A Rússia está finalizando os planos para estabelecer uma base militar no porto de Berbera, na Somalilândia, de acordo com relatórios das autoridades do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Isso ocorre em meio a relatos de que a Rússia também manteve conversas com a Eritreia com interesse em construir um centro de logística naval.

Caso isso se materialize, a Rússia se juntará à China e aos Estados Unidos que têm bases em Djibuti, ao longo do Canal de Suez.

O governo russo diz que está monitorando de perto a cidade portuária de Berbera, na Somália, como uma base militar.

Uma publicação do The New York Times desta semana afirmou que o interesse contínuo da Rússia na África está preocupando muitos no Ocidente.

O artigo declarou em parte: “As autoridades americanas, analisando o que chamam de grande competição de poder (Great Power Competition), dizem estar alarmadas com a crescente influência da Rússia e da China, enquanto Washington luta para exercer suas metas econômicas e de segurança no continente”.

“As autoridades russas estão procurando estabelecer uma base no porto de Berbera, na costa da Somalilândia, uma administração autônoma autodeclarada na Somália no Golfo de Áden, segundo autoridades do Departamento de Defesa da Rússia.

Os Estados Unidos e a China, ambos com bases no Djibuti, compartilham uma fronteira marítima com este porto que a Rússia viu seu futuro”, escreveu o New York Times.

O Chifre da África é estrategicamente importante por várias razões, entre outras porque permite projeção de fontes de energia no Oriente Médio e influências sobre o Canal de Suez através do Golfo de Áden.

Se realizada, essa seria a primeira base da Rússia na África desde a Guerra Fria e seria um grande passo em frente para o programa de (Vladimir) Putin de revitalizar a outrora orgulhosa Marinha da Rússia.

A base deve abrigar dois navios do tamanho de destróieres, quatro navios do porte de fragata, dois grandes submarinos, duas pistas de pouso que podem acomodar até seis aeronaves pesadas e 15 aviões de combate.

Especialistas acreditam que uma nova “corrida pela África” ​​está se desenrolando. Os principais atores são a China, a UE e os EUA.

Índia, Brasil, Turquia, Irã, Coreia do Sul e os países do Golfo também estão interessados ​​em aumentar a cooperação com a África. O volume de comércio e interação econômica da Rússia com a África é inferior a quase todos os participantes acima mencionados. Atualmente, o comércio da Rússia com a África é inferior a US$ 12 bilhões.

Uma reportagem relatório da revista NewAfrican em novembro de 2018 afirmou que a Rússia estava em negociação com os líderes da Somalilândia para uma base naval para apoiar seus navios de guerra e submarinos a operar na região e as movimentadas rotas marítimas que transportam a maioria dos produtos da Europa.

Foi relatado que a base naval seria composta por 1.500 pessoas, destróieres, fragatas e submarinos e ficaria localizada ao largo da cidade de Zeila, na Somalilândia, na fronteira com Djibuti – perto da localização da primeira base estrangeira da China nos tempos modernos, inaugurada em 2017.

A reportagem afirmou ainda que a Rússia havia proposto que se reconhecesse a República separatista da Somalilândia em troca de poder estabelecer a base e garantir a segurança no país separatista, treinando as forças armadas da Somalilândia.

A Rússia tinha anteriormente uma base militar na Somalilândia, mas eles foram forçados a sair pelo ex-ditador somali Siad Barre.

O Reino Unido também já havia expressado o desejo de ter uma base militar na Somalilândia.

FONTE: busiweek.com

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