O samba da Guerra da Lagosta
A Guerra da Lagosta, como denominado jocosamente à época pela imprensa, foi um contencioso entre os governos do Brasil e da França, que se desenvolveu entre 1961 e 1963.
O episódio faz parte da História das Relações Internacionais do Brasil, e girou em torno da captura ilegal de lagostas, por parte de embarcações de pesca francesas, em águas territoriais no litoral da região Nordeste do Brasil.
Alertada por pescadores brasileiros, uma embarcação da Marinha do Brasil flagrou barcos de pesca franceses pescando lagosta clandestinamente na costa de Pernambuco, em águas territoriais brasileiras, sendo convidados a se retirar.
O episódio passou a ser referido nos meios de comunicação brasileiros como a Guerra da Lagosta, um conflito em que, como a famosa Batalha de Itararé, durante a Revolução de 1930, não foi disparado um tiro sequer.
Na imprensa francesa, diante dos protestos dos pescadores de lagostas sobre os seus supostos direitos de pesca, travou-se um aceso debate sobre o enquadramento da lagosta enquanto item de pesca e outras considerações sobre sua classificação como bem patrimonial do Brasil.
À época, a crise extrapolou as relações diplomáticas entre os dois países, de tal modo que ambos chegaram a mobilizar os seus recursos bélicos.
O primeiro a fazê-lo foi a França, que deslocou um contingente naval, mantido em prontidão, para uma área vizinha à região em conflito.
Em 1961, o então presidente da república brasileira, Jânio da Silva Quadros, preparou um plano secreto e envolveu o governador nomeado Moura Cavalcanti do Amapá, para a invasão e consequente anexação brasileira da Guiana Francesa. A operação chegou a entrar em fase de treinamento militar, mas foi abortada pela inesperada renúncia de Quadros.
No Brasil, a opinião pública percebeu a situação como uma agressão da França aos direitos de soberania brasileiros. O presidente João Goulart (1961–1964), após reunião do Conselho de Segurança Nacional, determinou o deslocamento, para a região, de considerável contingente da Esquadra, apoiado pela Força Aérea Brasileira. Em terra, o 4° Exército, com sede em Recife, então sob o comando do então general Humberto de Alencar Castello Branco, também se mobilizou.
Tal crise levou o governo brasileiro a tomar uma atitude de persuasão naval coercitiva, determinando o envio de navios da Marinha do Brasil ao local da crise a fim de demonstrar que o País estava disposto a defender seus direitos. Finalmente, o conflito de interesses foi resolvido no campo da diplomacia.
O samba
Esse samba é a segunda faixa do LP “O último dos mohicanos”, de Moreira da Silva, lançado pela Odeon em 1963. A transcrição abaixo é da letra efetivamente cantada, com poucas diferenças para a letra estampada na contracapa do disco.
A “lagosta à la Suzana” é uma provável referência ao Ministro da Marinha da época, o almirante Pedro Paulo de Araújo Suzano.
‘A lagosta é nossa’, de Moreira da Silva e Kiabo
Fique sabendo
Conosco não tem bandeira
Vai zarpando de carreira
Se não quer virar peneira
No meu quadrado neca de levar pescado
Pra seu ragu
Dou-lhe um filhote de urubu
Meu litoral não é casa de Mãe Joana
Você não gosta de lagosta à la Suzana
Lhe ofereço uma maré de baiacu
Dou-lhe de quebra filhote de surucucu.
Vou lhe contar velha história
No tempo em que meu Brasil
Brigava a pau, já conseguia vitória
Somos de paz mas não damos cartaz
Do que vocês gostam nós gostamos muito mais
Barroso gritou como é
O tempo da pirataria já michou
Vem devagar barnabé
A barra é muito funda
Pra você não vai dar pé
(Breque:) E já gritou Tamandaré – pum, pum, pum
SAIBA MAIS:
Não sei a idade e a efetiva capacidade dos meios da MB na época. Mas era uma marinha muito mais numerosa que hoje. Em termos de número dava para impor um pouco de respeito. Certamente se fosse o remendo de marinha que temos hoje a França teria deitado, rolado e mandado a solução diplomática para aquele lugar.
“Dissuasão militar é o primeiro remédio usado pela diplomacia.” Autor: eu mesmo, pensado agora kkkkk
“A guerra nada mais é que a continuação da política por outros meios.” Clausewitz.
Na verdade só tinha números, uma pura ilusão, o Minas Gerais na época operava somente com helicópteros e mesmo assim, estava em reparos, dos Contra Torpedeiros somente foram enviados os da classe Para, pois os outros eram muito antigos e cheios de problemas, dos Cruzadores, somente um foi para o local do conflito e mesmo assim a 05 nós porque somente quatro caldeiras funcionavam, além disso, os canhões principais não podiam atirar pois não tinham munição, somente a bateria segundaria tinha munição e mesmo assim, para apenas meia hora de combate, dos CTs o pernambuco ficou na área plotando o… Read more »
Pai do céu!
Mas o adversário sabia de tudo isso? (Desconfio que nem a MB sabia de todas essas dificuldades)
Para o almirantado brasileiro, tudo foi posto a mesa em reunião, para os franceses, depende da capacidade da inteligência francesa à época.
pelo resultado da disputa acredito que não sabiam… rsrsrs
Hahaha…verdade!!!
Obrigado pelos esclarecimentos!
E a aviação de patrulha? Estava em situação melhor?
Eu acho que não… afinal estamos usando B-17 para patrulha em 1961…
Tínhamos os P15 Netune.
Bem Marcelo, os Trackers estavam no “Estado da Arte”, em matéria de ASW no ocidente. Para o esclarecimento marítimo a FAB possuía os P-15 Neptune, baseados em Salvador – bem próximo ao TOM. Então sob este prisma eu diria que sim.
No entanto, nossa aviação de caça começava a decair, pois começavam os problemas de fadiga estrutural nos F-8 e os F-80 e T-33 não seriam páreos para os A-7 Cousair da Marinha francesa.
Penso que o atraso dos navios chegarem àquele TOM levou os franceses a pensarem em duas hipóteses:
1) o Brasil estaria apostando numa saída diplomática; e
2) estaria o Brasil em busca do apoio norte-americano, algo bem factível, pois não havia um clima cordial entre Kennedy e De Gaulle.
A segunda hipótese era o maior pesadelo para os franceses. De todo caso, os franceses não deviam ter um bom conhecimento do estado de nossa Esquadra a época.
Hoje a história talvez fosse diferente.
Digo, baterias secundarias.
Os P15, da FAB estavão na área de operações e davam constantes voos rasantes sobre o CT Tartu, mostrando seus foguetes, porem o que determinou o fim do impasse, foi o fato de as empresas de pesca francesas estarem tomando grande prejuízo pois os pesqueiros não podiam pescar com a presença de navios de guerra na área. Por isso o governo francês mandou a frota e os pesqueiros retornarem a França. Inclusive parte da frota que ficou nas imediações da Africa porque somente o CT Tartu e depois o auxiliar Paul Goffeny é que estiveram efetivamente na região da disputa.
Correção, estavam.
Então. Na epoca não existia satelites, misseis anti-navios, REVO e SUB NUCLEAR era coisa de outro mundo. EM 30 min. de guerra naval a queima roupa, da para fazer um estrago. Os nossos aviões patrulha compririam a missão de localizar a FT. O nosso submarino entraria num jogo com a frança, eles contam com a sorte do torpedo não explodir e a gente conta que exploda. Obs. Na epoca a guerra no mar eram as mesma da segunda guerra mundial. Uma correção e uma observação: 1- O minas gerais não operava só helicopteros que na epoca ainda era coisa ultra… Read more »
Caro Cristiano, a MB e a FAB na época estavam em queda de braço devido a questões de a MB operar ou não aeronaves de azas fixas, portanto somente anos depois a FAB passou a operar os P16 no Minas Gerais, na época da guerra da lagosta o Nael, operava apenas azas rotativas.
E numa possivel guerra a FAB e a marinha não iriam usar o que tem pelo bem das mesmas e do país. Ok
Cristiano, eles não operavam juntos ( MB e FAB) portanto, não havia uma doutrina de operações. A tal doutrina leva tempos para que se possa operar em conjunto. OK.
Sugiro que leia a matéria do link. Só tinha número, a maior parte desses navios mal e mal empurrava água, pouquíssimos desses meios podiam combater, e todos eles não tinham munição nem pra meia-hora de combate ( isso se pudessem disparar ).
17/06/19 – segunda-feira, bdia, Marcelo, se você reparar bem verá que estão listados aí 32 escoltas diversas, CT/fragatas/corvetas, e, passados 50 e poucos anos nossa MB encolheu de uma maneira assustadora, hoje devemos ter 3/4 fragatas/corvetas operacionais; entretanto, o contingente disparou, temos almtes. até para comandar barcos a remo.
Triste realidade!!!!
Hoje as escoltas efetivamente operacionais não chegam a uma dezena.
Vovô… . as corvetas classe “Imperial Marinheiro” estão mais para navios de patrulha do que “escoltas” ou “combatentes de superfície” como as corvetas classe “Inhaúma” por exemplo, já que corveta é outro termo cuja utilização é flexível e/ou conveniente para cada marinha. . Note que não havia em 1963 navios de transporte/desembarque de tropas, o corpo de fuzileiros sendo menor que hoje e havia um número muito menor de navios de patrulha oceânicos e fluviais, navios de pesquisa e de instrução e muitos outros, que surgiram diante de outras necessidades. . Não estou inferindo que não haja excesso de pessoal… Read more »
Dalton, embora não apareça na relação acima, havia sim navios de desembarque e de transporte de tropas como por exemplo, Ari Parreiras, Duque de Caxias, Soares Dutra etc… inclusive esses tipos de navios transportaram a FEB para a Itália na Segunda Grande Guerra.
Falha minha Enes…confundi as datas de incorporação…vendo agora uma revista que tenho, em 1963 a força de transporte era composta pelos “Ary Parreira”, “Soares Dutra” e “Barroso Pereira”
enquanto uma quarta unidade o “Custódio de Mello” foi reclassificado como navio escola em 1961. O “Duque de Caxias” foi incorporado em 1973.
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Independente disso, a força de fuzileiros era menor do que é hoje
em alguns poucos milhares de homens.
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Há outros navios faltantes também como “Almirante Saldanha” ,
mas os meios distritais de hoje são maiores que os de 1963.
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abraços
Pela sua suposta idade, deveria ter mais respeito as autoridades constituidas. Gistaria de ver esta verborragia em juizo.
Demétrius, veja uma coisa, não houve desrespeito, segundo sabemos hoje existem na MB, 132 ALMTES/CALMTES, mais que todos os meios navais ( quantidade de meios navais +- 110 navios.
Segue o sábio debate entre Rogerinho do Ingá e Renan, do Choque de Cultura:
“– Quando você chega com um pedaço de pau numa briga, a pessoa já quer logo conversar.”
– É a arma do diálogo.
– É por isso que não tem briga no jogo de sinuca.”
https://www.naval.com.br/blog/2016/01/28/a-guerra-da-lagosta-e-suas-licoes/
Kid Morangueira. Grande sambista. Fama de boêmio. Dormia às 9 da noite depois de tomar um copo de leite quente. Ajudou a popularizar o samba de breque. A história acontece primeiro como tragedia. Se repetir será farsa. Não estamos preparados para confrontar nenhuma marinha se um episódio desses se repetir. Dá pra entender o país. Jânio foi professor de português. Político populista, gostava de ficar na fila dos hospitais públicos durante as madrugadas. Levava o apelido de vassourinha. Jango, como vice, foi mais votado que JK. Suas aspirações e pretensões estão na Constituição de 1988. Estado pai e patrão, população… Read more »
Uma coisa que eu aprendi na vida é ter cuidado com os tais “eruditos”, como o Jânio, são bons de lábia, mas péssimos realizadores. Vide FHC, quanta decepção! A constituição cidadã é uma desgraça, um encosto, criou um estado de bem estar social, blindou os políticos para cometerem suas atrocidades, privilegiou o funcionalismo público em detrimento da maioria do setor produtivo.
Olha…FHC até que não foi tão mal considerando que o país deixado por Sarney e Collor não tinha caixa para pagar o feijão. Tá certo que o frango de 1 real e o fim da correção monetária ajudaram bastante. Juntou-se a privatização e zás…surgiu um país. Estatutários de qualquer poder não apoiam mudar tanto privilégio. Sogra recebeu pensão de 15 quando o marido se foi. Passados 5 anos, recebe 25. Antes do dia 30. O fundo de pensão está quebrado em 2 bilhões. Lembro do Ulisses bradando a constituição cidadã. De mãos dadas. Não tínhamos sequer noção do Leviatã que… Read more »
FHC não combateu privilégios. Sucateou as forças armadas das quais ele não gostava. Disse que não compraria aviões para brigadeiros brincarem de guerra. Enquanto tinha patrimonio público para vender sustentou a moeda. Depois o Brasil quebrou tres vezes. O dólar começou a um real e terminou em quatro. Politico brasileiro não presta.
Não lembro aonde. Mas li em alguma revista da época como FHC foi…digerido pelos militares. Era um país recém saído de congelamento, confisco, calote no FMI, racionamentos (postos de combustíveis não abriam aos finais de semana), filas para comprar pão e leite, falta de gêneros de primeira necessidade…uma Venezuela nos dias de hoje. FHC sociólogo. Professor de economia. Perdeu a Prefeitura de SP para Jânio porque sentou na cadeira antes de ser eleito. Contou que fumou maconha aos 17. É no Instituto FHC que os militares debatem o vencido acordo nuclear. Fala 5 idiomas. Deu aulas na França. Uma coisa… Read more »
Muito bom seu comentário.
Ainda bem que não ocorreu a guerra, principalmente por causa de lagosta, hoje teríamos perdido um grande aliado brasileiro. E sabe-se lá o que mais não teríamos perdido com essa aventura. Mas nossa marinha era muito capaz naquela época. Mas seria algo muito serio, pois como ficaria nossa posição entranhado em guerra contra um membro da Otan, e quem os EUA apoiaria? Talvez nossa bandeira hoje, seria vermelha.
Nas Malvinas os EUA não se envolveram diretamente por causa do TIAR. No conflito entre OTAN e TIAR, em que ambos possuem cláusula de que o ataque a um significa ataque a todos, e os EUA estão nos dois, eles escolherem não se envolver.
Não sei se o fornecimento de AIM-9L e cabides duplos para seu transporte, bem como o fornecimento das frequências dos radares argentinos e apoio de inteligência, pode ser chamado de neutralidade.
Já ouvi relatos que a questão de frequência dos radares e dos mísseis foi falhas técnicas por partes dos argentinos.
Mas lembrando, por trás dos panos, os EUA já ajudavam a Inglaterra durante a segunda guerra mundial, quando um tratado ainda não “permitia” que os EUA declarassem guerra a Alemanha.
Situação que mudou após o ataque a Pearl Harbor, aonde os EUA declararam guerra ao Japão e a Alemanha aos EUA.
Bom, há relatos de contrabandos de armas da África para a Argentina via Brasil. Além de dificuldades impostas pelo Brasil à força tarefa britânica, inclusive com interceptação de um bombardeiro.
Ainda assim o Brasil estava neutro no conflito e permaneceu assim até o final. Detalhe para o fato que antes e depois do conflito as relações MB e Royal Navy sempre foram excelentes.
Ou seja, em que pese ter praticados vários atos pró-argentina, a neutralidade do brasil nunca foi questionada.
Marcelo, o Vúlcan só foi interceptado porque invadiu o espaço aéreo do Brasil, e ele fez isso porque precisava de um pouso de emergência, já que devido a avarias no sistema de reabastecimento não pode ser reabastecido no ar.
Claro que se envolveram sigilosamente , passando informações aos ingleses .
Marcelo.
Os EUA não se envolveram porque a iniciativa partiu da Argentina e não da Inglaterra.
Se a frota Francesa tivesse agido realmente em nosso território, a conversa teria sido diferente. Mas duvido que chegasse a um conflito militar.
Da mesma forma, se o Brasil tivesse invadido a Guiana, o que ocorreria? Lembrando que a Guiana não faz parte do TIAR. Mas por ser território Francês, faz parte da OTAN.
Ainda bem que tudo terminou em lagosta…
Aliado olhando daqui pra lá. De lá pra cá, duvido. E muito.
Nossa Marinha só era capaz de uma coisa, naquela época: de perder feio.
A situação atual não se explica por uma degradação inédita, mas pela perseverança na mentalidade de sempre.
Precariedade é a marca das FFAA brasileiras.
Deve ser, o TIAR é de 1947. A OTAN é de 1951.
Em uma situação como essa tudo seria argumento!!!
O cavalheiro não poderia ter outro nome ?
mais detalhes
https://www.naval.com.br/blog/2016/01/28/a-guerra-da-lagosta-e-suas-licoes/
Numericamente OK, na prática a manutenção dos meios navais deixava a desejar, muitos navios estavam inoperantes ou com baixa capacidade militar.
A história de então é o prólogo da situação atual da MB.
Nada mudou!
A situação atual da MB merece outro “samba” cantado por 70.000 vozes.
Se for considerar que cada escola de samba desfila com uma média de 4000 integrantes, e são 14 escolas no total, daria pra fazer um desfile de carnaval completo só de marinheiros, e ainda sobrariam 24000 pra encher as arquibancadas do sambódromo….
Infelizmente na época a marinha já sofria com o equipamento. Para mobilizar os meios necessários para persuadir os franceses, a MB teve que suar muito.
O Brasil já foi coisa que presta. É site naval. Se publicarem, minhas homenagens ao grande Moreia.
https://youtu.be/ZbTkbh2uOC4
Lendo sobre a matéria A Guerra da Lagosta e suas lições”, podemos concluir que:
O Brasil sempre teve mais sorte do que juízo.
“O Brasil não é um país sério.” — A frase não é do presidente francês Charles de Gaulle (1890-1970), mas do embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza, dita ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do “Jornal do Brasil” em Paris. Depois de discutir com De Gaulle a “guerra da lagosta”, em 1962, quando barcos franceses a pescavam na costa brasileira, Souza relatou a Edgar o encontro dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco “A lagosta é nossa”, das caricaturas que faziam de De Gaulle, terminando a conversa assim: “Edgar, le Brésil n’est pas um pays… Read more »
Realmente. E quem não estava sendo séria era França que estava nos roubando.
Veja , eles já haviam acabado com as Lagostas em outras áreas de pesca , se não me engano Marrocos , porque pescavam com explosivos , fazendo-as subir a superfície , ou arrastando redes ao fundo , arrasando com tudo , Ao final do Impasse queriam fazer um Acordo de Pesca , que por motivo da opinião pública brasileira estar irritada com eles , não foi aceito pelo então Governo Brasileiro !
De Gaulle nunca disse que o Brasil não seria sério , eu sou Gaullista , e nunca vi ou escutei qualquer coisa nesse sentido, vindo de parte do Grande General. A França é o que é hoje , graças ao General , que peitou a tudo e a todos e enfrentou a esquerda francesa , querendo fazer da França Socialista .
Charles de Gaulle é o real herói francês moderno, organizador da resistência às forças armadas da Alemanha nazista, teve o prestígio militar e moral de libertador, desempenhou papel relevante na reconstrução do país depois da guerra, fundou a V República e foi presidente da República entre 1958 e 1969 .
Sabe de quantos franceses foram precisos para barrar os alemães? Não sabemos, eles se renderam ou fugiram kkkkkkk
Se a MB tivesse se envolvido nesse conflito
Hoje teríamos vários “Generais Belgrano” no lombo.
Ganhamos na criatividade poética do Kid Morengueira, e felizmente não houve um conflito por causa de uma questão tão tola gerada pela empáfia e prepotência dos franceses.
Já li bastante a respeito, e informa que os navios em uma eventual guerra, não teriam munições para menos de uma hora de combate. Ou seja, ou acertava os tiros ou errava e fugia! Se eu estiver enganado, que me corrijam! Lembrando que os EUA ficaram sem saber o que fazer nesse conflito, pois se algum país estrangeiro invadisse algum país americano, os EUA eram obrigados a ficarem com o Brasil, mas naquela época parecia que no mínimo eles iam ficar neutros e pelo que li, estavam balançando para ficarem com os franceses mesmo assim.
Quem tinha planos de invasão não era a França.
Aliás, parece-me que desde antes da criação do Corpo de Fusileiros Navais existia a pretensão.
Saudações
Para os interessados, recomendo o livro “A Guerra da Lagosta’, autoria do CMG Cláudio da Costa Braga (https://www.marinha.mil.br/dphdm/content/guerra-da-lagosta)… abraço a todos…
Que este e outros exemplos sirvam de lição: quem é seu aliado numa guerra pode, muito bem, ser eu adversário poucos anos depois.
Não existe diplomacia sem respaldo militar, basta ver algumas manchetes sobre as tensões entre os EUA e alguns países do Oriente médio. “EUA enviam toneladas de diplomacia para o golfo Pérsico, ou seja, enviam um ou dois super porta aviões e seus escoltas. “Se queres a paz prepara-te para a guerra”. Enquanto os nossos governantes não entenderem que entre Estados não existem amizades e sim interesses e somente quando houver um iminente risco de um conflito bélico (vide a crise na Venezuela) é que eles entenderão que não se pode brincar de ter forças armadas, mas sim de ter forças… Read more »
Concordo com suas palavras.
Mas a culpa não é somente dos políticos, culpa é do povo que vota, e principalmente dos próprios militares.
Quem já serviu nas Forças Armadas sabe o que eu falo.
Acho difícil a França ter deslocado um contingente naval por causa de lagosta mesmo, pesqueiros invadindo águas territoriais de outros países acontece até hoje e isso nunca é motivo para um conflito direto, mais provável que ficaram sabendo de alguma forma da intenção de invadir a Guiana francesa.
Nada a ver seu achismo. Como potência pós 2ª GGM a França se achava no direito de invadir as águas territoriais de qualquer país do terceiro mundo. Acima tem a menção a um livro a respeito do quase conflito armado.
depois dos alemaes colocarem areia e caco de vidro na retaguarda estrategica deles em 1940 eles ficaram bem nervozinhos
O presidente francês na época era o De Gaulle, e ele sempre foi cabeça quente.
Se eu não me engano, na época os franceses estavam atolados numa guerra na Tunísia, uma colônia que queria independência, e eles voltaram atrás com o Brasil porquê não tinham condições de enfrentar 2 conflitos ao mesmo tempo.
Me corrijam se eu estiver errado.
Willber
Você deve estar falando da Guerra na Argélia (Vietnã Frances).
Mesmo assim resolveram os anônimos com diplomacia, mas a Força Tarefa Francesa somente voltaram depois do acordo diplomático.
O melhor da guerra da lagosta foi o samba!
Não deu um tiro, bastou mostrar os dentes, meio podres, é verdade! Assim que se faz com quem se engraça com o Brasil! Gostei do Samba! Hoje, infelizmente, tem uns tipos que não fazem o deles mas se metem em assuntos de quem recebeu 58 milhões de votos.
Como sempre tento mostrar em comentários , o Brasil se preocupa mais com o Empreguismo das FFAA, do que com sua DEFESA REAL , e grande parte dos militares , como as demais Castas Corporativas , com suas vantagens e privilégios , é assim desde do Golpe de 1889 .
O tratado de defesa mutua entre todos os países do continente americano em caso de ataque iniciado por um país de fora do continente já existia? Se sim, como ficaria os EUA em relação a isso tudo?
Sem falar que toda essa situação pegaria muito mal para a França: Iniciar um guerra contra um país democrático, capitalista, aliado na guerra fria qur na epoca estava quente e por causa de uma questão pesqueira de um crustaceo que era pescado a no máximo 30km da costa do Brasil e a no minimo, 10.000km da costa Francesa.
Não era nem para ter começado.
A argumentação francesa indicava que a lagosta por se mover em nados curtos sem estar fixada às rochas não era um recurso da plataforma continental, sendo considerado um peixe pela sua liberdade de movimentos. Em resposta foi argumentado que por analogia, um canguru deveria ser considerado uma ave por mover-se em saltos pelo ar sem estar fixado ao solo. Pitoresco…
Pitoresco mesmo…um oficial que estava a bordo de uma das fragatas francesas classe “Le Normand” na época, participando de um exercício com o
NAe Clemenceau, não mobilizados contra o Brasil, mas, que poderiam se ordenado,contou-me por e-mail anos atrás que muitos a bordo sentiram-se “embaraçados” com a situação que dificilmente teria escalado para algo mais sério, mas, militares cumprem ordens mesmo as que não fazem muito sentido.
Oportuno o artigo nessa época em que o Brasil sofre uma campanha internacional de obliteração identitária: além de anões diplomáticos e colonia extrativista dependente, sequer nos reconhecem o idioma e caráter nacional excepcional na América Latina e do Sul. Os franceses deram azar de pegar um Brasil com brio mas japoneses e chineses já encontraram o país de costas pra sua riqueza oceânica invejável (pesca, criações, minérios, turismo…), absorvido na mesquinhez de minhoca do adubo financeiro, e uma Marinha agonizante. Pense no que era o Brasil de início dos sessenta, quando se amarrava cachorro com lingüiça, e o Brasil de… Read more »
O mundo era outro. À época era outra. As culturas eram outras. Um mundo pós guerra. Inglaterra e França, tentando a todo custo manter e renovar seus impérios e colônias ultramarinas repletas de movimentos de independência O status decadente e ainda frustrado com as marcas da WWII, a qual a vitória e fuga da derrocada ocorreu somente embace da intervenção e cobertor americano, trazia a frustração e desejo de auto afirmação. Pesqueiros franceses foram apreendidos pela MB é isto parecia a eles um desafio a seus interesses, por mais absurdo que possa parecer. Noves fora, era um desafio e arrogância… Read more »
Não sei se o adversário sabia
No final das contas o que fiquei sabendo desse imbróglio da Lagosta, foi que o governo francês desistiu de qualquer ação militar, defensiva de seus pesqueiros atuando em águas claramente brasileiras, quando seus dirigentes e opinião pública se aperceberam que tal procedimento de forma alguma era de interesse da França, mas apenas de um grupo de pescadores franceses malandros que estavam manipulando sua imprensa, se fazendo de vítimas. – Quanto ao Brasil de então e suas FFAA, foi pego de novo com as calças na mão como na WWII, e teve que se virar nos 30 para conseguir enviar uns… Read more »
Opinião minha, Brasil deve investir em satélites vigilância, aviação vigilância em quantidade (minimo 20 similares P8 ), submarinos ( minimo 12 operando ), navios patrulha oceânica rápidos e bem armados. Me baseio em: segunda guerra quem barrrou submarinos foi os avisos patrulha, guerra lagosta foi também aviação patrulha, Malvinas Harrier, A4, Exocet e submarinos e por ultimo albaroamento pesqueiro chines se tivéssemos enviado par Tucanos teríamos enquadrado barco chines. Com 40 caças treinados e armados para guerra naval, com vigilância efeciente e submarinos atuantes, praticamente ninguém chegaria perto nossa costa.
O Brasil não ganharia a guerra, mas nem precisava ganha-la, pois o objetivo foi alcançado. A França percebeu que os custos de uma guerra seriam muito maiores que os benefícios de capturar lagostas. então, uma potência nuclear foi forçada a negociar diplomaticamente.
Se o Brasil não tivesse mobilizado o esforço de guerra, a França pescaria lá até hoje.
Ou seja, armas nucleares não foram suficientes nesse caso.
A França se rendeu á Alemanha depois de 15 dias de guerra, não guenta não kkkkkk
“Quanto maior o poder, mais perigoso é o abuso”
Edmund Burke
A França se “peidou”…apesar do suposto “poder” da força tarefa nosso contingente bélico era maior e ainda tínhamos dois submarinos….