Submarino Tramontana S-74

Submarino Tramontana S-74

Dez anos de desinvestimento na área de Defesa e atrasos na entrega de novos submarinos na origem de um problema de Estado

A Espanha tem apenas um submarino operacional para patrulhar diariamente quase oito mil quilómetros de costa. A revelação foi feita esta segunda-feira pelo jornal espanhol El País, acrescentando que dos quatro submersíveis que a Marinha espanhola tinha à sua disposição, dois foram desativados, um está em reparação até 2021, restando apenas um classe S-70, que quando estiver em manutenção ou a tripulação estiver em descanso deixará a costa do país desprotegida.

O problema tornou-se grave por causa dos sucessivos atrasos na entrega do novo submarino S-80, bem como da suspensão dos investimentos na área da Defesa entre 2008 e 2018.

A diminuição da capacidade submarina é muito importante para um país como Espanha, que além de ter de dois contextos marítimos distintos como a costa Atlântica e Mediterrânica, tem ainda de controlar uma zona estratégica como o estreito de Gibraltar.

Para se ter uma ideia, a Marinha espanhola é a que menos recursos de submersíveis tem em comparação com os países vizinhos, uma vez que Portugal dispõe de dois submarinos, enquanto a França tem de dez, o Reino Unido tem sete, a Argélia tem seis, enquanto Marrocos está a negociar a compra de submarinos franceses.

Esta situação vai durar pelo menos um ano e meio, uma vez que a pandemia de covid-19 provocou um novo atraso na entrega do novo S-80, que agora deverá ser feita apenas no final de 2022.

Por essa razão, a marinha espanhola vai utilizar o único submarino, o Tramontana, que resta no treino e instrução de tripulações, para que estejam aptas a tripular o novo submersível quando ele for entregue.

Estão ainda encomendados mais dois S-80, que apenas têm data prevista de entrega em maio de 2024 e 2026, respetivamente. No total, a Defesa vai investir quase 3,7 mil milhões de euros nestas novas embarcações, curiosamente, mais 72,5% do montante inicialmente previsto porque foi necessário corrigir um erro de cálculo, pois cada um foi projetado com 70 toneladas de excesso de peso.

FONTE: Diário de Notícias – Portugal

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