Na manhã de domingo, 20 de junho, dois jatos F-35 voando do porta-aviões HMS Queen Elizabeth decolaram para realizar missões contra o Daesh na Síria e no Iraque. Esta foi a primeira missão de ataque de um navio da Marinha Real desde as operações contra o coronel Gadaffi na Líbia em 2011.

As aeronaves do porta-aviões realizarão a maior parte das missões como parte da Operação SHADER, proporcionando alívio para a força de caças Typhoon da RAF baseada em Chipre que está envolvida nesta campanha de longa duração desde dezembro de 2015. Em 2017, a RAF havia realizado mil ataques aéreos sobre o Iraque e a Síria, entregando 4.300 armas lançadas de aeronaves Tornado, Typhoon e Reaper. Os F-35Bs foram desdobrados brevemente no Chipre em junho de 2019 e participaram de algumas surtidas operacionais.

Extrema cautela é praticada para evitar baixas de civis e as aeronaves freqüentemente retornam sem armas lançadas. A RAF afirma com bastante otimismo que houve apenas uma fatalidade civil confirmada como resultado de ataques aéreos do Reino Unido. A Operação ALAMY, a ação na Líbia pode ser vista como um sucesso militar, mas um erro estratégico. Embora demorada e financeiramente cara, a SHADER alcançou amplamente seus objetivos com a derrota quase completa do Daesh e a recuperação do território que ocupou. As missões em andamento são agora uma operação de limpeza e prevenção de ações insurgentes.

Aeronaves e navios de guerra russos estão tendo um grande interesse no Carrier Strike Group (CSG), o nível de vigilância está além do que era esperado. Quando as aeronaves decolaram na primeira missão de combate do navio, mais dois jatos tiveram que ser acionados em curto prazo para repelir os aviões russos voando acima. Durante os primeiros três dias, quando o navio estava operando ao largo do Chipre, aeronaves russas foram encontradas todos os dias, incluindo Sukhois e MiGs chegando ao alcance visual das aeronaves voando do navio. Até agora, as interações foram descritas como “profissionais”. Uma fragata da classe Grigorovich e submarinos russos também são conhecidos por rastrear ativamente os movimentos do grupo.

Os porta-aviões sobrecarregados da Marinha dos EUA agora estão focados em fornecer apoio para a retirada do Afeganistão e a presença do HMS Queen Elizabeth é um bom exemplo de como o Reino Unido está agora melhor equipado para dividir o fardo com os parceiros da coalizão.

Os jatos do Reino Unido e do USMC estão agora de plantão para voar do navio 24 horas por dia para apoiar as operações militares no solo, conforme necessário. Como uma tarefa de risco relativamente baixo e de curto prazo, isso fornece uma oportunidade para o CSG e seu grupo aéreo provar suas habilidades, construir confiança e ganhar experiência que fornecerá uma boa base para quando, sem dúvida, enfrentará testes mais exigentes no futuro. Não está claro exatamente por quanto tempo o porta-aviões manterá seu envolvimento na SHADER, mas o grupo de ataque de porta-aviões vai passar pelo Canal de Suez e se dirigir ao Indo-Pacífico nas próximas semanas.

FONTE: Navy Lookout

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Pedro Bó

O CSG dos PAs britânicos sempre contarão com navios da USN e da Koninklijke Marine em sua composição?

Flanker

Não. Essa composição é dessa missão apenas. Poderão contar com uma composição diferente em cada deployment.

Pedro Bó

Flanker e Mk48, grato pela resposta.

carcara_br

Interessante a configuração dos F-35 com mísseis nas pontas das asas pra autoproteção e lógico deve ajudar a esconder a verdadeira assinatura radar. Contudo também revela algo sobre o espaço no compartimento de armas e o perfil de missão em bombardeios. Outro ponto curioso é o emprego de bombas guiadas a laser, não que seja uma novidade, mas como o armamento é transportado internamente no momento do lançamento a bomba não possui qualquer referência da direção do alvo, a não ser o velho e bom sistema de cálculo de impacto da própria aeronave, nem que seja pra enviar a bomba… Read more »

Victor Filipe

Como o texto afirmou que eles estavam mantendo alcance visual o tempo todo, os Russos não devem ter tido problemas em ver a decolagem dos F-35 e repassado a informação.

Henrique

Geralmente mesmo nos caças convencionais não se lança as paveway “trancadas” por que elas tem um sistema “bang-bang” de guiamente que faz com que elas percam velocidade a altitude muito rápido; então se lança a bomba e depois se “dispara” o laser aí o seeker dela começa a trancar, assim tem alcance maior.

carcara_br

Lá fui eu procurar o que era guiamento bang-bang, basicamente ao invés de implementar um controle parcial das superfícies de controle ele implementa correções usando toda a extensão de movimentação, simplificando o processo de controle eletrônico (acredito que isso era uma realidade na década de 80 quando as bombas foram desenvolvidas, hoje qualquer microcontrolador resolve essa parada com custos baixos). De qualquer forma não consegui visualizar porque isso seria motivo para se disparar o laser depois. Talvez um motivo mais plausível seja o sobre aquecimento do próprio sistema laser.

Matheus S

O motivo tem mais a ver como o Paveway era empregado. O Paveway II era empregado pelos americanos na Guerra Fria, e se pensando no cenário europeu, a área de contestação estratégica era na Europa contra os soviéticos e em um conflito de alta intensidade como se pensava, os Paveway II tinham o problema de serem empregados inadequadamente em cenários de baixa altitude. Se pensando nesse cenário empregado, os sistemas “bang-bang” fazia a bomba cair antes do alvo, isso porque a bomba perdia energia muito rápido. O voo baixo era obrigatório contra alvos soviéticos bem defendidos na Europa, esse cenário… Read more »

Henrique

Isso com as Paveway II, as Paveway III tem um sistema mais sofisticado de guiamento, consequentemente mais alcance.

Flanker

Quanto às bombas guiadas, transportadas internamente, o EOTS posicionado sob o nariz da aeronave, faz o guiamento.

Jacinto

Pela foto, os F-35 também estão com os refletores de Lunemburg para mascarar o RCS deles

Matheus S

Já há o emprego do GPS no Paveway IV dos britânicos.

carcara_br

Sistemas defensivos russos e sírios, caças em missão de interceptação, pode ter certeza é uma coleta de informação de mão dupla.

Em relação a usar o Daesh pra treinar, eu até ignorei no meu comentário, talvez tenha apelo junto a opinião pública deles.

Fernando C. Vidoto

VTOL e stealth.

Esse projeto e fenomenal!

Victor Filipe

Deve ter o mesmo efeito que o lançamento virtual de bombas em um simulador. mas nessa situação, com lançamento real das munições, não deixa de ser um treinamento, e com os Caças Russos por perto, se tem uma noção melhor (porem não completa) de como seria voar em espaço aéreo contestado

Hcosta

Sim, estão a atacar um inimigo em combate. Podemos considerar que não há oposição aérea apesar de isso não significar que não estejam a atacar como se fosse tiro ao alvo, ou seja devem atacar considerando que pode haver alguma retaliação. Não vão fazer um ataque como os A10 fazem com o seu canhão, que é muito arriscado, ou algo parecido. Vão agir de acordo com o planeado porque é uma missão de combate e não um treino. Não há muita margem para improvisar, isto não é uma brincadeira tipo Top Gun. Dito isto podemos considerar que não é uma… Read more »

Esteves

“aeronaves russas foram encontradas todos os dias, incluindo Sukhois e MiGs chegando ao alcance visual das aeronaves voando do navio. Até agora, as interações foram descritas como “profissionais”. Uma fragata da classe Grigorovich e submarinos russos também são conhecidos por rastrear ativamente os movimentos do grupo.” Deve ser semelhante aos disparos de foguetes dos palestinos X reação de Israel. Testar todas as respostas. No caso da Síria até aonde vai a vigilância russa, quais os meios empregados, quais os estados de prontidão, quais as contra medidas esperadas, como o inimigo se organiza e reage, tempos ainda que simulados de contra-ataque,… Read more »

Esteves

Combat! foi um seriado. Um ótimo seriado de guerra dos anos 1960 com o ótimo Vic Morrow. Bem ótimo.

Aquela região está em guerra desde quando os sumérios contaram que Gilgamesh Estava aborrecendo. Deus criou uma mulher para Gilgamesh.

_ Gil. Para de fazer guerra e vai cuidar da tua mulher.

O resto tu conhece. Até hoje não sabemos o que foi pior. O mundo em guerra ou o mundo com mulheres. Ok. Mulheres são essenciais. Guerras também.

Não houve enfrentamento ou luta enquanto durou a guerra fria. Mas ela existiu e prestou para testar prováveis. Quase, quase lutaram.

Helio Eduardo

Em 15 de fevereiro de 2009, Mestre Nunão assinou uma postagem aqui no PN sobre a compra dos radares dos “novos” porta-aviões da Royal Navy. (https://www.naval.com.br/blog/2009/02/15/noticias-da-royal-navy-assinado-contrato-dos-radares-de-longo-alcance-dos-novos-porta-avioes/). Pois é, 12 anos depois, aí está o resultado de uma nação, dentre tantas, que se planeja no longo prazo, traça uma meta estratégica e a persegue com responsabilidade (fiscal, logística, tecnológica, etc). Não sou dos que sonham com uma MB com dois Grupos de Batalha com porta-aviões, porta-helicópteros e dezenas de destróieres e fragatas, mas me salta aos olhos que década após década estejamos sempre discutindo como resolver a obsolescência de nossos meios,… Read more »

Esteves

Nada. Em 2008 o euro Estava a 2,60. Em 2009, 3,0.

Hoje o euro passa de 6 reais. Nenhum planejamento resiste a uma variação dessas. Nossos prazos burocráticos paquidérmicos são longos demais. Anos para decidir, anos para assinar, anos para configurar, anos para capacitar, anos pedindo dinheiro e anos fazendo planejamento além da imaginação.

Um país anal.

Helio Eduardo

Esteves, obrigado pela resposta.

Trabalho com planejamento de longo prazo, a variação cambial faz parte da equação, assim como commodities, rumos da economia e situação política.

Possível é, mas exige uma disciplina orçamentária e fiscal exemplar, projetos realistas e uma visão global, saber que há que se tirar daqui para por ali, etc., coisa que o brasileiro não faz senão em raras exceções.

Esteves

Câmbio faz parte de todo e qualquer contrato internacional. De alguns nacionais também onde elegemos moedas como o dólar por força de conteúdos. Paridades. Longo prazo. A Marinha do Brasil é metalúrgica? Não. A Marinha do Brasil tem a obrigação constitucional de produzir submarinos? Não. Longo prazo em uma indústria que vive para montar estruturas ou fabricar componentes quaisquer é a consequência de história, aprendizado, conhecimento, grana, vendas, vocação, evolução, foco…essas coisas. A indústria está metida em custos, controle, disciplina, compromissos com os acionistas e/ou sócios e resultados positivos. Margem positiva, caixa forte, faturamentos frequentes, lucros, impostos em dia, satisfação… Read more »

Matheus S

Exato. Um país dependente de contratos internacionais como o Brasil em seus projetos de Defesa depende da estabilidade cambial para consequentemente termos estabilidade orçamentária. Mas para ser justo, isso depende do governo executivo e o MD precisa estar em harmonia com o Ministério da Economia, e hoje, eles deixam claro que não ligam para o R$ – Real, isso afeta a longo prazo todos os projetos estratégicos do Brasil. Esse efeito cambial ainda é irrelevante no debate, mais por conta do lobby exportador. Isso ainda precisa ficar claro através de estudos e publicações conceituadas, mas adianto que isso não será… Read more »

Hcosta

Não são doze anos de desenvolvimento, são séculos.
E são séculos na frente de batalha.
Não surge do nada.

São situações e perspetivas completamente diferentes.

Henrique

A política brasileira (e a sociedade) é absurdamente caótica e venal, e o resto do estado vai a reboque. Se você for ser bem exigente, praticamente nunca tivemos um programa racional e que foi tocado a contendo, tudo sempre foi aos trancos e barrancos e cheio de erros. Vai da aquisição dos dreadnoughts Minas Gerais mas que esqueceram de ter um pessoal bem qualificado e nem deram continuidade ao projeto, já na primeira guerra estavam em mau estado e obsoletos as Niterói que eram pra ser mais numerosas mas que ficaram em menor número e até a terceira década do… Read more »

Helio Eduardo

Acho natural que a estreia ocorra em um ambiente de baixa intensidade. Acho que só estariam no entorno do mais tenso Mar da China por necessidade. Afinal, tudo ali é novo, o navio e seus caças…

Esteves

Síria e Iraque não são ambientes de baixa intensidade. Não Estão ocorrendo enfrentamentos, dogfights, essas coisas.

Mas é um formigueiro.

Heinz Guderian

Lá o bicho pega é no “chão” o espaço aéreo é até tranquilo, no máximo vão encontrar caças russos, e um ou outro Sírio.

nonato

Pois é.
Afinal de contas, onde haverá combate de verdade?
Se todo caça for esperar uma guerra de verdade, talvez nunca entre em “combate”.
Até porque uma guerra de verdade pode ser a primeira e a última para muitos.
Outro problema é que esses F 35 sempre irão operar com luneta, ou seja, nunca estarão invisíveis.
Só numa guerra para valer.
Acho muitos helicópteros e poucos caças.
18 caças não dá para nada.

Hcosta

Tem de ter os Merlim com o crowsnest.
Talvez alguns Merlin de transporte no 45 mas o wildcat é indispensável para a guerra anti submarino

Piassarollo

Realmente, quando li o artigo, pensei quase a mesma coisa. OM se transformou em um grande parque de teste de armas. Até que ponto serve como experiência em combate tbm é um tanto duvidoso. A meu ver, usam o pretexto de atacar e usar armas no OM, para servir como uma vitrine de vendas, de novas tecnologias “testadas em combate”. Abs

Hcosta

O que difere as forças armadas de topo das restantes é a experiência real, de combate, não a dos treinos.
Comparem com o porta aviões russo. Provavelmente nos treinos funcionou muito bem, chegou ao Mediterrâneo e num estado de prontidão elevado e foi o que se viu.

Isto é uma zona de combate em que os riscos são muito mais elevados, nem que seja pelo estado de prontidão onde se leva ao limite as capacidades de atuação.

Piassarollo

Concordo que o “simples estado de prontidão ” já é por aí Só um grande treinador, mas usam esses cenários para propaganda para a venda de armas. Isso é inegável.

Hcosta

Estão a combater o ISIS. Qual é a dúvida?
Por essa lógica os milhares de pilotos, marinheiros (mísseis de cruzeiro), artilharia, etc não estiveram em combate.
No Afeganistão, Síria, Líbia, Iraque etc, foram treinar?

Last edited 3 anos atrás by Hcosta
Dalton

Uma “missão” basicamente é a continuação de meses de treinamento. O “Daesh” é atacado pelo ar, mas, aeronaves também podem dar cobertura a operações terrestres.
.
Muito será aprendido nessa missão do “Queen” pois até agora, o máximo que se embarcou foram 13 F-35Bs de um esquadrão de 16 no USS America e por apenas duas semanas ao largo da costa da California, como por exemplo, a logística envolvida para se manter tantos jatos operando ao logo de meses.

Piassarollo

Exatamente mestre Dalton, quando o cenário inclui a tensão real, enganjamentos, riscos potenciais, logística de combate, o aprendizado se multiplica. Mas… qual será o aprendizado real contra um inimigo sem condições de revidar? Digo para os pilotos, o que foi dito pelo colega submarinista, não passa de um treino de tiro ao alvo! É essa a impressão que se enxerga. Abs.

Piassarollo

Acredito que o maior aprendizado será para o navio e toda a logística que o envolve. Para os pilotos não sobra muito.

Dalton

Então Piassa, que o inimigo não revide 🙂 Não se pode focar apenas em China e Rússia, há outras ameaças menores que necessitam atenção então nada melhor que aproveitar o “Queen” que está de passagem e chineses e russos também treinam para lidar com ameaças menores.
.
Lembro que quando do conflito com a Georgia a marinha russa lamentou não ter navios do tipo “LHD”, que teria facilitado em muito as coisas o que levou a uma
subsequente aproximação da França para se obter navios da classe Mistral.
abs

Piassarollo

Bom argumento

Matheus S

Apenas destacando o que você disse, 18 aeronaves F-35 significa que no HMS QE se tem o maior número de caças de 5º geração embarcados desde sua introdução.

Um feito. isso sem falar na vantagem operacional da integração do USMC com os britânicos nessa missão.

Cleber

Isso é Marinha de Guerra !

mazzeo

Caro Mod6AT Pense que se um motor tiver uma pane, e houver necessidade de ejeção você vai cair no meio de uma área, no mínimo, complicada, e corre real risco de ser capturado ou morto, não pelo “acidente” mas pelo inimigo. Em que pese certamente haver um dispositivo C-SAR montado, ainda assim você está lá “as veras” e se algo ocorrer, está correndo risco. Para mim isso já caracteriza uma grande diferença mental entre uma missão de treino e uma missão real. Com relação ao emprego do armamento, não é uma area “sanitizada” mas sim uma região de confronto, com… Read more »

Hcosta

Não, a matéria diz que foram realizadas as primeiras missões de combate contra o ISIS. Qual é a dúvida?

A missão do F35 é também atacar alvos terrestres.

Esteves

Qual dicionário tu checaste?

Rinaldo Nery

A Síria é uma vergonha. País sem soberania. Casa da Mãe Joana. Espaço aéreo escancarado. Qual quer um vai lá treinar, bombardear, estreifar etc. Só falta pousarem nas bases sírias pra reabastecer.

Esteves

A comida deles é ótima.

Rinaldo Nery

É o mínimo…

Andre

E apesar de ter todos os problemas, que nunca serão resolvidos, de custar uma fortuna e ser um exemplo de projeto fracassado, os britânicos, que não entendem nada de aviação de combate, o colocaram sobre um navio, levaram meio globo de distância e fizeram ele jogar bombas