Submarinos classe Tupi na Base Almirante Castro e Silva (BACS) em Mocanguê, Niterói - RJ

Submarinos classe Tupi (IKL-209) na Base Almirante Castro e Silva (BACS) em Mocanguê, Niterói - RJ - Foto: Alexandre Galante

Submarinos classe Tupi na Base Almirante Castro e Silva (BACS) em Mocanguê, Niterói - RJ
Submarinos classe Tupi na Base Almirante Castro e Silva (BACS) em Mocanguê, Niterói – RJ

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval 

O Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM) do Brasil transmitiu bem cedo (pouco depois das 8h), na manhã desta segunda-feira (09.06), a este Editor Especial, uma curta nota oficial intitulada “Esclarecimento sobre a matéria “ ‘Cessão de submarinos IKL 209 à Argentina é recebida com desconfiança pela oficialidade da MB’ ”.

A reportagem divulgada pelo PN refere-se à repercussão, entre a oficialidade naval brasileira, da notícia publicada na última sexta-feira (07.06) pelo portal argentino de notícias Infobae, acerca de entendimentos entre as Marinhas de Brasil e Argentina, para que os argentinos recebam nada menos do que quatro submarinos Classe Tupi (IKL-209/1400), que, atualmente, integram o inventário do Comando da Força de Submarinos.

“A Marinha do Brasil esclarece que o texto contém somente ilações equivocadas e, ao que parece, decorrentes do desconhecimento de assuntos e procedimentos navais”, diz o comunicado redigido pelo CCSM.

A nota ignora a reportagem do portal Infobae, redigida pelo jornalista argentino Martín Dinatale, omite uma posição oficial do Comando da Marinha do Brasil sobre o assunto (o Comandante, almirante de esquadra Ilques Barbosa, tem se mantido em absoluto silêncio), mas faz alusão ao item “g”, da “Declaração de Entendimentos” alcançada por chefes militares dos dois países, semana passada, ao fim de um seminário de assuntos militares na Embaixada do Brasil.

De acordo com o comunicado, o já famoso “item ‘g’ ” “retrata fielmente a assessoria da Marinha do Brasil ao Ministério da Defesa”.

Eis a “Nota de Esclarecimento” da Marinha, na íntegra:

MARINHA DO BRASIL

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Brasília, DF.
Em 09 de junho de 2019.

Esclarecimento sobre a matéria “Cessão de submarinos IKL 209 à Argentina é recebida com desconfiança pela oficialidade da MB”

Em relação à matéria “Cessão de submarinos IKL 209 à Argentina é recebida com desconfiança pela oficialidade da MB”, publicada no dia 09 de junho de 2019, no site “Poder Naval”, a Marinha do Brasil esclarece que o texto contém somente ilações equivocadas e, ao que parece, decorrentes do desconhecimento de assuntos e procedimentos navais.

A Marinha informa que, como realizado no passado por ocasião de reparo no ARA Santa Cruz, realizado no AMRJ, vem analisando o assunto e, como sempre, voltada ao pleno atendimento dos interesses do Brasil.

Adicionalmente, também informa que o item “g”, da Declaração de Entendimentos, abaixo transcrito, retrata fielmente a assessoria da Marinha do Brasil ao Ministério da Defesa.

“g. Aprofundar a cooperação binacional na área de submarinos convencionais, incluindo a possibilidade de reparo, manutenção e construção e o estudo das possibilidades de transferência de submarinos IKL da Marinha do Brasil à Armada Argentina.”


Nota do Editor:

O comunicado elaborado pelo CCSM resultou do incômodo que o texto do PN produziu.

(Até as 10h55 da manhã desta segunda-feira, a matéria do PN já havia sido acessado mais de 20.000 vezes).

É interessante notar que o “Esclarecimento” do 1º Escalão Naval quase nada esclarece de verdade:

  • Afinal, os argentinos solicitaram, ou não, à MB, a absorção de quatro navios Classe Tupi, na modalidade 2+2, com os primeiros dois sendo cedidos ainda este ano?
  • A nota do CCSM ressalta que a Marinha prima pelo “pleno atendimento dos interesses do Brasil”. Considerando tal afirmação, é de se questionar: o Comando da Marinha aceitará que o pleito argentino desmonte todo o planejamento feito, nos últimos meses, pelo Comando da ForSub e pelos setores de Material da Força, para garantir aos navios IKL ao menos mais um ciclo de vida útil na MB?
  • Diante da solicitação da Armada Argentina, como ficam os entendimentos que a Marinha do Brasil vem mantendo, discretamente, com representantes das Armadas do Peru e das Filipinas, que também demonstraram interesse pelos Classe Tupi do Brasil?
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