O Harrier pousando verticalmente a bordo do NAeL Minas Gerais
O Harrier pousando verticalmente a bordo do NAeL Minas Gerais, em 1973

Nos anos 1970, os ingleses tentaram vender o revolucionário jato V/STOL Hawker Siddeley Harrier e depois a versão mais desenvolvida British Aerospace Sea Harrier ao Brasil.

Na primeira etapa, um jato Hawker Siddeley Harrier Mk 52 V/STOL foi demonstrado no Brasil em 1973, quando ainda não era famoso e muitos ainda não acreditavam no potencial do avião.

Além da apresentação na Base Aérea de Santa Cruz para a FAB, o Harrier também foi testado a bordo do Navio-Aeródromo Ligeiro Minas Gerais.

Naquela época o avião agradou à Marinha, mas ela não podia operar aeronaves de asa-fixa devido ao decreto do presidente Castelo Branco de 1965.

No final da década de 70, a British Aerospace voltou a fazer divulgação do avião no Brasil, desta vez em uma campanha de publicidade em edições da Revista Marítima Brasileira (RMB), lida por boa parcela da oficialidade da Marinha do Brasil.

Os anúncios continham erros de português e eram mal redigidos, pareciam ter sido feitos às pressas, sem a devida revisão.

Alguns dos anúncios podem ser vistos abaixo (clique nas imagens para ampliar).

Segundo informações da época, a Marinha desejava adquirir pelos menos 12 aviões, mas a compra acabou sendo vetada pela Força Aérea Brasileira.

Pouco tempo depois, em 1982, os Sea Harriers operados pela Royal Navy derrotaram os caças supersônicos Mirage e Dagger da Força Aérea Argentina na Guerra das Malvinas, no Atlântico Sul.

Os Sea Harriers da Royal Navy operaram a partir dos porta-aviões HMS Invincible e HMS Hermes e desempenharam o papel principal de defesa aérea, com um papel secundário de ataque ao solo; os Harriers GR3 da RAF forneceram a principal força de ataque ao solo. Um total de 28 Sea Harriers e 14 Harrier GR3s foram desdobrados no teatro.

Os esquadrões de Sea Harrier abateram 20 aeronaves argentinas em combate ar-ar sem perdas ar-ar, embora dois Sea Harriers tenham sido perdidos por fogo terrestre e quatro por acidentes. Do total de perdas aéreas argentinas, 28% foram abatidas por Harriers. Um Sea Harrier, pilotado pelo tenente da RAF David Morgan, abateu dois Skyhawks em um único combate.

Vários fatores contribuíram para o fracasso dos caças argentinos no combate com o Sea Harrier. Embora os jatos Mirage III e Dagger fossem mais rápidos, o Sea Harrier era consideravelmente mais manobrável. Além disso, o jato V/STOL empregou os mais recentes mísseis AIM-9L Sidewinder e o radar multimodo Blue Fox.

Harrier pousado a bordo do NAeL Minas Gerais
Porta-aviões britânico HMS Hermes operando com jatos Sea Harrier e helicópteros Sea King

VITÓRIAS DOS SEA HARRIERS NAS MALVINAS

Data Alvo Piloto Aeronave Unidade
1 Maio, 1982 Mirage IIIEA Barton (RAF) Sea Harrier FRS.1 801 Sqn
1 Maio, 1982 Mirage IIIEA Thomas (RN) Sea Harrier FRS.1 801 Sqn
1 Maio, 1982 Dagger A Penfold (RAF) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
1 Maio, 1982 Canberra B.62 Curtiss (RN) Sea Harrier FRS.1 801 Sqn
21 Maio, 1982 A-4C Blissett (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
21 Maio, 1982 A-4C Thomas (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
21 Maio, 1982 Dagger A Frederiksen (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
21 Maio, 1982 Dagger A Thomas (RN) Sea Harrier FRS.1 801 Sqn
21 Maio, 1982 Dagger A Thomas (RN) Sea Harrier FRS.1 801 Sqn
21 Maio, 1982 Dagger A Ward (RN) Sea Harrier FRS.1 801 Sqn
21 Maio, 1982 A-4Q Morell (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
23 Maio, 1982 Dagger A Hale (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
24 Maio, 1982 Dagger A Auld (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
24 Maio, 1982 Dagger A Auld (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
24 Maio, 1982 Dagger A D. Smith (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
1 Jun, 1982 C-130E Ward (RN) Sea Harrier FRS.1 801 Sqn
8 Jun, 1982 A-4B Morgan (RAF) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
8 Jun, 1982 A-4B Morgan (RAF) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
8 Jun, 1982 A-4B D. Smith (RN) Sea Harrier FRS.1 800 Sqn
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