Guerra das Malvinas/Falklands – 40 anos: A Armada Argentina
A Armada Argentina (ARA) estava em processo de modernização quando a Guerra das Falklands/Malvinas começou em abril de 1982.
A força naval argentina dispunha de uma mistura de navios da Segunda Guerra Mundial modernizados e navios novos. Além disso, estava envolvida em um ambicioso plano de reequipamento, com a construção na Alemanha de 4 fragatas Meko 360, seis corvetas Meko 140 e dois submarinos TR-1700. Esses navios de procedência alemã só acabaram chegando depois da guerra.
A Aviación Naval Argentina (ANA) também havia encomendado 14 jatos de ataque Super Étendard e mísseis AM-39 Exocet para substituir seus 10 jatos A-4 Skyhawk que operavam a bordo do porta-aviões ARA 25 de Mayo.
A decisão da Junta Militar Argentina de antecipar a invasão das Malvinas resultou em um embargo imposto pela França a pedido da Grã-Bretanha, fazendo com que a ANA recebesse apenas 5 jatos Super Étendard e 5 mísseis AM-39 Exocet.
O Super Étendard operaram a partir de bases terrestres durante o conflito e só no ano seguinte começaram a operar a bordo do porta-aviões ARA Veinticinco de Mayo.
O ARA Veinticinco de Mayo, ex-HNLMS Karel Doorman, ex-HMS Venerable, era da mesma classe “Colossus” do brasileiro NAeL Minas Gerais, mas o ARA 25 de Mayo era um navio-aeródromo com capacidade de ataque, equipado com jatos A-4Q Skyhawk, além de avião antissubmarino S-2 Tracker e helicópteros SH-3 Sea King.
Cruzador ARA General Belgrano
A Armada Argentina contava também com o cruzador leve ARA General Belgrano, ex-USS Phoenix da classe “Brooklin”, de 13.500t de deslocamento (era da mesma classe dos cruzadores Tamandaré e Barroso que operaram na Marinha do Brasil).
Ele era armado com 15 canhões de 6 polegadas e oito de 5 polegadas, todos de calibre maior que o dos canhões da frota inglesa. O Belgrano também recebeu lançadores quádruplos de mísseis antiaéreos Seacat de defesa de ponto.
O navio teve sua construção iniciada em 1935 e lançamento em 1938. Ele escapou do ataque japonês a Pearl Harbor em 1941 e foi descomissionado em 1946, sendo transferido à Argentina em 1951.
Destróieres antiaéreos Type 42
Antes da Guerra das Falklands/Malvinas, a Argentina mantinha um bom relacionamento com a Grã-Bretanha a ponto de conseguir adquirir um par de seus modernos destróieres Type 42, batizados como ARA Hércules (D1) e ARA Santísima Trinidad (D2). Ambos foram encomendados em 18 de maio de 1970 e recebidos em 1976 e 1981, respectivamente.
O ARA Hércules foi concluído com o padrão original Type 42, mas depois de algum tempo em serviço, suas capacidades ofensivas foram aumentadas pela instalação dos mísseis antinavio MM-38 Exocet, de fabricação francesa.
Durante o conflito de 1982 com a Grã-Bretanha, o ARA Hércules juntou-se ao ARA Santísima Trinidad como escolta para o porta-aviões ARA Veinticinco de Mayo.
Destróieres Allen M. Sumner e Gearing
A exemplo de outras Marinhas da América do Sul, a Armada Argentina também recebeu destróieres ex-U.S. Navy e possuía quatro navios das classes Allen M. Sumner e Gearing:
- ARA Seguí
- ARA Bouchard
- ARA Piedra Buena
- ARA Py
Diferentemente dos navios das mesmas classes usados pela Marinha do Brasil na época, os destróieres argentinos tinham sido modernizados com mísseis antinavio Exocet MM-38.
Corvetas classe Drummond (A69)
A classe Drummond são três corvetas projetadas e construídas na França com base nos avisos da classe A69 D’Estienne d’Orves. Os navios foram comissionados na Armada Argentina entre 1978 e 1982.
- ARA Drummond (P-31)
- ARA Guerrico (P-32)
- ARA Granville (P-33)
Os dois primeiros navios da classe foram construídos em 1977 na França para a Marinha Sul-Africana. A venda foi embargada pela Resolução 418 do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante os testes no mar e os navios comprados pela Argentina em 25 de setembro de 1978. Um terceiro navio foi encomendado e entrou em serviço como ARA Granville em 22 de junho de 1981, a tempo da Guerra das Malvinas no ano seguinte.
Submarinos classe Guppy
A Argentina tinha dois submarinos classe Guppy II no início do conflito, o ARA Santa Fe (S-21) e o ARA Santiago del Estero (S-22), já o último não estava mais operacional.
O ARA Santa Fe participou da Operação Rosário de ocupação das Ilhas Malvinas/Falklands e da tomada das Ilhas Geórgia do Sul, onde acabou sendo colocado fora de combate pelas forças britânicas.
Submarinos Type 209
A Armada Argentina tinha dois modernos submarinos Type 209 no início do conflito, o ARA San Luis e o ARA Salta, mas este último estava fora de operação, em reparos.
O ARA San Luis operou durante todo o conflito, tendo atacado navios britânicos sem sucesso, devido a problemas nos torpedos.
O ARA San Luis também foi caçado e atacado pelas forças britânicas, especializadas em guerra antissubmarino, mas escapou ileso.