BERLIM, 2 de agosto (Reuters) – A Alemanha enviou na segunda-feira um navio de guerra ao Mar da China Meridional pela primeira vez em quase duas décadas, juntando-se a outras nações ocidentais na expansão de sua presença militar na região em meio ao crescente alarme sobre as ambições territoriais da China.

A China reivindica faixas do Mar da China Meridional e estabeleceu postos militares avançados em ilhas artificiais nas águas que contêm campos de gás e pesca abundante.

A Marinha dos Estados Unidos, em uma demonstração de força contra as reivindicações territoriais chinesas, conduz regularmente as chamadas operações de “liberdade de navegação” nas quais seus navios passam perto de algumas das ilhas contestadas. A China, por sua vez, se opõe às missões dos EUA, dizendo que elas não ajudam a promover a paz ou a estabilidade.

Washington colocou o combate à China no centro de sua política de segurança nacional e busca reunir parceiros contra o que considera as políticas externa e econômica cada vez mais coercitivas de Pequim.

Autoridades em Berlim disseram que a Marinha Alemã se manterá em rotas comerciais comuns. A fragata também não deve navegar pelo Estreito de Taiwan, outra atividade regular dos EUA condenada por Pequim.

Mesmo assim, Berlim deixou claro que a missão serve para enfatizar o fato de a Alemanha não aceitar as reivindicações territoriais da China.

A Alemanha está caminhando na corda bamba entre seus interesses econômicos e de segurança, já que a China se tornou o parceiro comercial mais importante de Berlim. As exportações alemãs ajudaram a mitigar o impacto da pandemia COVID-19 na maior economia da Europa.

A ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, viajou para o porto de Wilhelmshaven para ver a fragata Bayern em sua viagem de sete meses que a levará para a Austrália, Japão, Coréia do Sul e Vietnã.

O navio deverá cruzar o Mar da China Meridional em meados de dezembro, tornando-se o primeiro navio de guerra alemão a passar pela região desde 2002.

“Queremos que as leis existentes sejam respeitadas, que as rotas marítimas sejam livremente navegáveis, que as sociedades abertas sejam protegidas e que o comércio siga regras justas”, disse Kramp-Karrenbauer.

Países como Grã-Bretanha, França, Japão, Austrália e Nova Zelândia também vêm expandindo suas atividades no Pacífico para conter a influência da China.

Ministra da Defesa alemã Annegret Kramp-Karrenbauer foi se despedir da tripulação da fragata Bayern

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