Comandante da 2ª Frota da USN preocupado com crescente atividade naval russa

Os marinheiros que partem da costa leste dos Estados Unidos não podem mais esperar que o Atlântico Norte seja um porto seguro para eles, alertou o comandante da 2ª Frota* da US Navy.

Com o aumento do número de submarinos russos cada vez mais mortais, os marinheiros “podem esperar operar em um espaço contestado todas as vezes que deixarem [a base naval de] Norfolk”, disse o vice-almirante Andrew “Woody” Lewis durante o evento de segurança marítima ocorrido nessa de terça-feira (4/2) em Washington, DC no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

“Nos últimos 20 anos, na maioria das vezes partimos de Norfolk para operar em outro lugar, não no Atlântico”, disse Lewis antes de indicar o que havia mudado.

“Não precisamos olhar muito para ver que o mundo está ficando cada vez mais complicado”, continuou ele antes de declarar o Oceano Atlântico é “um espaço de batalha que não pode ser ignorado”.

Seu aviso veio na sequência de relatos de que um navio espião russo estava à espreita na costa leste e operava de maneira insegura nos últimos meses.

“Vimos alguns de nossos navios, o USS Mahan, por exemplo, nos estágios iniciais de seu ciclo de treinamento operando próximo de um navio de inteligência russo quando visitou nossa costa no final do ano passado”, disse Lewis.

“O navio de inteligência não se importava com a fase de treinamento de nossos navios ou se havia alcançado sua certificação completa.”

As observações de Lewis foram dadas momentos depois do anúncio do Pentágono confirmando que havia embarcado uma nova ogiva nuclear em um de seus submarinos.

Lewis disse que a introdução da ogiva W76-2 mostra “um fator de como operamos”, mas “não um que altere muito o que fazemos”.

A Marinha anunciou que sua 2ª Frota havia atingido seu status operacional completo na véspera de Ano Novo.

Criada para manter a Rússia sob controle durante a Guerra Fria, a Marinha dissolveu a frota em 2011 para se concentrar nos esforços de combate ao terrorismo no Oriente Médio e no Afeganistão, além de poder focar no Pacífico e no crescimento da China como potência militar.

Mas quando a Rússia se reafirmou nos últimos anos, a Marinha ressuscitou a 2ª Frota para recuperar o domínio sobre as águas do Atlântico Norte e do Ártico.

Em junho do ano passado a 2ª Frota envolveu-se num enorme exercício militar multinacional chamado Baltic Operations ou BALTOPS e está se preparando para a operação LSE 2020 (Large Scale Exercise 2020) neste verão.

O treinamento integrado de certificação de um mês que precede o desdobramento, conhecido como Exercício de Treinamento de Unidade Composta, ou COMPTUEX , também está se tornando cada vez mais complexo ao incorporar cenários simulados ao vivo, virtuais e construtivos, disse Lewis.

O porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower, baseado em Norfolk, está se qualificando agora para a próxima comissão, acrescentou.

“Falamos sobre como lutamos. É preciso vincular isso à maneira como treinamos, porque nunca seremos melhores do que a forma como treinamos em nossos níveis mais elevados”, disse Lewis.

[*] o mais apropriado seria “2a Esquadra”, mas como houve a popularização do termo “2a Frota”, esta segunda opção foi mantida no texto.

FONTE: NavyNews (tradução e adaptação do Poder Naval a partir do original em inglês)

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