Marinha do Brasil divulga RFP para obtenção de Navio de Apoio Antártico
A Diretoria de Gestão de Programas da Marinha (DGePM) realiza a divulgação do documento Request for Proposal (RFP), até o dia 30 de junho, conforme transcrito no Diário Oficial da União (DOU) de 20 de maio de 2020. O objetivo da RFP é comunicar ao mercado e estabelecer requisitos e condições para selecionar a melhor proposta para aquisição de um Navio de Apoio Antártico (NApAnt), a ser construído no Brasil.
A aquisição do NApAnt visa manter os compromissos de cooperação internacional assumidos pelo Brasil no Tratado da Antártica, que culminou com a instalação da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), em 1983.
O futuro NApAnt substituirá o Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” na manutenção e abastecimento da EACF e proverá o apoio logístico e operacional aos projetos de pesquisa do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
A partir da publicação no DOU, as empresas/grupos qualificados poderão solicitar o agendamento para a retirada da RFP na DGePM, por meio do e-mail: napant@marinha.mil.br.
Os demais procedimentos para a habilitação dos representantes legais e retirada da RFP constam do Chamamento Público no DOU.
FONTE: Marinha do Brasil
Pergunta de leigo: O Brasil possui algum navio Ice Breaker para uso nessas regiões?
Aparentemente não, o “Tio Max” é Navio Polar, mas não é classificado como Quebra gelos
“Alessandro”, na minha opinião de leigo (me corrijam se eu estiver errado), eu acho que para acessar a Estação Antártica Comandante Ferraz localizada na ilha do Rei George, a 130 quilômetros da Península Antártica, na baía do Almirantado, não precisa necessariamente de um navio quebra gelo, se não a Marinha já teria um!
Precisamente!
Olá Karl. No inverno, o mar fica congelado em torno da base brasileira. Os navios da MB só operam por lá no verão. A base faz estoque de víveres, combustível e consumíveis durante o verão para ser usado no inverno. A FAB mantem contato com a base pousando na base chilena ha uns 30 km dali e em seguida (dependendo do tempo) é possível chegar á base de brasileira de helicóptero. A FAB também faz lançamento de carga por paraquedas durante o inverno (no verão, o navio de apoio polar da MB pode buscar as coisas na base chilena, já… Read more »
É incorreto pensar dessa forma, o único apoio a base brasileira no inverno fica a no mínimo 25 km de distância, oque é arriscado, um navio Icebreak seria essencial em caso de emergências aonde aquelas regiões ficam difíceis de serem acessadas por outros métodos.
Caro Ítalo. Acho que a distância entre a base brasileira e a chilena são uns 30~35 km, o que levaria uns 10 min com o helicóptero da base brasileira (se o tempo estiver bom). Considerando o tempo necessário para preparar tudo, acho que daria para chegar na base chilena em meia hora. Na base chilena, tem uma pista que pode ser operada inclusive no inverno. É o meio mais rápido para o caso de emergência. O mar em torno da base brasileira congela no inverno, por isso os navios da MB que operam na Antártida retornam ao Brasil (esse período… Read more »
Tem certas janelas no polo durante o inverno que vôos ficam perigosos demais devido a ventos e tempestades, mesmo aeronaves militares.
Icebreak possibilitaria maior segurança, eles no demoram muito, isso vai depender do tamanho e capacidade, fora que abre maior poder de barganha por parte do Brasil em certos processos envolvendo aquela região, como ajudaria nas pesquisas.
O custo de um Icebreak Russo no ficaria tão diferente de um navio de apoio logístico preparado para aquela região, o preço só ficaria um pouco maior devido ao casco.
Olá Ítalo. Pelo que conversei com alguns colegas que desenvolveram trabalhos de pesquisa no ProAntar, pode ser perigoso pousar na pista da base chilena até durante o verão. O acidente com o C130 da FAB ocorreu no inverno, mas as operações no verão também são arriscadas. O custo do quebra-gelo é o casco e a propulsão. O navio precisa de muita potência para romper o gelo, o que torna um quebra-gelo muito mais caro que um navio polar.
Não possui nenhum Ice Breaker.
Esse novo vai ser quebra-gelo ou vai ter só o casco reforçado para operações em regiões árticas?
Provavelmente, só casco reforçado já que nossa base fica numa baía de uma ilha.
Será reforçado com compensado e madeirite ultraforte.
Um país que não tem uma marinha com meios suficientes para combate, tem navios velhos, gasta de forma descomunal com um sub nuclear há mais de 30 anos , quando poderia ter uma frota de diesel elétrico com mais de 15 unidades em operação, por qual relevante motivo se preocupa com experiências no pólo sul, gastando o que não tem ?
Pelo tratado antártico, só vai ter um pedaço desse continente rico em minerais inexplorados quem tiver uma base permanente lá e civil. Do contrário, se quizer, tenta na marra para ver se consegue.
Olá Guilardo. Uma coisa de cada vez. A fabricação de um submarino com propulsão nuclear demanda o domínio de três tecnologias anteriores. 1) Saber enriquecer o combustível, 2) saber fazer o reator e 3) saber fazer um submarino. Os EUA já dominavam estas tecnologias. O primeiro passo foi dominar o ciclo do combustível (talvez tenha sido o mais difícil porque havia todo tipo de obstáculo internacional para o país conquistar essa tecnologia). Construir o submarino também é um grande desafio, tanto pelo conhecimento quando pela infraestrutura necessária para isso (o que inclui o Labgene, a UFEM e o estaleiro, além… Read more »
Ok. Apenas acho que as nossas FFAA gastam mal, deixando sempre os braços fortes desprotegidos. Um abraço.
Olá Guilardo. Eu concordo com você sobre a necessidade as forças armadas brasileiras precisam repensar muita coisa. Contudo, o SBN é uma das coisas que concordo serem prioritárias para a MB.
Qualquer marinha invasora ficaria muito preocupado em saber que um SBN esta patrulhando as Águas em que essa força naval fosse navegar.
Uma marinha moderna e forte se faz com com navios de superfície e submarinos, já que eles se complementam …
Fabio, apesar do PROANTAR ser administrado pela MB, faz parte da SECRIM, Secretaria Interministerial para Recursos do Mar! Aí entra MCTI, Universidades, MD, etc. Pesquisa nunca é despesa! Uma coisa não tem nada a vr com outra.
Torcendo aqui de casa pro “pessoal” da aeronáutica não ir praticar fogo amigo pela imprensa novamente !! ?? (Ironic mode)
Mui amigos.
FAB já se manifestou e disse que a MB não pode ter um navio polar.
Quem te FAB, não precisa de inimigos,kkkkk.
Se no fosse uma piada sem noção, teria mais um voto negativo.
A FAB no quer ficar responsável 100% pelo abastecimento da base polar, pois a mesma é arriscado fazer tais abastecimento por via aérea, já houve vários acidentes naquela região, então ela no se importa com tal aquisição de navio.
Pesquisar sobre o assunto, ajuda muito antes de falar.
O navio que está sendo licitado não é um quebra- gelos, mas tão somente um navio polar, ou seja sua única singularidade é possuir um casco reforçado. Me pergunto mais uma vez : Os estaleiros que possuímos não dariam conta de fazer esse navio ? Por que comprar navios de baixa complexidade de outro país?
Olá Luiz. O texto informa que o navio será construído no Brasil. Mesmo que seja um navio de apoio logístico, um navio polar precisa de sistemas redundantes por segurança.
Olá Camargo.
De fato eu não percebi que é para ser construído aqui. Ótimo.
Quanto a precisar de sistemas redundantes também não vejo como isso seja um complicador, já que todos os sistemas , redundantes ou não, são importados mesmo.
Enquanto isso, o Chile constrói localmente um navio quebra-gelos, de projeto ma8s complexo que um navio polar e bem moderno. Se eles podem , nos teríamos que poder também.
Caro Luiz. Defendo há anos que a MB construa seus navios no Brasil. Isso se tornou mais importante agora devido a queda da atividade industrial. Pelo que li no DOU, a fornecerá a documentação para as empresas interessadas que satisfazerem as exigências da licitação (experiência na construção de navios polares e parceria com um estaleiro nacional). Na ausência de qualquer detalhe, acho que podemos pensar em um navio do mesmo porte do Ary Rangel (2 mil ton, capacidade de receber um helicóptero e de transporte. Geralmente, um navio de apoio logístico custa algo em torno de US$ 4 mil por… Read more »
Sim Camargo, mas acho que o comentário do André resume o problema.
O estaleiro da conta de fazer os navios.. o problema é que vão a falência antes de assinar o contrato com a MB pq ela não gera mercado consumidor (como é dos eua que encomenda 50 navios e quando chega na 49º ja tem mias 50 pra suprir o envelhecimento da 1º unidade…)
MB só vai resolver os problemas de falta de navios hora que aparecer mercado consumidor ou se derem um estaleiro pra ela
mas é provável que FAB apareça e F%* com os planos pq só ela pode ter um “estaleiro” pra fazer as coisas
Andre,
Sim, não considerei a novela da parte econômica, sindicatos, etc.
Grato pela resposta.
Caro Luiz. Sindicatos são fundamentais para manter a relação trabalho x capital em termos equilibrados. Todos os direitos trabalhistas (sem exceção) foram obtidos por meio de luta sindical. O trabalhador assalariado no Sec XIX cumpria jornadas mais longas que 12 , havia trabalho infantil, assedio constante sobre as funcionárias, inúmeros acidentes de trabalho, nada de férias, nada de providência, demissões sem justa causa.
Caro Camargo,
Tenho opinião divergente sobre os sindicatos, mas agradeço sua ótima resposta.
Obrigado!
Olá Andre. Acho um erro basear a viabilidade da fabricação de meios militares modernos a partir da escala de produção. Uma fábrica de bens de consumo duráveis dilui o custo de produção na venda de milhares de unidades, reduzindo o custo, mantendo preços competitivos e aumentando os lucros. No caso de material militar, o preço final é a soma do custo de fabricação (pessoal, impostos, peças, etc.) somado ao lucro da empresa. Se o material militar é essencial, o contratante (necessariamente adquirido por um governo) irá pagar o preço. Se fabrico-lo nacionalmente é mais caro, há um ganho econômico e… Read more »
“A aquisição do NApAnt visa manter os compromissos de cooperação internacional assumidos pelo Brasil no Tratado da Antártica, que culminou com a instalação da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), em 1983.”
Pode acreditar, no meio de tanta carência, esse Tratado da Antártica é um daqueles de suma importância que não pode ser negligenciado.
Basicamente, há este tratado em que a comunidade internacional se compromete a manter a Antártida compartilhada. E determina que discussões sobre o futuro do continente, inclusive se um dia for liberada a exploração economica de recursos daquela região, sejam feitas pelos países que atuam efetivamente em pesquisas cientificas por lá.
Ou seja, o Brasil precisa manter uma bandeira fincada por lá e uma base permanente para brigar juridicamente por um quinhão do continente no futuro.
Olá Oseias. Esse é um dos lados. Do outro lado há a questão que o clima no Brasil é muito influenciado pelo que acontece na Antártida. O que acontece lá reflete aqui, portanto em todo o sucesso da agricultura brasileira. O monitoramento das mudanças climáticas também é feito na Antártida. Tem a questão das migrações da fauna marinha. E tem as coisas mais legais, como o fato do continente ter preservado milhares de anos de historia sob as camadas de gelo (dá para saber como era a atmosfera do planeta antes do surgimento da especie humana. Quando a América do… Read more »
Caro Marujo. A MB junto com o MCT construíram uma base de pesquisa moderna. Ela precisa ser abastecida. A FAB a abastece com um C130 há 35 anos e provavelmente continuará abastecendo-a com o KC390. Durante o inverno antártico, o mar fica congelado em torno da estação, e o acesso só é possível por via aérea. Contudo, a FAB usa a pista de pouso de uma base chilena, distante uns 30~35 km da base brasileira. A FAB faz cerca de 7 voos para a Antártida no verão e outros 3 no inverno. Os navios da MB só podem acessar a… Read more »
Como é comum na comunicação das forças armadas, especialmente na MB, faltam informações essenciais tais como o prazo para a entrega das propostas e as principais exigências a serem cumpridas pelos ofertantes.
São informações não sigilosas, cuja ocultação aos olhos do público denota falta de transparência e falta de respeito com a parte da sociedade que se interessa pelos assuntos da MB.
Caro Eduardo. Você pode sanar suas dúvidas procurando por “Request for Proposal (RFP) n° 40005/2020-001″ no DOU de 20 de maio.
Sim, mas então para que ter uma área de comunicação? Minha critica é em relação à atitude da MB. Procuram tornar mais obscuro o que deveria ser mais claro.
Quem não tem cão,caça com boi!
É um projeto de alta complexidade e que trará off sets que vão colocar a industria naval nacional em outro patamar.
Gabriel,
De qual alta complexidade você se refere ?
Trata-se apenas de construir um navio com casco resistente a gelo de menor espessura.
Todos os sistemas de bordo serão importados, Como já são em qualquer navio construído aqui .
Portanto que off seus são esses que você fala ?
Amigo,
A Tecnologia está exatamente nesse ponto que você se referiu “O casco” . Parece Banal mas a tecnologia de usinagem, de solda, certificações de qualidade inerentes ao processo fabril e qualificação de pessoal é algo bem relevante.
Gabriel,
Agora entendi.
Concordo com vc .
Isso é um navio de apoio logistico…
Olá Adriano. Acho que será algo parecido a este navio. Eu não sei dizer qual a profundidade da baia onde a base brasileira está instalada, mas deverá ser levado em conta. Talvez um hangar também seja desnecessário, já que o helicóptero pertence á base, mas com certeza o navio precisa da área de pouso.