Hensoldt, mas eles não nos relacionam com a mudança de imagem que tivemos nos últimos anos. Um bom exemplo disso é o Brasil. Em 2018, o Brasil comprou o HMS Ocean, que vem com o Interrogador MSS2000 modo 5 da Hensoldt.

PHM Atlântico
O PHM Atlântico usa o Interrogador MSS2000 modo 5 da Hensoldt

Principais diferenças entre o IFF Modo 5 e o IFF Modo 4

O modo IFF 5 foi criado para substituir o IFF 4, resolvendo algumas das limitações deste último, tais como desempenho e segurança do algoritmo de criptografia usado para interrogação no Modo 4.

A forma de onda do Modo 5 usa modernas técnicas de modulação, codificação e criptografia para superar as limitações de desempenho e segurança na forma do modo 4, que fornece uma identificação de cooperação segura de plataformas amigas, e é projetado para ser inserido nos interrogadores mais recentes e transponders IFF.

A forma de onda do modo 5 inclui um novo algoritmo de segurança de comunicações que somente plataformas equipadas com transponders podem decodificar.

O sistema Modo 5 utiliza técnicas de diminuição de interferência que reduzem o espectro, o que permite que transmissões de dados adicionais sobreponham as freqüências existentes do sistema ATC sem aumentar a interferência.

Diferenças do modo 5

  • A criptografia do IFF modo 5 tem um novo algoritmo e também leva em conta o fator tempo, sendo mais rápido;
  • Permite a troca de dados, como posição GPS, número PIN da plataforma etc;
  • Segurança reforçada com uma melhor resistência a interferências.

A evolução do IFF

O IFF Modo 5 é uma evolução necessária nos tempos de hoje. Os modos 1, 2 e 3 sem criptografia estão sendo usados somente para exercícios simples de treinamento.

A cerca de 50 anos atrás, o caminho do uso militar foi desenvolvido, criptografado com interrogações mais complexas e informações de altitude chamadas Mark XII Mode 4, eram usadas pelos países membros da OTAN.

Na década de 1980, devido à alta densidade de tráfego aéreo, foi introduzido o modo S (civil), que permite a realização de interrogações em múltiplos formatos e seletivamente, evitando, assim, muitas respostas de todos os transponders que estão dentro do alcance. da antena.

Nos anos 90, um novo modo foi criado e é a partir de 2002 que a OTAN começou a usar também o IFF modo 5.

As marcas que se consolidaram na Hensoldt

Experiência da Hensoldt com Sistemas IFF

A Hensoldt vêm há mais de 60 anos desenvolvendo e fabricando sistemas de interrogação, militares e civis. A carteira de IFF hoje abrange tanto o interrogador quanto os transponders, com soluções de curto e longo alcance, para radares secundários civis e militares, gabinetes navais e plataformas aéreas, bem como a fabricação de criptos para membros da OTAN em modo 4 e modo 5.

O sistema IFF Modo 5 da Hensoldt usa técnicas criptográficas avançadas e tecnologia eletrônica de ponta para permitir que as unidades terrestres, marítimas e aéreas de nossos clientes identifiquem rapidamente forças amigas e operem com segurança em conjunto com os aliados da OTAN em qualquer campo de batalha.

A Hensoldt é uma das poucas empresas que trabalharam no desenvolvimento desses sistemas com os governos francês e alemão para uso militar, com aplicações criptográficas que armazenam as chaves secretas. A partir de julho de 2020, não haverá mais missões ou exercícios comuns com os EUA/OTAN sem o IFF Modo 5, por isso é muito importante que os países que operam com a OTAN, como Brasil, Chile e Colômbia, atualizem seus sistemas IFF.

Alguns produtos do portfólio da Hensoldt:

No mercado latino-americano a Hensoldt oferece todo o seu portfólio: interrogadores de curto, médio e longo alcance para plataforma de defesa aérea, interrogadores e transponders para plataformas navais de superfície, transponders para plataforma aérea, modo cripto 4/5 para membros da OTAN e países aliados e também oferece soluções de identificação com criptografia de modo nacional.

Sobre a HENSOLDT

A HENSOLDT é pioneira em tecnologia e inovação no campo de eletrônica de defesa e segurança. Com sede em Taufkirchen, perto de Munique, a HENSOLDT é líder de mercado no campo de soluções de sensores civis e militares. A empresa desenvolve novos produtos baseados em abordagens inovadoras para gerenciamento de dados, robótica e segurança cibernética para combater uma ampla gama de ameaças. Com uma força de trabalho de cerca de 4.500 funcionários, a HENSOLDT gera receitas de mais de 1 bilhão de euros por ano.

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Willber Rodrigues

Caros, bom dia:
Qual o atual modelo de IFF usado pelas nossas FA’s?
Por ter um modo de IFF mais avançado, o Atlântico não “conversaria” com as outras embarcações ou aeronaves da MB?
As novas aquisições das FA’s, como as Tamandarés e os Gripens, já virão com isso?

Foragido da KGB

IFF MODO 4 NACIONAL (IFFM4BR) – Sistemas IFF (Identify Friend or Foe) identificam plataformas (aeronaves e embarcações) no combate, dando suporte às regras de engajamento para permitir o emprego seguro de mísseis além do alcance visual (BVR, do inglês Beyond Visual Range) e evitar o fratricídio. O projeto IFF Modo 4 Nacional visa desenvolver e qualificar os principais componentes do Sistema, dentre eles o criptocomputador nacional, dotado de algoritmos criptográficos de Estado. O intuito é capacitar a FAB para realizar classificação segura e autônoma de plataformas.
Resumindo, não temos capacidade IFF e só Deus sabe quando…

Luis

olá…A partir de julho de 2020, não haverá mais missões ou exercícios comuns com os EUA/OTAN sem o IFF Modo 5, por isso é muito importante que os países que operam com a OTAN, como Brasil, Chile e Colômbia, atualizem seus sistemas IFF.
A Hensoldt (www.hensoldt.net) é uma das poucas empresas que trabalharam no desenvolvimento desses sistemas com os governos francês e alemão para uso militar, com aplicações criptográficas que armazenam as chaves secretas.
Qualquer duvida pode perguntar por aqui.

Luis

Oi Willber, algumas coisas posso te responder.
Os sistemas que Hensoldt está mostrando nessa reportagem oferecem a possibilidade de que as embarcações ou aeronaves tenham modo 4 e modo 5.
Porém, o modo 5, por razões de segurança, so se comunicam (conversam) como modo 5.
Tenho entendido que sim, que Gripen e Tamandaré deveriam vir como modo 5.

RENAN

Opinião

Em nível de segurança nacional
É de extrema importância ter a capacidade de produção do seu próprio IFF.

Motivo quem produz tem a capacidade de vender com cavalo de Tróia, em caso de conflito com um de seus clientes, fica fácil a sabotagem.

Luis

Oi Renan, estou em parte de acordo e outra não.
Sem “trabalho de equipe” os paises não poderiam ter aliados. Os paises aliados precisam desses sistema de identificação eletrônica para definir e identificar se são aliados ou inimigos. Por isso existem estes sistemas.
Por outro lado, sim, estou de acordo que possam existir um sistema nacional propio do país para poder estar “protegido” de sabotagem.
A Hensoldt trabalha com sistemas definidos internacionalmente como modos 4 e 5, mas tb com capacidade para ajudar a países a criar seu proprio sistema.

RENAN

Boa resposta
Obrigado pela atenção
Concordo plenamente com você

Beserra(FN)

Tem uma coisa que deve ser deixada bastante clara: A MB escolheu o projeto de navio para a Classe Tamandaré, no entanto, não escolheu o hardware, softwares e sistemas de armas que irão equipar o navio. A própria TKMS tem uma oferta de sistemas um pouco diferente do mínimo estipulado pela MB. Por tanto, Artisan, Sea Ceptor, e etc, são apenas os requisitos mínimos da proposta. Neste instante está em negociação o que irá compor os Sistemas de Gerenciamento de Combate e as Armas em si, que irão equipar as Fragatas Tamandaré. A TKMS vem com a oferta do Radar… Read more »

FighterBR

HENSOLDT TRS 4D é bem superior ao Artisan. Espero pelo menos esse radar nas Tamandaré

Luis

Olha so FighterBR
A HENSOLDT equipará o segundo lote das corvetas K130 da Marinha Alemã com o moderno radar naval TRS-4D Rotator e sistema de identificação IFF (amigo ou inimigo) MSSR 2000 ID.
Mesmo radares usados nos Navio Litoral Combat Ship (LCS) da Marinha dos EUA (US Navy).

FighterBR

E as Type-23 modernizadas do Chile serão equipadas com esse radar.

Luis

Olha o vídeo das tipo 23 com TRS-4d do Chile

Luis
Augusto L

Com um sistema avanço de ESM e um bom IFF, da até pra substituir o radar.
Um caça como um Rafale ou o F-35, podem muito bem captar os sinais eletronicos inimigos, geolocaliza-los e enviar a informação para um Awacs indentificar os contatos com o IFF.
Pronto uma detecção sem o uso de radar.

jodreski

Existe algum tipo de interrogador usado nas infantarias mais avançadas ou ainda vale o “raio e trovão”? Ou aquele encontro de olhares.. seguido por se ele atirar amigo não é!

Foragido da KGB

Tem sim, um infante no rádio e no telefone que pergunta quem és tu . Não existe capacidade IFF padrão em nenhuma força , ninguém reconhece ninguém de modo automatizado .

Bardini

OFF Top…
AMB vai mesmo de ExLS nas Tamandarés
.
https://www.janes.com/article/88550/udt-2019-lockheed-martin-touts-exls-success

Foragido da KGB

Então serão 12 Sea Ceptor por nau , já que optaram pelo (ExLS) three-cell stand-alone launcher ? Né pouco não ??

Beserra(FN)

Se o míssil for o CAMM serão 12×4, o que da 48 mísseis. Um guarda chuvas interessantes. Tem mísseis de maior alcance que cabe em arranjo de 2 mísseis. No entanto, ainda é papo de vendedor, eu acredito no MK-41 completo e não no pocket ExLS.

india-mike

4 lançadores ExLS? Desculpe, mas realmente não acredito nisso. 48 mísseis é um número elevado pra esse tipo de navio, e a MB (por diversos motivos) sempre trabalha no espectro inferior no que tange a quantidade de armamentos.

Entendo que será um único lançador triplo para 12 CAMM, que para o que se pretende com esse navio está mais do que bom na minha visão.

Bardini

Bom, bom, não tá… mas acho que é por aí. No máximo dois ExLS.
.
1 ExLS e 12 Mísseis deve ser bem em conta.

india-mike

Comentários dos fabricantes sempre tem que ser tomados com certa ressalva. Até a assinatura do contrato no final do ano tudo pode mudar. Aliás, mesmo após a assinatura podemos ficar com outro lançador, outro míssil, nenhum míssil ou até mesmo nenhum navio.

Agora, não deixa de ser um indício interessante que o que cabe no bolso da MB é mesmo um lançador triplo ExLS para até 12 mísseis pra cada navio.

Denis

Olá pessoal. Alguém consegue me dizer quais são os países que efetivamente desenvolvem o hardware e o software de IFF?