Enquanto isso, em que pé está o MANSUP?
ARTE DE ABERTURA: Leonardo Jones M. R. C. Medeiros
Os recentes acontecimentos da Guerra na Ucrânia, com o afundamento do cruzador russo Moskva e a alegação, pela Ucrânia, de que o navio foi atingido por mísseis ucranianos Neptun (Netuno), tem levado vários leitores do Poder Naval a perguntarem como está o desenvolvimento do míssil antinavio brasileiro MANSUP.
A última notícia publicada aqui no site, que vem acompanhando as informações sobre o míssil desde o início com dezenas de matérias, é de novembro de 2021 (cerca de quatro meses e meio atrás). Foi quando o Diário Oficial da União informou a contratação da Fundação Ezute, que já vinha trabalhando em etapa anterior do desenvolvimento do MANSUP, para “gerenciamento complementar do desenvolvimento e fabricação do lote piloto”. Clique aqui para acessar.
Em 27 de janeiro deste ano a Ezute publicou, em seu site, nota trazendo mais detalhes sobre esta que é a Etapa 3 do desenvolvimento do míssil, agora já voltada para os processos de industrialização. Ainda que datado de janeiro, o texto aparentemente foi escrito ao final de 2021, pois fala que a “Fundação Ezute está chegando ao final de 2021 com boas notícias”.
Leia a nota completa da Ezute a seguir e clique aqui para acessar dezenas de notícias anteriores sobre o MANSUP publicadas no Poder Naval.
FUNDAÇÃO EZUTE PARTICIPARÁ DA ETAPA 3 DO PROGRAMA MANSUP
- Etapa atual consiste na “produtação” dos protótipos desenvolvidos na Etapa anterior e na fabricação do lote piloto do Míssil Antinavio Nacional de Superfície.
- Ezute prestará Serviços Técnicos Profissionais Especializados de Gerenciamento Complementar para o desenvolvimento do “Lote Cabeça de Série”.
A Fundação Ezute está chegando ao final de 2021 com boas notícias, comemorando a sua contratação para continuar atuando no desenvolvimento do primeiro Míssil Antinavio Nacional de Superfície, o MANSUP, da Marinha do Brasil.
Desde 2010, quando se iniciou a Etapa 2, a Fundação Ezute atua no Programa MANSUP, que compreende o desenvolvimento de um míssil superfície-superfície, projetado para realizar voos do tipo “sea skimming”, a ser utilizado nos navios da MB. Trata-se de um projeto complexo e multidisciplinar, com elevado conteúdo tecnológico, que reúne uma série de empresas da área de defesa. Devido ao seu caráter inovador, o MANSUP colocará o Brasil em um novo patamar de independência tecnológica.
A atuação da Ezute nas etapas já realizadas do projeto se deu por meio da integração e coordenação do trabalho das organizações e empresas contratadas para desenvolver a tecnologia deste míssil inteligente.
A equipe multidisciplinar da Fundação Ezute atuou, tanto nas atividades técnicas de engenharia de sistemas como gerenciais, implementando a gestão complementar em apoio à Marinha e também coordenando a realização das atividades de engenharia de sistemas correspondentes.
“Na Etapa 1, a empresa AVIBRAS desenvolveu os motores do míssil. Na Etapa 2, as empresas Omnisys, SIATT e AVIBRAS, juntamente com a Fundação Ezute, foram responsáveis pelo desenvolvimento e fabricação dos protótipos do míssil. Estas mesmas empresas e organizações participarão da implementação da Etapa 3”, explica o Diretor de Mercado Defesa & Espacial da Fundação Ezute, Carlos Eduardo de Almeida Jr.
Os protótipos do MANSUP foram produzidos e testados com sucesso ao final da Etapa 2, indicando que estão dominados os conhecimentos e tecnologias necessários para produção do míssil no Brasil. Os testes dos protótipos foram realizados no final de 2018 e no primeiro semestre de 2019.
Situação atual
Na Etapa atual, o escopo do trabalho da Ezute consiste na prestação de Serviços Técnicos Profissionais Especializados de Gerenciamento Complementar para o desenvolvimento e fabricação do lote piloto do Míssil Antinavio Nacional de Superfície.
De acordo com o Diretor, de maneira geral, o escopo da Etapa 3 compreende o desenvolvimento dos processos e preparação da infraestrutura para a industrialização; a produção do míssil e produção de um Lote Cabeça de Série; a qualificação do produto; a preparação para a comercialização e o planejamento da validação do conceito operacional do MANSUP.
“Em decorrência do início da Etapa de Produção do Lote Cabeça de Série (Etapa 3), a MB necessita celebrar novos contratos com as empresas que participarão do programa e acompanhar a produção e qualificação das partes e dos mísseis montados. Para isso, deve continuar contando com o apoio da Gerenciadora Complementar”, afirma o Diretor.
Sobre a Etapa 3
Chamada de Produtação e Qualificação do míssil, essa etapa consistirá na Produção do Lote Cabeça de Série, que compreende a fabricação, montagem e testes de verificação e validação de todo o Sistema MANSUP (Míssil, Casulo, Contêiner de Transporte, Sistema de Telemetria, Console Lançador e Cabeça de Combate). A Etapa 3 compreende também o Desenvolvimento dos Processos de Fabricação, Catalogação, Certificação, a Preparação para a Validação do Conceito Operacional do MANSUP e o Planejamento do Apoio Logístico para a sua comercialização em escala.
“A complexidade, interação, volume de informações, simultaneidade, fiscalização e controles a serem empregados na produção que se tem em vista pode resultar em um esforço de gestão condizente com um projeto de alta complexidade, razão pela qual a Ezute apoiará a Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha (DSAM), para complementar o gerenciamento de aspectos específicos desta empreitada”,diz Carlos Eduardo.
A Etapa 3 do programa, iniciada em 2019, deve se estender por 6 anos, período em que serão consolidadas as versões industrializáveis dos sistemas e componentes do míssil. Serão realizados todos os ensaios de qualificação destinados a demonstrar o atendimento pelo míssil e seus componentes, dos requisitos de projeto. Está previsto o lançamento de 10 protótipos como parte do processo de qualificação.