Para relembrar: danos em classe ‘Alligator’ russo, em março, foram atestados por satélite

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Será que teremos imagens de satélite para atestar os danos recebidos pelo cruzador Moskva? Isso vai depender de alguns fatores

Em 24 de março, foi noticiado um ataque de mísseis ucranianos a embarcações russas aportadas em Berdyansk, com a alegação, por  fontes da Ucrânia que incluíam vídeos, de que houve um grande incêndio e danos pesados a um navio de desembarque classe “Alligator”.

Ao longo do dia, circularam versões contra e a favor dessa alegação, como é de se esperar na guerra das informações que caracterizam os conflitos entre países.

Já no dia 25, a confirmação das alegações ucranianas veio por imagens de satélite: o navio de desembarque russo foi identificado parcialmente submerso no cais e com grandes danos, ao lado de depósitos em chamas. Na mesma foto, um mercante também ardia.

Saltemos três semanas no tempo e espaço, de Berdyansk para Odessa e de “Alligator” para Moskva:

Nesta última quarta-feira, 13 de abril, autoridades da Ucrânia divulgaram relatos de que o cruzador russo Moskva foi atingido, ao largo de Odessa, no Mar Negro, por mísseis Neptun (Netuno) ucranianos. Começou então a esperada guerra de informações, especialmente nas mídias sociais, corroborando ou rechaçando o suposto ataque, ou mesmo qualquer incidente com o navio. Mas essa fase da guerra de versões durou poucas horas: o próprio Ministério da Defesa da Rússia divulgou (já nas primeiras horas da madrugada desta quinta-feira, no fuso horário de Moscou) informe de que o Moskva havia sofrido um incêndio, com grandes danos, e que sua tripulação abandonou o navio, o que foi repercutido na mídia russa. A guerra de informações passou então da negação ou confirmação de danos ao cruzador para os motivos do mesmo.

Como isso poderá ser verificado da forma mais independente possível? Pela análise de imagens de satélite. O problema é que elas precisam existir.

Porto de Berdyansk em imagem divulgada com data de 25 de março de 2022 – imagem Maxar

Um forte incêndio num navio, com duração de várias horas, assim como os danos infligidos quando eventualmente apagado, podem ser captados com nível razoável de detalhe por satélites, como se percebe nas duas fotos que ilustram esta matéria, dos danos no classe “Alligator” em Berdyansk. A Ucrânia e o Mar Negro vêm sendo objeto de forte atenção e análise de imagens de satélites ao longo desta guerra (e mesmo antes), então é bem provável que haja oportunidade para captura de imagens do Moskva ontem, hoje e nos próximos dias. Mas é preciso que a cobertura de nuvens permita boas imagens, e as condições climáticas no Mar Negro são relatadas como ruins.

Nova nota do MD Russo: o Moskva flutua e deverá ser rebocado 

Será que teremos imagens para analisar? Para haver fotos de satélite atualizadas, em primeiro lugar, o navio precisará estar flutuando. Segundo nova nota do Ministério da Defesa da Rússia (via agência TASS) o incêndio no Moskva foi “localizado”, não se vê mais um grande incêndio e as “explosões de munições a bordo cessaram”. As causas do incêndio ainda precisam ser estabelecidas, acrescentou o ministério, afirmando que o navio permanece à tona, que seus sistemas principais de mísseis não estão danificados”, e que “medidas estão sendo tomadas para rebocar o cruzador para um porto”.

Caso ainda não haja fotos do ocorrido e o navio não afunde nessa possível operação de reboque até um porto russo (provavelmente na Crimeia) haverá oportunidades suficientes para o tempo melhorar e termos imagens de satélite mostrando a extensão dos danos ao Moskva. Enquanto aguardamos, resta ver a imagem de satélite que vem sendo divulgada como a mais recente do cruzador russo, em 10 de abril, 3 dias antes dos fatos de ontem:

Cruzador Moskva em imagem divulgada com data de 10 de abril de 2022 – imagem Maxar
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