Guerra das Malvinas/Falklands – 40 anos: Detalhamento das tropas envolvidas na Operación Rosario

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LVTP-7s da Argentina nas Malvinas, em 1982

Por Luiz Reis*
Especial para o Poder Naval

No dia 2 de abril de 1982, há 38 anos atrás, forças argentinas efetuaram desembarques anfíbios na capital das Ilhas Falklands (Malvinas), Port Stanley, numa operação chamada pelos argentinos de “Operação Rosario” (durante os preparativos, a invasão foi chamada de “Operação Azul). Foi o início da chamada Guerra das Malvinas, entre a Argentina e a Inglaterra, que durou entre maio e junho de 1982.

A invasão inicialmente foi combatida pela pequena defesa local, organizada pelo governador inglês das Ilhas Falklands, Sir Rex Hunt (que já havia sido alertado de uma possível invasão no dia anterior), que passou o comando ao major Mike Norman, da Royal Marines, líder de uma pequena guarnição que contava com apenas 68 fuzileiros mais 11 marinheiros de um navio de patrulha antártico da Marinha Real que estava ancorado em Stanley.

Contra os ingleses foram usadas tropas especiais argentinas, comandadas pelo Contra-Almirante Carlos Büsser:

  • Cerca de 50 operadores do “Grupo de comandos anfíbios”, que partindo do destroier Tipo 42 Santisima Trinidad (D-2) desembarcou ao sul de Stanley, em barcos infláveis, liderados pelo Tenente-Comandante Sánchez-Sabarots;
  • Cerca de 15 mergulhadores de combate dos “Buzos Tácticos” (“Grupo de Mergulhadores Táticos”): a bordo do submarino ARA Santa Fe (S-21), nadaram em direção a terra, liderados pelo Tenente-Comandante Alfredo R. Cufré;
  • Cerca de 500 homens do “Batalhão de Infantaria Marinha Nº 2 (BIM-2)”: embarcados no LST ARA Cabo San Antonio (Q-42), desembarcaram em vinte veículos anfíbios blindados LVTP-7 e cinco veículos anfíbios LARC-V, e no ARA Almirante Irízar (Q-5), também inseridos no Aeroporto de Stanley por helicópteros SH-3 Sea King.
ARA Almirante Irízar

Os eventos da invasão, iniciada na madrugada do dia 2 de abril, incluíram o desembarque do Grupo de Comandos Anfíbios do Tenente-Comandante Guillermo Sanchez-Sabarots, o ataque ao quartel Moody Brook, o engajamento entre as tropas de Hugo Santillan e Bill Trollope em Stanley e o engajamento e rendição final na Casa do Governador, com a vitória das forças argentinas.

O único morto em combate (e o primeiro da Guerra das Malvinas) foi o Capitão-de-Corveta Pedro Giachino, mortalmente ferido quando liderava o ataque à Casa do Governador, além disso, seis soldados argentinos foram feridos. Do lado inglês, não houve baixas entre mortos e feridos, mas todos (107 pessoas no total) foram capturados. Levados inicialmente para Montevidéu, todos acabaram sendo levados para a Inglaterra.

Imediatamente após a tomada das ilhas foi enviada a “25ª Companhia de Regimento de Infantaria (Exército Argentino)”, que foi transportada por aeronaves Lockheed C-130H Hercules da Fuerza Aerea Argentina (FAA).

A cidade de Port Stanley foi rebatizada como “Puerto Argentino” e o Aeroporto de Stanley foi rebatizado como “Base de Aviación Militar Malvinas” (BAM Malvinas).

No dia 3 de abril de 1982, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou a Resolução 502 exigindo a retirada imediata de todas as forças argentinas das ilhas e exortando os governos da Argentina e do Reino Unido a procurar uma solução diplomática para a situação e a se abster de novas ações militares. Como ambos os países não conseguiram dialogar pela diplomacia, acabaram entrando em guerra.


*Professor de História no Estado do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, Historiador Militar, entusiasta da Aviação Civil e Militar, fotógrafo amador. Brasiliense de alma paulista, reside atualmente em Fortaleza-CE. Articulista com artigos publicados em vários sites sobre Defesa.

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