Megafusão de construção naval bloqueada: Comissão Europeia proíbe aquisição da DSME pela Hyundai Heavy Industries

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A Comissão Europeia rejeitou a proposta de fusão entre os construtores navais sul-coreanos Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME) e Hyundai Heavy Industries Holdings (HHI), dizendo que a combinação criaria uma posição dominante que reduziria a concorrência no mercado global de transportadores de GNL.

A Comissão diz que a decisão vem após uma investigação aprofundada da transação proposta. A DSME e a HHI são dois dos três maiores construtores navais do segmento de GNL e, nos últimos cinco anos, os clientes europeus representaram quase 50% de todos os pedidos.

A combinação dos dois criaria uma empresa com uma “posição dominante” no mercado global de embarcações, com uma participação de mercado de pelo menos 60%, o que resultaria em redução da concorrência e preços mais altos, disse a Comissão. Os dois construtores navais também não ofereceram formalmente soluções para resolver as preocupações da Comissão e, consequentemente, a Comissão proibiu a transação proposta.

“Os grandes navios de GNL são um elemento essencial na cadeia de abastecimento de gás natural liquefeito (GNL) e permitem o transporte desta fonte de energia em todo o mundo”, disse Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da Comissão responsável pela política de concorrência. “O GNL contribui para a diversificação da fonte de energia da Europa e, portanto, melhora a segurança energética. A fusão entre a HHIH e a DSME teria conduzido a uma posição dominante no mercado global da construção de grandes navios de GNL, para os quais existe uma procura significativa por parte das transportadoras europeias. Dado que não foram apresentadas soluções, a concentração teria resultado em menos fornecedores e preços mais elevados para os grandes navios que transportam GNL. É por isso que proibimos a fusão.”

A transação proposta remonta a 2019, quando a Hyundai Heavy Industries, buscando reforçar sua posição como maior construtor de navios do mundo em meio à crescente concorrência da China, lançou uma aquisição de US$ 1,8 bilhão da DSME.

Quase imediatamente, a Comissão Europeia abriu uma investigação aprofundada. Desde então, o prazo do procedimento foi suspenso três vezes por não ter fornecido o HHI as informações solicitadas em tempo hábil, segundo a Comissão.

Segundo a Comissão, a aquisição é apenas a décima fusão que ela bloqueou nos últimos 10 anos.

FONTE: gCaptain

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