USS Gerald R. Ford

USS Gerald R. Ford

A Marinha dos EUA está lutando para consertar seus novos “supercarriers” da classe Ford, de modo que o serviço convocou especialistas externos para ajudar a encontrar uma solução em meio a atrasos na entrega e custos crescentes.

Os avançados elevadores de armas, sistemas críticos em que o secretário da Marinha apostou seu cargo, são um dos maiores problemas. Apenas dois dos 11 elevadores eletromagnéticos do USS Gerald R. Ford estão operacionais.

Os avançados elevadores de armas porta-aviões da classe Ford foram projetados para transportar 20.000 libras de munições até o convés de voo a uma velocidade de 150 pés por minuto, uma melhora significativa em relação aos elevadores dos porta-aviões da classe Nimitz, que são capazes de levantar apenas 10.500 libras a 100 pés por minuto. Esses elevadores são cruciais para aumentar a cadência de surtidas de aeronaves, o que, por sua vez, aumentaria a letalidade dos novos porta-aviões em relação a seus predecessores.

O secretário da Marinha, Richard Spencer, disse ao presidente Donald Trump em dezembro que “os elevadores estarão prontos quando o navio estiver pronto para zarpar ou você puder me demitir”. Ele disse aos repórteres no início deste ano que “nós vamos fazer isso. Eu sei que vou fazer isso. Eu ainda não fui demitido por ninguém. Ser demitido pelo presidente realmente não está no topo da minha lista”.

O secretário garantiu ao presidente que os problemas com os elevadores seriam resolvidos até o final da post-shakedown availability (PSA), um período de manutenção após os primeiros testes no mar. A PSA deveria se encerrar em julho, mas desde então foi adiada para outubro.

Trump se fixou nas catapultas eletromagnéticas da classe Ford, que lançam os aviões no ar e disse que os futuros porta-aviões retornariam às catapultas movidas a vapor.

Técnicos observam um dos elevadores de armas eletromagnéticos do USS Gerald R. Ford

Mesmo com os atrasos, a Marinha dos EUA duvidou que pudesse resolver o problema dos elevadores até o final da PSA. “Os elevadores vão exigir mais trabalho depois da PSA”, disse um oficial da Marinha ao Business Insider. “Os elevadores são o ponto crucial”, disse ele, acrescentando que a integração continua sendo o maior desafio.

Por causa disso, a Marinha decidiu trazer ajuda externa, informou o site Breaking Defense.

“Reunimos uma equipe de especialistas em porta-aviões agora, que trabalhará com o construtor de navios para que os elevadores de armas do Ford sejam concluídos na linha do tempo mais eficiente possível”, disse James Geurts, secretário-assistente da Marinha para pesquisa, desenvolvimento e aquisição, disse à mídia de defesa em um comunicado. “Temos uma equipe completa nos elevadores avançados de armas.”

A equipe de especialistas convocada para trabalhar com a Huntington Ingalls no estaleiro Newport News, na Virgínia, tem experiência com sistemas eletromagnéticos, engenharia elétrica e integração de sistemas. Este grupo irá “recomendar novas mudanças no design que podem melhorar as atividades dos elevadores para o resto da classe Ford”, disse Geurts.

Embora a Marinha ainda não tenha conseguido que o Ford funcione como deveria, o serviço já destinou bilhões de dólares ao desenvolvimento de três outros porta-aviões da classe Ford.

FONTE: Business Insider

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Fernando Turatti

A chamada vai na mosca pra conseguir uns cliques, aliás, é um bait honesto porque ele não mente hora nenhuma mas te leva a pensar em externa como ajuda estrangeira. Quanto ao navio, sem novidade. Na verdade mesmo eu penso em uma questão quanto a USN: se eles resolvessem cortar custos e utilizassem porta-aviões mais similares ao restante do mundo, quanto poderiam cortar de custos? Quão menos projetável é uma marinha com 11 queen elizabeths(mesmo que CATOBAR, mas no caso com skijump mesmo)? Acredito que em momentos como o atual, com o governo americano sempre na beira do colapso financeiro,… Read more »

Aldo Ghisolfi

Eles podem imprimir seus dólares à vontade…

Ricardo Bigliazzi

Por incrível que possa parecer Eles podem fazer um monte de coisas, mas uma dos mais difíceis é “ligar a Casa da Moeda” apenas para expandir a base monetária. Eles são muito mais sérios do que podemos imaginar.

Victor Filipe

A Economia dos EUA não ta tão ruim assim, obvio, ela já viu dias bem melhores. mas como um todo a economia mundial ta dando uma parada. Eu não vejo os EUA quebrando e nem a China simplesmente porque eles não podem quebrar, nenhum dos dois. se isso acontecer… bem, crise financeira para o mundo todo em doses cavalares. Dito isso, os Super Porta Aviões sempre foram tidos como bases aéreas moveis. toda a grandeza e complexidade desses meios faz sentido dentro da estrategia americana de projeção de força. veja a China, está planejando seus novos porta aviões para serem… Read more »

Fernando Turatti

Victor, existe uma diferença entre a economia de um país e seu governo. A economia americana é tão forte e diversificada que nem Deus afunda. O governo por outro lado está bem perto de um ponto de não retorno, se já não tiver passado dele. Basta ver os deficits e a dívida acumulada.

Dalton

Eventualmente surgem proponentes de um NAe “menor”, mas, o “Queen” não é a resposta entre outras coisas por apenas embarcar o F-35B que tem menor alcance que o F-35C e o Super Hornet Block III que em breve fará parte das alas aéreas e também por não poder embarcar o E-2D Hawkeye.
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Fernando Turatti

Dalton, acho que essas perguntas tem que surgir sempre, principalmente dentro da força. Eu até coloquei como alternativa um QE catobar. A grande questão é encaixar os desejos no orçamento.

Dalton

No caso de você revisitar o comentário, sim, Fernando, tanto que há proponentes dentro da US Navy, só que mesmo assim, não será um projeto estrangeiro mesmo “catobar” e que não atenda às necessidades um eventual escolhido e sim um projeto nativo provavelmente com capacidade similar a um “Kitty Hawk”.
abs

Ricardo Bigliazzi

Arcar com os gastos? Podem sim, os Porta-Aviões são fundamentais para uma Marinha de “águas azuis”. Como sempre digo, uma Marinha sem superioridade aérea não passa de um suculento alvo.

Hélio

É verdade, eu até tomei um susto quando li.

Victor Filipe

Dobrar a capacidade de carga dos elevadores e aumentar a velocidade dos mesmos… porque sera que não estou surpreso de que isso ta dando uma dor de cabeça?

luiz A silva

So posso dizer que a economia aqui esta bombando e muito. Tem placa em tudo que e lugar escrita ” estamos empregando” We are hiring. Todo mundo esta trabalhando, a coisa esta boa por aqui.

Ricardo Bigliazzi

Calma Luiz, tem uma torcida danada por um “acidente de trem” na Economia Americana. Segue o jogo, emprego em alta, economia em nível normal de produção e valorização do mercado interno. São por essas e outras que o Trump corre sério risco de se reeleger na próxima Eleição. O Americano tipico se preocupa muito mais com os “buracos da rua de sua casa” do que com o resto do Universo. Acho que Eles estão certos, é assim que se constrói um País. Por aqui continuamos a nos preocupar com um monte de balelas e deixamos de cobrar de todos que… Read more »

TJLopes

São as dores do parto de novas tecnologias. Esses problemas surgem em qualquer nova tecnologia revolucionária e, com o tempo, serão sanados. Imagine se lá atrás, quando foram inventados os motores a vapor, devido a seus problemas, tivessem desistido e voltado as velas?

Overandout

Problemas que acompanham novas tecnologias. Daqui uns 10 anos, quando sair uma matéria aqui no PN lembrando dos primeiro anos de operação da classe Ford, quem sabe acharemos até engraçado que se possuíam dificuldades com um “simples” elevador eletromagnético

Ricardo Bigliazzi

Contrataram os chineses???? O Mundo acabou!!!! Acho que não, li a matéria até o final, acho que são coisas normais quando se trata de equipamento ultra avançado. Uma pena que não tivemos acessos a esse tipo de discussão quando a classe Nimitz foi lançada em 13 de maio de 1972. Acho que deveriam existir probleminhas como esses aos montes naquela Classe de Navio que é referencia para tudo o que podemos imaginar em se tratando de porta-aviões nos quase últimos 50 anos. Obs.: Acho que os terríveis problemas no nascimento da Classe Nimitz foram solucionados. Vida longa a Classe Ford!… Read more »

Dalton

Ricardo… . O USS Nimitz foi comissionado em maio de 1975 e já no ano seguinte partiu para sua primeira missão de mais de 6 meses no Mediterrâneo ou seja superou às expectativas. . O USS Nimitz não tinha nada de revolucionário, utilizava catapultas e maquinário de retenção de aeronaves já utilizados em outros NAes, radares, etc e mesmo o lay-out do convés de voo era baseado no NAe anterior o USS John Kennedy”. . O “Gerald Ford” é muito diferente, levou mais tempo para ser construído e mesmo assim foi comissionado antes da hora por conta de pressões que… Read more »

Sincero Brasileiro da Silva

Piris na mão…

nonato

Não sei porque essa dificuldade.
Eles não tem domínio de eletromagnetismo?
Se não têm, por que decidiram construir?
Se tem, por que esse problema?
A própria matéria diz que somente oito dos dez elevadores estão funcionais.
Se uns funcionam então não é um problema difícil…
Ainda não fui contactado para mostrar a solução…

Alex Barreto Cypriano

Alguém vai ouvir ‘you’re fired’ muito em breve. Tretas estranhas paralelas como Moran decidindo se aposentar e deixando o atual CNO segurando o abacaxi… Bom, se a classe Ford, que é all electric, funcionar (EMALS, DBR, AAG, AWE, F-35C, etc), vai ser o bicho! 😉 Se não, corta umas cabeças e volta pros Nimitz… Afinal, os Burke vão ficar por um looongo longo tempo, as FFG(X) podem nem sair do esboço de projeto e os LCS já tem sua versão reduzida do Hawkeye (o MQ8-C, já com IOC). Na superfície, é o que tem pra hoje, amanhã, depois de amanhã,… Read more »

Dalton

Não será tão fácil voltar pro “Nimitz” Alex, pois o futuro USS John Kennedy será lançado ao mar ainda esse ano, para então a doca ser ocupada pelos primeiros componentes já prontos do futuro USS Enterprise e um quarto navio da classe, ainda sem nome, já foi contratado. . Quanto aos “Burkes” já há uma nova e última versão em construção, ligeiramente maior a ser equipada com um novo e mais potente radar e planeja-se equipar todos os F IIA com uma versão mais leve desse mesmo radar, ainda assim mais eficiente que o atual instalado. . E em breve… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Se eles não desistiram por causa do EMALS e do AAG, não o fariam por causa de AWE, certo? Estou muito curioso sobre o Bougainville, Dalton. Acho que a USN não vai propor nenhum substituto pros Ticonderoga- ela precisa de números e não de problemas, daí que ache que Burkes e LCS serão tudo disponível na superfície por um longo tempo. Mas o futuro a Deus (e ao congresso americano) pertence… ;).
Abs.

Dalton

Alex… . um “Burke” mesmo o F III em construção não é o ideal para funcionar como navio comandante da defesa aérea de um grupo baseado em NAe, daí a necessidade de se substituir os “Ticonderogas”. . Os 11 primeiros “Ticonderogas” deverão ser retirados ao longo da próxima década , mantendo-se os outros 11 que é o número mínimo para atender 10 NAes, um décimo primeiro NAe sempre está passando por longo período de modernização, mas, o NAe baseado no Japão necessita de ao menos 2 para um estar “sempre” disponível e estes 11 cruzadores restantes deverão ser substituídos ao… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Dá gosto ler um comentário conciso, preciso e fundamentado como o seu, Dalton. Se houver um próximo grande combatente de superfície, não é certo que use o casco do Zumwalt e nem que tenha a superestrutura semelhantemente stealth. Se o custo das FFG(X) igualarem ou ultrapassarem o dos Burke, não vejo como a USN e o Congresso queiram continuar o programa até a construção. A estrutura produtiva dos LCS, uma vez perdida, representa um retrocesso notável, equiparável à hipotética destruição da capacidade de produzir Burkes na tentativa de fazer do zero algo novo. Se a América realmente deseja abrir mão… Read more »

Dalton

Eu que agradeço Alex, pois amigos de carne e osso que tenho não tem o menor interesse no que gostamos de discutir aqui no PN. . Quanto às futuras fragatas não há como serem mais caras que um “Burke”, serão consideradas como “pequenos combatentes de superfície”, provavelmente não se conseguirá ficar na meta, mas, mesmo assim serão mais baratas. . Praticamente se atingirá o limite do que se pode extrair de um “Arleigh Burke” com o F III e com a expectativa de que a maioria dos “Burkes” terão suas vidas estendidas para 40 anos ou mais, isso significa que… Read more »

carvalho2008

Mas ate os elevadores internos são magneticos? Parece exagero…..catapultas vá lá…..

e a proteção disto tudo contra um PEM? Já pensou? Um pulso eletromagnetico paralizando tudo…..deve ter dado muita dor de cabeça proteger tudo isto…..

Motor eletrico num elevador não poderia fazer o mesmo com menor risco?

Jagderband#44

Que foto maravilhosa.
Senhores, isto sim é um NAE, e digo mais: digno de ser descendente dos CVs forjados em batalha no Pacífico entre 41 e 45.

Marcelo Andrade

Nada de estraordinário! É o preço da inovação! Os EUA constroem tudo que precisam!! Grandes obras, grande problemas!! Se você não quer ter problemas, fica na “zona de conforto”, mas tb, não se desenvolve!!!

Burgos

E´o preço do desenvolvimento tecnológico !!!

LucianoSR71

Já li que a origem do problema seria a falta extensos testes em terra, partindo-se logo p/ os elevadores de série, creio eu que por pressão do cronograma, então só agora é que estão vendo que a coisa é muito mais complexa. Esses elevadores inferiores, que estão c/ problema, tem que atravessar vários decks, utilizando um complexo sistemas de comportas p/ garantir a estanqueidade a medida que passam pelos pisos, tudo isso numa velocidade 50% maior que os atuais, não é um simples elevador de edifício, como muita gente pode pensar.

rafa

Isso soou caro. kkkk

Luiz Henrique

esse foi o click bait mais magnífico e genial que eu já vi.